Andava para escrever sobre isto #17
- Quase ninguém deu por este club banger na recta final de 2021, mas "The Motto" marcou o Inverno que passou e por este andar sobreviverá também à Primavera, agigantando-se de dia para dia. Tiësto dá uma masterclass de precisão e rigor nos domínios da bass house, enquanto Ava Max entrega-se com vigor a uma interpretação fascinantemente robótica.
- No início do ano passado, parecia que a carreira de Sabrina Carpenter iria finalmente descolar no rescaldo do triângulo amoroso que a ligava a Joshua Bassett e Olivia Rodrigo, com "Skin" e "Skinny Dipping" a apontar novos horizontes no seu catálogo e a obter alguma traccção comercial. Um ano volvido, "Fast Time" recupera as intenções pop com inegável charme (e uma passadeira estendida ao vídeo de "Toxic") e dá-lhe um dos melhores singles do seu percurso - mas o mediatismo passou, e voltámos à casa de partida...
- Charlie Puth estava com alguma dificuldade em reconectar-se com o mainstream, mas uma estratégia bem delineada no TikTok e uma canção pop de heranças funk verdadeiramente boa, com um vídeo inescapável a condizer, fizeram a diferença. Resultado: "Light Switch" é um regresso à boa forma para Puth, e o seu melhor single desde "Attention".
- A dinamarquesa MØ perdeu alguma da titularidade que chegou a desfrutar a nível global em meados da década passada, mas tal não significa que tenha deixado de fazer boas canções pop. "New Moon" é disso exemplo, um dos avanços para o novíssimo Motordrome que editou no final de Janeiro: sonante hino pós-separação com ascendente em guerreira medieval. We stan a brave qveen.
- O terceiro álbum de estúdio de Miss Vera Blue começa a ganhar forma, lenta mas seguramente. Ao sólido "Lie To Me" de 2020, seguiu-se um igualmente notável "Temper" no final de 2021, com a voz arterial da australiana a espiralar com graciosidade numa batida synthpop via 80s tão aditiva.
- Águas pantanosas, essas que levam alguém a fazer uma canção com este título (receando que se trate de um cover da original de Robin S.) mas "Show Me Love" da sueca Tove Styrke é tudo menos um embuste: pop ardente e à flor da pele que não sabe se quer ser objecto doo-wop ou banger grunge. Chega com uma direcção criativa de sonho e é candidata a canção do ano, me thinks.
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