Guia Musical Verão 2017- Os Discos

Os dezassete lançamentos essenciais da temporada para ouvir à sombra, na esplanada, no campo ou beira-mar:



Dua Lipa- Dua Lipa


O álbum de estreia da nova coqueluche britânica chega finalmente quase um ano após a sua data de edição original. Vem carregadinho com os êxitos já conhecidos - "Be the One", "Hotter than Hell" ou "Blow Your Mind (Mwah)" - e mais uns quantos a caminho ("New Rules" ou "IDGAF"), o que garante desde logo uma escuta sólida e apetitosa. 

Alt-J- Relaxer


O terceiro álbum da vida da banda do triângulo recupera algumas das primeiras criações do grupo congeminadas ainda nos seus anos embrionários. Seis das suas oito canções contam com arranjos de cordas executados pela Orquestra Metropolitana de Londres e existem contribuições vocais da parte de Ellie Rowsell dos Wolf Alice e de Marika Hackman. "3WW", "In Cold Blood" e "Adeline" são os convidativos cartões de visita. 

Halsey- Hopeless Fountain Kingdom 


Depois de ter ganho a lotaria ao lado dos The Chainsmokers em "Closer", Halsey aposta forte no seu segundo álbum de originais ao alinhar estetas de peso para a sua concepção: de Benny Blanco e Greg Kurstin, passando por Cashmere Cat até Ricky Reed. Centrado na história de "dois amantes num reino que funciona como uma espécie de limbo", Hopeless Fountain Kingdom recolhe inspiração na peça de Romeu e Julieta de Shakespeare. "Now or Never" ou "Strangers" são momentos a reter. 

Katy Perry- Witness 


Estamos ainda todos um pouco confusos em relação ao que Katy Perry pretende com este Witness, mas só o facto de acrescentar novas canções ao seu catálogo já é motivo de júbilo. Um disco onde a realeza da pop (Max Martin, Shellback, Jeff Bhasker) convive com nomes pouco convencionais como Purity Ring, Jack Garratt ou Hot Chip, merece uma escuta atenta do não tão típico fã assim. "Chained to The Rhythm" iniciou bem a campanha, "Bon Appétit" deitou-a por terra e "Swish Swish" divide facções - o consenso em 2017 é uma coisa rara, afinal de contas.

London Grammar- Truth Is a Beautiful Thing


O sucessor de If You Wait fez-se esperar quatro anos, mas começou a ser desvendado pela banda logo na aurora de 2017 com "Rooting for You" e uma senda de inéditos numa escala mensal - "Big Picture", o tema-título e "Oh Woman Oh Man" - que vieram aperfeiçoar a tónica dream pop etérea esquadrinhada por Hannah Reid, Dot Major e Dan Rothman. Paul Epworth, Jon Hopkins e Greg Kurstin deixam a sua marca neste segundo longa-duração do trio britânico.

Phoenix- Ti Amo


Depois de Bankrupt! os Phoenix procuram a sua "versão fantasiosa de Itália" neste seu sexto álbum de originais. Em Ti Amo os franceses canalizam uma panóplia de sentimentos que vão do "amor, desejo e luxúria à inocência", revestindo as novas criações de tempero synthpop e italo disco. "J-Boy" e "Goodbye Soleil" são os temas de avanço. 

Fleet Foxes- Crack-Up 


Seis anos após o último Helplessness Blues, os virtuosos de Seattle estão de volta com Crack-Up, já sem a companhia de Joshua Tillman, também comumente conhecido por Father John Misty. Fortemente influenciado pelo tenso clima político e social americano, o novo registo foi anunciado pelo épico de nove minutos "Third of May / Ōdaigahara". "Fool's Errand" e "If You Need To, Keep Time On Me" seguiram no seu encalço.

Lorde- Melodrama


Muita expectativa no álbum da entrada na vida adulta de Lorde, sucessor do aclamado Pure Heroine (2013). Gravado durante um período de 18 meses na companhia do produtor e compositor Jack Antonoff (Bleachers e fun.), Melodrama lida com temáticas de desgosto, isolamento e solidão, patentes nas amostras já reveladas: "Green Light", "Liability", "Perfect Places" e "Sober". 

Royal Blood- How Did We Get So Dark?


O duo mais barulhento do rock regressa três anos após a aclamada estreia com a missão de fazer perdurar a vitalidade do género. "Lights Out", "Hook, Line & Sinker" e "I Only Lie When I Love You", os velozes e furiosos singles de avanço de How Did We Get So Dark?, mantêm o compelativo binómio baixo-bateria de Ben Thatcher e Mike Kerr. Permissão para mergulhar nas catacumbas. 

Portugal. The Man- Woodstock


A trupe mais lusa do panorama indie retorna às edições discográficas com Woodstock, o oitavo título em onze anos de actividade. A descoberta do seu lado mais funky em "Feel It Still" proporcionou ao quinteto do Alaska o seu maior êxito à data, mas a veia psicadélica permanece viva em momentos como "Number One", "So Young" ou no alucinogénico "Noise Pollution". 


Calvin Harris- Funk Wav Bounces Vol. 1
(30 Junho)


Reordenar e gentrificar. Ao quinto álbum o DJ escocês aponta em novas direcções para lá do género que o popularizou, servindo agora criações pop-rap, nu-disco e synth-funk que acabam por espalhar as novas tendências do mainstream. Funk Wav Bounces Vol. 1 é pois a tentativa de Harris de se agigantar nos EUA, contando para tal com um batalhão de convidados inteiramente da pátria, onde se destacam nomes como Frank Ocean, Future, Pharrell Williams, Katy Perry, Big Sean, John Legend, Ariana Grande ou Nicki Minaj. "Slide", "Heatstroke" e "Rollin'" são os temas de avanço. 

Haim- Something to Tell You
(7 Julho)


É o esperado regresso das manas Haim, mais de quatro anos depois da airosa estreia com Days Are Gone. O trio assume a produção executiva do novo registo e recruta também os préstimos de Ariel Rechtshaid e BloodPop. "Right Now" e "Want You Back" foram os primeiros temas revelados, tendo também já sido estreada ao vivo no Saturday Night Live a faixa "Little of Your Love". 

Oh Wonder- Ultralife
(14 Julho)


Josephine e Anthony regressam para mais uma volta no maravilhoso carrossel indie pop. Ao contrário do álbum de estreia, apenas editado quando todas as suas canções eram já conhecidas, Ultralife tem sido mais parco na sua estratégia, tendo desvendado até ao momento uma mão cheia de singles catitas: o tema-título, "Lifetimes", "My Friends", "Heavy" e "High on Humans". 

Mura Masa- Mura Masa
(14 Julho)


Nome de proa da nova geração de produtores de música electrónica do Reino Unido que procura inspiração nas ruas, Alex Crossan faz aqui a sua estreia, depois de dar cartas com a mixtape Soundtrack to a Death (2014) e o EP Someday Somewhere (2015). Neste debute alinham ilustres como A$AP Rocky ("Love$ick"), Charli XCX ("1 Night"), Desiigner ("All Around the World"), Damon Albarn ou Jamie Lidell. 


Lana Del Rey- Lust for Life 
(21 Julho)


Também este Verão recebemos o quarto álbum de estúdio de Lana Del Rey, época em que a tristeza mais lhe assiste. Em Lust For Life a intéprete norte-americana trabalhou com Rick Nowels, Benny Blanco, Boi-1da ou Emile Haynie e permitiu pela primeira vez a entrada de terceiros no seu mundo: The Weeknd (no tema-título), Stevie Nicks ou Sean Lennon mergulham na melancolia da voz de "Video Games". 

Arcade Fire- Everything Now 
(28 Julho)


Corações ao alto, a banda de culto por excelência da nação indie está de volta aos originais com o seu quinto trabalho, forjado em parceria com Thomas Bangalter, uma das metades dos Daft Punk (cujo tempero disco se faz sentir no cartão de visita), Steve Mackey (baixista dos Pulp) e o habitué Markus Dravs. Confirmada está também a Infinite Content Tour, digressão de suporte ao álbum que conta para já com datas na Europa e América do Norte.  



Everything Everything- A Fever Dream
(18 Agosto)


O quarteto de Manchester encerra o lote estival com A Fever Dream, o quarto álbum de estúdio que editam a 18 de Agosto próximo e que contará com produção de James Ford (Arctic Monkeys, Foals). "Can't Do", a primeira amostra revelada, mantém para já a paleta supersónica e esquizóide do anterior Get To Heaven, mas o percurso sem mácula dos Everything Everything faz-nos crer que novos e excitantes rumos poderão estar a caminho.


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