Rihanna from the Sun
A ter morada fixa, o nº1 seria o poiso natural de Rihanna. São 11 anos passados na nata do mainstream, sem nunca descurar as suas raízes. Rihanna é hoje uma cidadã do mundo, mas o seu berço permanece na ilha de Barbados, algures perdida no mar das Caraíbas, que volta e meia é pano de fundo para algumas das mais inspiradas (e nem sempre amplamente conhecidas) canções da sua discografia.
À luz do recente "Work" - tema dancehall em embrulho pop - cujo tremendo sucesso a devolveu à estratosfera, percorremos agora outros 12 temas em que o sol, o mar e a brisa dos trópicos trouxeram ao de cima a autêntica Bajan girl que é parte da sua essência:
"Pon de Replay", Music of the Sun (2005)- Em 2004 uma estampa caribenha de 16 anos surge diante de Jay-Z com um leque de canções entre as quais se contava este que viria a ser o seu single de estreia, mergulhado em dance pop e R&B mas combinado com ritmos dancehall e reggae. Barbados ali tão perto e o mundo ao virar da esquina.
"You Don't Love Me (No, No, No)", Music of the Sun (2005)- Remake do original de 1994 da artista jamaicana Dawn Penn, gravada primeiro em 1967 com arranjo rocksteady, mas só a conhecer aclamação popular quando a cantora fez uma versão dancehall. Que RiRi reproduz aqui a régua e esquadro.
"Kisses Don't Lie", A Girl Like Me (2006)- Um dos títulos mais fortes do seu segundo álbum, já num desprendimento do som caribenho para um híbrido mais pop e R&B. "Kisses Don't Lie" mistura elementos de rock com reggae, à boa moda do Rei Bob.
"Break It Off", A Girl Like Me (2006)- Versão evolutiva de "Pon de Replay", une-a ao jamaicano Sean Paul, um dos principais difusores do dancehall no mainstream nos anos 00. À época causou ondas por ter atingido o top 10 da Billboard Hot 100 sem qualquer vídeo promocional.
"Rude Boy", Rated R (2009)- Depois de um interregno para explorar linguagens mais universais em Good Girl Gone Bad (2007), Rihanna voltou a celebrar as suas raízes no álbum seguinte com esta pérola dancehall de elementos ragamuffin forjada pela dupla norueguesa StarGate. Surpresa das surpresas, foi o maior êxito desta era.
"What's My Name?", Loud (2010)- Para todos os efeitos é uma composição electro-R&B, mas não seria tão aditiva sem a brisa insular que encerra, como o tempero semi-reggae e ska bem demonstram. A valer-lhe novo êxito global e a primeira de frutuosas colaborações com Drake.
"Man Down", Loud (2010)- Com inspiração directa em "I Shot the Sheriff" de Bob Marley, "Man Down" surge como composição reggae basilar de Loud, na qual RiRi narra os acontecimentos que a levaram a pôr fim à vida de um homem. Para dançar alarmado.
"You Da One", Talk That Talk (2011)- Dr. Luke também se ajeita com temperos caribenhos, nesta canção que serviu de segundo single ao seu sexto álbum de estúdio. De génese pop e reggae, recolhe influências adicionais de dancehall e dubstep.
"Cockiness (Love It)", Talk That Talk (2011)- Exotismo e perversão ao máximo numa das oferendas mais escaldantes de Talk That Talk, cozido dancehall em cama dubstep. E a voz usada como chicote arma de arremesso, é qualquer coisa de extra(ordinário). Mr. Bangladesh assina.
"Watch n' Learn", Talk That Talk (2011)- Esteve forte o espírito de Barbados nesta era. "Watch n' Learn" não destoaria de 4 (2011) de Beyoncé: agitada mescla dancehall com elementos reggae cercada de estalidos de dedos, percussão, sintetizadores e uma deliciosa brisa insular.
"No Love Allowed", Unapologetic (2012)- Versão mais pacífica e evolutiva de "Man Down", é um novo monumento erguido à figura de Bob Marley. De alicerces reggae e groove dub, é adornada por uma orelhuda linha de baixo, teclas e leves pormenores electrónicos.
"Consideration", Anti (2016)- Estupendo tema de abertura do seu mais recente disco, misto de ambiência dub com elementos de boom bap, polvilhado com o seu sotaque Bajan. É tão melhor quando Rihanna faz as coisas à sua maneira.
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