A Sabrinificação da pop em quatro actos

 


O público finalmente catapultou Sabrina Carpenter para a primeira liga da pop, e o momento é de aclamação universal: para trás ficam dez anos de aplicado estudo, cinco álbuns de inéditos e uns quantos hits desperdiçados (justiça para "In My Bed", "Fast Times" ou "Read Your Mind"). 

A mudança comportamental não aconteceu da noite para o dia, mas há quatro canções essenciais que ajudam a explicar o porquê das atenções se terem centrado em si, depois de uma década a ser constantemente ignorada. Sabrinifiquemo-nos:


"Nonsense" (2022)

Não era de todo a canção arterial do confessional Emails I Can't Send (2022), mas foi aquela que mais conquistou os fãs, não só pela toada pop-R&B mui Arianesca circa 2019, mas pelos múltiplos outros que a sua autora foi adaptando para as cidades em que a sua digressão assentava arraiais, ou para as performances televisivas que foi tendo pelo caminho. Tamanho investimento levou a que viralizasse no TikTok - a graça natural fez o resto. 


"Feather" (2023)

Com "Nonsense" a abrir as comportas, o Verão de 2023 viu chegar a edição deluxe de Emails I Can't Send, que em boa hora foi socorrido por um celestial bop disco-pop sobre a leveza na pós desvinculação romântica, potenciado por um vídeo que evidencia a personalidade divertida da cantora, e que deixou em brasa a Igreja Católica por alegado uso indevido de uma das suas propriedades. Ao mesmo tempo que Sabrina abria datas para Taylor Swift, "Feather" levou-a ao patamar seguinte.


"Espresso" (2024)

O barulho em torno do seu catálogo crescia, mas faltava ainda algo maior - um êxito universal. Saída da The Eras Tour e prestes a pisar o palco do Coachella, Sabrina entregou-nos em Abril último aquele que viria a ser o êxito indisputável deste Verão, quiçá do ano inteiro. Da batida pop/disco, passando pela lírica sugestiva e infalível - "I'm working late, cause I'm a singeeeerrrr" dá a volta à cabeça de qualquer um - até ao vídeo de Dave Meyers que captura na perfeição o espírito da canção: isto é pop imbatível e divertida a valer ao nível de Teenage Dream. Vinde, aclamação!



"Please Please Please" (2024)

O que fazer quando se tem um hit ubíquo que ainda não descolou dos ouvidos de ninguém? Dar ao público algo mais, querendo provar que não foi caso único, claro está. Não é de espantar, por isso, que "Please Please Please" tenha ficado com os louros do caminho que "Nonsense", "Feather" e, sobretudo, "Espresso" abriram. O primeiro nº1 de Miss Carpenter nos EUA foi mesmo com este sonante aviso ao actual parceiro amoroso, algures entre a country delicada de Kacey Musgraves e o balanço pop airoso de Olivia Newton-John. O vídeo protagonizado por Barry Keoghan propagou ainda mais o sucesso. 

 

Short n' Sweet, o sexto de originais do seu percurso, tem edição esperada para o próximo dia 23 de Agosto, e o céu é o limite, agora que estamos todos sintonizados no que Sabrina Carpenter tem para nos oferecer. 

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