10 apostas para a Eurovisão 2024

Na contagem decrescente para a 68ª edição do Festival Eurovisão da Canção, damos ouvidos às canções e protagonistas mais sonantes deste ano. Façam as vossas apostas:


Nemo- "The Code" (Suíça)

Um unicórnio a cavalgar entre os favoritos, a proposta suíça deste ano é uma ópera pop-rap-breakbeat sobre a adversidade de encontrar clareza e liberdade na expressão identitária, entregue de forma brilhante na voz de um não-binário Nemo, que se arrisca a conquistar a terceira vitória do seu país na Eurovisão - a primeira em trinta e seis anos, desde que Céline venceu com "Ne partez pas sans moi".


Baby Lasagna- "Rim Tim Tagi Dim" (Croácia)

O efeito Käärijä faz-se sentir em 2024: a primeira de duas influências notórias joga pelas cores da Croácia e tem dividido com a Suíça a liderança nas casas de apostas. Baby Lasagna é o nome do homem que ou dá a vitória inédita à Croácia, ou a melhor posição de sempre alcançada pelo seu país na Eurovisão. O hipnotizante techno-metal de "Rim Tim Tagi Dim" tem carga de meme, mas é também uma canção sobre a crise de emigração que tem levado os jovens croatas a sair do seu país. Patriotismo ao alto, rave-indicar por aí. 


Angelina Mango- "La Noia" (Itália)

Um festão sem fim. Cheira ao mar Mediterrâneo, a cumbia e a reggaeton: a Rosalía deste ano vem de Itália e promete lutar pelo título, três anos depois dos Måneskin terem dado à Itália a terceira vitória eurovisiva. Que bom é ver uma cara feminina a representar o país - depois de dez anos sucessivos no masculino - e que frescura e encanto que este tema traz. O top 3 é praticamente garantido. 


Joost Klein- "Europapa" (Holanda)

Efeito Käärijä, parte II: a Holanda a trazer de volta a cultura rave/eurodance via 2 Unlimited ou Vengaboys, com uma canção imensamente infalível que é outro caso de meme com coração dentro, não versasse ela sobre o falecido pai de Joost, que o ensinou a sonhar com um mundo sem fronteiras. Permissão para dançar descontroladamente.


Kaleen- "We Will Rave" (Áustria)

A Áustria acordou e decidiu que queria dançar como se 1999 nunca tivesse passado de moda. Colossal canhão eurodance com elementos techno, "We Will Rave" promete levar a Malmö Arena ao êxtase total, se é que o vídeo e a coreografia de Kaleen são bons indicadores do que poderemos esperar na segunda semi-final. 


Bambie Thug- "Doomsday Blue" (Irlanda)

Por seu lado, a Irlanda acordou um dia e decidiu deixar de ser o país mais sem sal do certame, e portar-se como a nação mais vitoriosa da Eurovisão (título que divide agora com a Suécia), que é como quem diz, voltou a ganhar fôlego competitivo. "Doomsday Blue" é uma das propostas mais arriscadas e não ortodoxas deste ano, expressão inventiva do conceito "ouija-pop" que Bambie Thug apresenta - será seguramente para alcançar a melhor classificação da Irlanda neste século. 


Slimane- "Mon Amour" (França)

Nem só de extravagância e de cultura rave se faz a edição deste ano. A bela França apresenta-nos uma balada dos sete costados que será uma das grandes interpretações da noite. A pujança e proeza de Slimane e "Mon Amour" tentarão conquistar o título que escapa aos franceses há quase cinquenta anos. Talvez não será desta, mas um lugar no top 10 não lhes escapa.


Marina Satti- "Zari" (Grécia)

Afinal não é só a Itália que joga forte no campeonato Rosalía: também a Grécia se agiganta em 2024 com uma Marina Satti que une tradição e modernidade graças a um "Zari" que se aloja no ouvido e não sai de lá mais. Muita curiosidade acerca de como isto pode resultar em palco e elevar as suas hipóteses. 


Aiko- "Pedestal" (Chéquia)

Fora do radar das favoritas, mas com extremo potencial para se tornar num cavalo negro da competição, surge o punk pop de Aiko, que se destaca das demais propostas com um tema sobre auto-afirmação na ressaca de uma separação amorosa, que arranca com a quinta engatada e deixa pedras e gravilha à sua passagem. 


Iolanda- "Grito" (Portugal)

Há destinos que só se cumprem quando o tempo é o certo. Iolanda teve um dos percursos mais sofridos em talent shows nacionais, mas não desistiu e soube tornar-se na artista que tinha guardada dentro de si. Hoje, com um EP editado e a dar os seus primeiros espectáculos em nome próprio, o momento é dela. Foi a escolha óbvia do Festival, onde se apresentou com uma performance digna da final, do título que almejava, e dos maiores palcos do mundo - do figurino, staging, presença à encenação coreográfica. Não importa o que acontecer na semi-final, ou até mesmo depois: esta é a maior história de superação da música portuguesa nos últimos anos. Voa, Iolanda.

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