Uma década de Zara Larsson em doze canções

 


Estrela desde os nove anos de idade na Suécia natal e, pelo menos, desde os dezasseis para o resto do mundo, Zara Larsson anda a afinar há (ligeiramente mais de) uma década o código genético da estrela pop perfeita. Por esse motivo e pela ocasião da edição do seu quarto álbum de estúdio, Venus, percorremos o seu esforçado catálogo musical:


12º "Ruin My Life" (2018)- Pontapé de saída do álbum nº3 que apenas veria a luz do dia dois anos e meio depois (!), "Ruin My Life" é um semi-compelativo híbrido pop-R&B que versa sobre querer voltar a uma relação tóxica, mesmo sabendo que não é benéfica para nenhum dos envolvidos. Zara serve alta-costura no respectivo vídeo.

11º "Uncover" (2013)- Cinco anos volvidos da sua vitória no Got Talent sueco e com apenas quinze anos, Zara apresentava ao mundo o seu primeiro EP, Introducing, antecedido por esta sonante power ballad à la Whitney ou Céline, que foi um sucesso estrondoso no seu país natal, concedendo-lhe o primeiro nº1 da sua carreira. 

10º "Carry You Home" (2014)- Já na caminhada promocional do seu debute, 1, entregou-nos esta bonita balada midtempo que poderia não resultar na voz de outra intérprete, ou se não contasse com o mágico condão sueco na produção. 

9º "Don't Worry Bout Me" (2019)- Não será descabido afirmar que Poster Girl teve um primeiro trio de singles mais certeiro que o segundo (e oficial). "Don't Worry Bout Me" foi um torpedo pop-house com inflexões dancehall que deveria ter dado ordem de soltura ao álbum, mas a recepção modesta nas tabelas fez retardar o calendário. Perdoamos-lhe isso e o facto de ter subtraído 45 segundos da canção ao vídeo oficial. 

8º "Ain't My Fault" (2016)- Indiscutivelmente, o maior banger da sua carreira. Entrada na maioridade e já com os olhos postos do mundo sobre si depois de uma sucessão de singles certeiros, Larsson fez virar cabeças com este volumoso e flamejante single pop-rap nos passos de Rihanna. Daqui, parecia que a sua presença na primeira liga pop seria eterna.

7º "All the Time" (2019)- O povo e a imprensa falharam com Zara no momento em que decidiram não fazer deste um hit monumental. Para sempre o maior single subvalorizado da sua discografia, "All the Time" foi o sucessor natural de "Lush Life" - uma inescapável construção synthpop sobre não conseguir processar o fim de um relacionamento. Zara pop, Zara gótica e Zara Barbie ajudam a dar vida à lenda.

6º "Love Me Land" (2020)- Com a pandemia deu-se o reboot da campanha promocional de Poster Girl, agora liderado por este pulsante e obscuro objecto dance pop rodeado de cordas maléficas e club synths que é "Love Me Land", sobre voltar a amar e obter permissão para nos entregarmos sem receios. O arrasador vídeo algo sci-fi é todo sobre a performance coreográfica, para nos recordarmos do quão fantástica dançarina Zara também consegue ser. 

5º "Never Forget You" (2015)- Diz feliz aquele em que os caminhos de Zara e MNEK se cruzaram. Balada neo-espacial que é híbrido entre pop, R&B e dubstep, "Never Forget You" foi o sucessor de "Lush Life" e novo êxito massivo à escala mundial, não só por causa da performance sísmica dos seus intérpretes, como pelo vídeo bastante emotivo capturado nas belas paisagens da Islândia. 

4º "Symphony" (2017)- Este bonito acontecimento na discografia de Zara Larsson surge como o corolário de dois anos de escalada gloriosa: deu-lhe o seu primeiro nº1 no Reino Unido e o quinto em solo sueco. Sumptuosa composição pop orquestral com laivos dance pop alinhavada pelos Clean Bandit, deu-lhe também o seu vídeo mais visto no YT até aos dias de hoje, com mais de mil milhões de visualizações. Notável. 

3º "Can't Tame Her" (2023)- Na aurora de 2023 e depois de uma série de singles menos aplaudidos, um renascimento parecia possível. Embalado na fúria synthpop oitentista de "Blinding Lights" e na lírica emancipadora de uma mulher que vive a sua verdade, "Can't Tame Her" foi efectivamente um dos melhores singles pop que escutámos no ano passado. Mas 2016 ficou lá atrás e por isso foi um êxito... modesto. Fica o banger para a posteridade. 

2º "I Would Like" (2016)- O sucesso desta canção é provavelmente uma das maiores surpresas da carreira de Zara, no sentido em que apanhou todos desprevenidos. Bastou uma actuação ao vivo no The X Factor para chegar à vice-liderança da tabela de singles britânica, onde atingiria a certificação de platina. Sem videoclip ou sequer ser single oficial, apenas pelo arraso da produção electropop e do assanhado sample de "Dat Sexy Body" da jamaicana Sasha a conferir o tempero dancehall. 

1º "Lush Life" (2015)- Uma adolescente de 17 anos tomava as tabelas de assalto com uma canção tão simples e certeira de coolness desmedida, sobre viver segundo o lema carpe diem - a vida não parecia tão mais simples, ou fomos nós que a complicámos entretanto? Ainda o maior hit global de Zara, com certificação de diamante em França e na Polónia, e dez platinas na sua Suécia, "Lush Life" é o amor de Verão a que não nos cansamos de voltar uma e outra vez. 


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