8 canções fantabulásticas dos Alphabeat

Foi há pouco mais de uma semana que os Alphabeat - a banda pop dinamarquesa que mais sucesso fez por essa Europa fora desde os Aqua, possivelmente - terminaram o hiato que durava há seis anos e assumiram de novo o compromisso de fazer música para nos deixar de sorriso no rosto e ginga incontrolável no corpo.

Celebramos, portanto, com um punhado de canções fantabulásticas do seu catálogo:

1) "10.000 Nights of Thunder", Alphabeat (2007)- O disco de estreia cumpre actualmente doze anos, mas a febre alphabeat-iana só se alastraria a terras de sua majestade em 2008, gravando o grupo, para o efeito, versões internacionais de alguns dos vídeos que já haviam lançado até então. "10.000 Nights of Thunder" é pura perfeição pop dinamarquesa a nivelar com a excelência dos ABBA: entram teclados, bateria, guitarra, baixo e aquela fabulosa dicotomia vocal entre rapaz/rapariga. 

2) "The Spell", The Spell (2009)- Dois anos separaram a edição dos dois primeiros discos, mas para a banda o intervalo foi inexistente: foi passarem da estrada para o estúdio de gravação, aproveitando o interesse e aclamação que o disco de estreia havia gerado. Ainda assim, a mudança de compasso foi notória, com a diluição da sua pop em texturas mais próximas da europop, dance e house music. "The Spell" marcou o tiro de partida - chegando a nº1 na Dinamarca e nº20 no Reino Unido.

3) "The Hours", Alphabeat (2007)- Do I have to wait so lo-o-o-o-ong? De novo aquela produção pop imaculada e a dinâmica adorável entre Stine Bramsen e Anders SG entregues num tema de inescapável assobio que conta os minutos e os segundos até ao encontro com o crush, e que a dada altura adquire algumas heranças da surf music. 

4) "Into the Jungle", Alphabeat (2007)- Ainda do fascinante debute, um tema que isolado da restante estrutura poderia facilmente pertencer ao catálogo de uma banda indie rock, mas que depois incorpora elementos de sopro e metais e versos que parecem exponenciar todo um imaginário infantil. Oh, e o facto de Anders SG assumir o papel de vocalista principal não deve ser menosprezado. Go wander, go wander...

5) "Vacation", Express Non-Stop (2012)- Talvez pelo facto da Dinamarca ser o país mais feliz do mundo, ou simplesmente pelos Alphabeat serem uma banda composta por pessoas felizes, existe uma espécie de êxtase indescritível associado à audição das canções do grupo, raras vezes nivelado por outros congéneres. "Vacation", cartão-de-visita do 3º álbum, é exemplo máximo disso: o escapismo como motor, as vozes paradisíacas de Anders e Stine e a instrumentação agitada (maracas incluídas!) a transportar o sol e o mar. Ahhhh, incrível!!

6) "Hole In My Heart", The Spell (2009)- Se o primeiro single de The Spell ainda cultivava algum do espírito jubilante da estreia, o segundo foi directo à pista de dança como se 1994 nunca tivesse passado de moda. A batida eurodance reveste-se de drum machine pontuante e piano eufórico, com os vocalistas a tomarem partidos distintos na canção, que versa sobre uma paixão capaz de nos virar do avesso. 

7) "Heat Wave", The Spell (2009)- Quarto e último single do segundo álbum, "Heat Wave" chegou no Verão de 2010, numa altura pródiga em monstruosos bangers EDM, ainda que este se aproxime mais do registo eurodance de uns Cascada, por exemplo. Entregue em modo "oh-oh, temos aqui algo a escaldar e está mesmo quase a rebentar", fechou com estrondo esta era e abriu caminho para uma merecida pausa.

8) "Fascination", Alphabeat (2007)- Ahhh, esta tem que ser a canção pop mais esfuziante de todos os tempos! Foi aqui que tudo começou para a trupe dinamarquesa, no Verão de 2006, com uma gigantesca canção power pop de rastilho curto sobre a tremenda alegria de se ser jovem. O tema, que chegou a musicar uma campanha da Coca-Cola, seria lançado dois anos depois no resto da Europa, atingindo o 6º lugar da tabela de singles britânica. Todos estes anos volvidos, ainda vivemos alegres e felizes nesta fas-ci-na-tion!

Duas ou três notas a finalizar:

- Não era nada mal pensado torná-los embaixadores do turismo dinamarquês;

- Uma possível entrada no circuito da Eurovisão não seria de todo descabida;

- Escutem "Shadows", o fantástico novo single, se é que ainda não o fizeram;

- Seríamos todos um nadinha mais felizes se os escutássemos regularmente.

Bem-vindos de volta!