Kim Petras em 11 canções essenciais

 


Kim Petras é o momento. A ter finalmente a sua chance de romper o mainstream graças à participação em "Unholy", o obscuro e indecoroso novo single de Sam Smith que está a tomar os tops de assalto, a verdade é que o culto em torno de Kim Petras tem vindo a ser construído nos últimos cinco anos.

Nome de relevo não só para a comunidade LGBTQIA+ bem como para os mais acérrimos fãs da pop, Kimmy tem deixado obra vasta e apreciada que vale a pena ser recordada agora que o mundo começa a despertar para si. Vamos a isso, woooo-ahhhhh! 

1) "I Don't Want It at All", Era 1 (2017)- Do sintetizador suculento, passando pela voz de Barbie alemã estridente (mas afinada) de Kim, ao polimento dance pop via 80s com aura de "Material Girl" conferido por Dr. Luke e Cirkut - não há amor como o primeiro, e este não só é o melhor cartão de visita que Kim Petras poderia ter pedido, como uma das melhores canções pop feitas na última década. O cameo de Paris Hilton no vídeo é a purpurina no topo do bolo.

2) "Hillside Boys", Era 1 (2017)- Se Cindy Lauper e Katy Perry tivessem criado um embrião juntas, esse embrião ter-se-ia transformado nesta canção: pop assolapada acerca de como os miúdos ricos de L.A. partem sempre corações alheios. Ohh the rush and the bling bling...

3) "Faded", Era 1 (2017)- Uma feel-good song cheia de swag, a apontar novos caminhos para a sua autora, com a sua génese electro-hop meio desengonçada que de alguma forma acaba por resultar, porque a produção é simplesmente demasiado boa. 

4) "Heart to Break", Era 1 (2018)- Segunda entrada de Kimmy para o livro de melhores canções pop da última década, "Heart to Break" é para muitos considerada o pináculo do seu percurso e é fácil perceber o porquê: funciona como a versão de "Teenage Dream" do multiverso, com o seu conceito de entregar o coração sem reservas a alguém tóxico, mesmo sabendo que no final irá doer. Nada bate o êxtase descontrolado inicial, e esta canção é justamente a incorporação fiel disso. Bop mais que perfeito. 

5) "All the Time", Era 1 (2018)- Adoramos um bop infalível sobre apetite sexual insaciável, oh como adoramos. Produzido pelos imbatíveis Dr. Luke e Cirkut, é como se "Last Friday Night (TGIF)" fosse combinado com concentradas doses de T e safadez - e ainda consegue soar a uma feel-good song. Incrível, não é?

6) "Close Your Eyes", Turn Off the Light, Vol 1 (2018)- É certo e sabido que há todo um mercado para canções de Natal, mas e de Halloween? Sorte a nossa, é a quadra favorita de Kimmy e a sua apetência para bops brilha ainda mais intensamente durante esse período: assim nasce o seu primeiro EP temático, que mais tarde alargaria para o seu segundo álbum. Gótico-posh-choque nunca soou tão bem. 

7) "Sweet Spot", Clarity (2019)- O primeiro álbum oficial de Kim Petras é decididamente mais ostensivo, visual e musicalmente falando. A disco-pop/french house do sugestivo "Sweet Spot" é das pérolas maiores e mais bem conseguidas do projecto, unindo vértices entre o universo dos Daft Punk e Kylie Minogue. 

8) "Do Me", Clarity (2019)- O primeiro LP não fica mais extasiante e explícito que isto. Chamemos-lhe hoe pop desavergonhada disfarçada de slow de baile de finalistas? Bendito descaramento...

9) "Icy", Clarity (2019)- Não é que "Starboy" precisasse de uma versão feminina, mas a ter que existir, ainda bem que foi assinada por Kim, aqui transformada em rainha do gelo por culpa de uma separação agreste. 

10) "Malibu" (2020)- Estávamos nós a atravessar a pior Primavera das nossas vidas, confinados e megulhados em incertezas, e vem Kim Petras alumiar as nossas vidas com a fúria tropical de "Malibu", êxtase bubblegum pop enredada em trocadilhos entre o azul dos olhos de um sujeito e o azul idílico da ilha de Curaçao - foi o regresso em grande à pop garrida e colorida dos seus primórdios.

11) "Future Starts Now" (2021)- Este seria o primeiro single de Problématique, o seu terceiro álbum entretanto arquivado por obra e graça da Republic Records, mas apontou estacas para o presente entusiasmante que Kim vive agora. Novamente, ecos de Kylie e Dua Lipa na mixagem, com a sua toada disco-house optimista. O futuro chegou e é incrível. 


Justiça cósmica ou um segredo bem guardado por demasiado tempo, é hora de Kim Petras cumprir o seu desígnio e passar a ser um ícone à escala global. By the power of woooo-ahhhhh, fly, dear Kim!

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