5 canções para nos lembrar que Britney Spears (ainda) é um ícone

Há quatro anos que não temos novidades musicais de Britney. Há pelo menos um que ouvimos falar recorrentemente dos seus problemas na justiça, pela tutela das suas finanças e pelo controlo de todas as decisões que envolvem a sua carreira. Há mais de vinte que é um ícone absoluto e parece que ultimamente tudo isso é remetido para segundo plano em prol da sua frágil saúde mental e da sua bizarra rotina de posts no instagram.

Vamos tentar esquecer isso por momentos e enaltecer o seu precioso catálogo. Bastam cinco canções:


"Stronger", Oops!... I Did It Again (2000)

Hush. Just. Stop. There's nothing you can do or say. O fenómeno havia despontado há menos de dois anos, mas já havia passado toda uma vida por Miss Britney Spears. Quão poderoso era tê-la, estrela maior do universo com apenas 18 anos, a emergir vitoriosa de uma desvinculação romântica e a bradar aos sete ventos uma declaração de independência tão sonante quanto "my loneliness ain't killing me no more"? Joseph Kahn queria pô-la a combater um dragão, mas Britney bateu o pé e fez prevalecer a sua vontade de ter um vídeo coreografado com uma cadeira - icónico de uma ponta à outra. 


"I'm a Slave 4 U", Britney (2001)

É difícil eleger o momento mais marcante em torno deste single que assinalou o despertar sexual de Spears: se a actuação dos VMAs em que surge com uma píton albina aos ombros, se este vídeo pecaminoso em que ela e os seus dançarinos dançam até à beira da desidratação. Produzido pelos então ubíquos Neptunes de Pharrell, "I'm a Slave 4 U" foi crucial na mudança de carácter e tom do seu catálogo, sendo também essencial na revolução sexual que praticamente todas as suas sucessoras acompanhariam.


"Me Against the Music", In the Zone (2003)

Ainda hoje estamos para perceber como é que um encontro entre os dois maiores colossos pop femininos das suas gerações não parou o universo. Aconteceu há dezassete (!) anos e ainda está para nascer a colaboração que supere a magnitude deste momento: uma aguerrida construção dance pop e hip hop de Tricky Stewart sobre o acto libertador de nos perdermos na música no meio da pista de dança. Há um entusiasmante jogo do gato e do rato entre Britney e Madonna, e possivelmente aquela que é a melhor (e mais complexa) rotina de dança da sua videografia.


"3", The Singles Collection (2009)

Vamos aligeirar um bocado a atmosfera? Nenhuma melhor do que a sua ode às threesomes para cumprir o serviço. Escassos cinco anos após a sua primeira revisão de carreira, encontrávamo-la de novo em modo retrospectivo com uma canção electropop de Martin e Shellback que não só não esconde ao que vai como ainda arrasta o trio folk Peter, Paul and Mary para o poço de devassidão. Aí estava ela no fecho da década passada a cimentar com estrondo o seu retorno à proeminência. 


"Work Bitch", Britney Jean (2013)

Britney Jean é possivelmente o título mais mal-amado da sua discografia, mas ninguém contesta que "Work Bitch" foi um tiro inaugural do caraças. Nascida no início do declínio da era EDM que contaminou a cultura pop de então, chegou com créditos autorais de will.i.am e Sebastian Ingrosso e um vídeo de orçamento faraónico (que lhe valeu, inclusivé, um lugar na lista dos mais dispendiosos de sempre) que serviu para assinalar o início da sua residência em Las Vegas. 


É já um bocadinho difícil saber em quem e no que acreditar nesta fase do processo. Mais do que certo, é que Britney por esta altura já devia ter ganho pleno controlo da sua vida. Com a carreira pode fazer o que bem lhe entender - não lhe podemos cobrar mais nada, apenas agradecer pelos fantásticos anos de discografia icónica. E é esse legado que temos que continuar a honrar. 

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