10 apostas para a Eurovisão 2023

Estamos em plena semana eurovisiva, e o tempo é de júbilo. Olhemos para algumas das canções mais entusiasmantes deste ano:


Loreen- "Tattoo" (Suécia)

Pode o trovão cair duas vezes no mesmo sítio? Quando é Loreen a segurá-lo, muito possivelmente. A feiticeira sueca que há onze anos devolveu a Eurovisão aos seus dias de glória, ganhou destacadíssima o Melodifestivalen e seguiu igualmente isolada na liderança nas casas de apostas nos meses que se seguiram à sua vitória graças à sua avassaladora canção trance-pop. A confirmar-se o cenário, será a primeira artista feminina a ter ganho o Festival por duas ocasiões e fará com que a Suécia empate com a Irlanda pelo maior nº de vitórias no certame. Que os Deuses eurovisivos estejam com ela.


Noa Kirel- "Unicorn" (Israel)

Estrela maior no seu país desde tenra idade, Noa Kirel chega ao palco eurovisivo aos 22 anos de idade com uma das canções pop mais sonantes (e intrigantes) da edição deste ano. Os ensinamentos líricos são de Lady Gaga, a pose de Dua Lipa, mas o exotismo é inteiramente dela, graças à incorporação de hebraico e a um disruptivo dance-breakdown que conduz a um glorioso final. Não será nada menos do que fenomen-fenomen-fenomen-al.


La Zarra- "Évidemment" (França)

Quanta classe. Quanta sofisticação. Quanto primor. França acerta na mouche este ano com uma chanson que é também um hipnotizante pedaço de disco-house produzido pelos Banx & Ranx, conduzido sem mácula pela canadiana La Zarra. Mal podemos esperar pela hora em que a bola de espelhos desça, e sejamos todos banhados pelos seus feixes cintilantes. Evidentemente, um arraso.


Alessandra- Queen of Kings (Noruega)

Directamente da edição norueguesa do The Voice, Alessandra, de apenas 20 anos, faz o seu debute com a fúria techno-pop imperial de um "Queen of Kings" que fala de empoderamento feminino em ambiência bélica. Tem sido um dos favoritos do público desde o início, por isso muito certamente não lhe escapará um lugar no top 5. 


Mae Muller- "I Wrote a Song" (Reino Unido)

Inebriados pelo novo fôlego da quase-vitória de Sam Ryder no ano passado, o Reino Unido joga em casa pela força e graça de um "I Wrote a Song" - dance pop com um certo flaire latino sobre humilhar publicamente um ex - defendido pela próxima tentativa de dar ao mundo uma nova Dua Lipa. You go, girl. 


Brunette- "Future Lover" (Arménia)

Inegavelmente uma das mais distintivas entradas na selecção musical deste ano, a Arménia irrompe com uma canção neo-R&B interpretada por uma jovem de 21 anos que entrega um manifesto de esperança e integridade dirigido a um futuro parceiro. Tem tudo para nos entregar uma actuação acesa e intensa.


Teya & Salena- "Who the Hell Is Edgar?" (Áustria)

No campeonato da "canção-paródia-que-acaba-por-resultar-de-tão-boa-que-é", esta segue destacada. "Who the Hell Is Edgar?" evoca uma posessão criativa na figura de Sir Edgar Allan Poe que não é mais do que uma crítica à indústria do ghostwriting e ao sacrifício da verdadeira integridade criativa. Isto enquanto se reveste de um autêntico hit pop, com introdução bizarra, vocalizações maquinais e um coro operático fantasmagórico.


Mia Nicolai & Dion Cooper- "Burning Daylight" (Países Baixos)

A nação previamente conhecida como Holanda está decidida a reconquistar o troféu eurovisivo com uma balada apaixonante que até tem a mão de Duncan Laurence, o vencedor de 2019. Até aqui não têm estado destacados nas apostas, mas todos sabemos como o público eurovisivo gosta de um bom dueto misto. 


Pasha Parfeny- "Soarele şi Luna" (Moldávia)

Tal como Loreen, também o moldavo Pasha Parfeny regressa à Eurovisão passados onze anos, com uma canção alt folk que retém alguns dos ensinamentos de "Stefania", a canção vencedora do ano passado. A cumprir bem a quota do misticismo inerente ao certame, e com espaço para impressionar. 


Mimicat- "Ai Coração" (Portugal)

Depois de anos agarrados ao modelo baladeiro/intimista/contemplativo, enviamos por fim uma canção uptempo que consegue soar a cabaret, fado e balcãs em simultâneo, traduzindo ainda portugalidade pelo caminho. Não menos notável, cede a Mimicat o holofote que lhe andava a escapar há muito. Bate forte, fortemente.

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