Questionário 10 Anos Into the Music com... Rodrigo Figueiredo

O Rodrigo é uma das pessoas mais incríveis que conheço e que tenho o prazer de poder chamar amigo. Acompanha o blogue praticamente desde o começo e tem sido um dos elementos mais importantes nesta viagem. Hoje, as palavras são dele:

ITM- Lembras-te de como e quando descobriste o blogue?

RF- Acho que tenho uma vaga ideia sim. Lembro-me de quando descobri o blogue, havia uma grande sede por estar o mais atualizado possível no mundo da música, e deveria andar no meu 7º ou 8º ano quando se deu esse feliz encontro. Como cheguei? Pela Sara, uma amiga da minha irmã, que tinha o fortúnio de ser tua grande amiga, e me recomendou este espaço bonito da internet. 

(#blessed)

ITM- Descreve-nos a tua dieta musical.

RF- Acho que sou uma pessoa muito eclética, e se me fizesses a pergunta na altura que havia descoberto o blog, diria pop e pop rock, sendo os Paramore e a Kelly Clarkson os meus artistas de eleição. Com o passar dos anos, os meus gostos foram ganhando outras camadas, muito até por artistas que fui descobrindo aqui, e lá fui namorando coisas mais indie, como os Florence and the Machine, ou até campos mais folk, como o início dos Mumford & Sons. Tive, também, uma fase muito portuguesa, numa altura muito bonita da música nacional, com artistas como o Noiserv, a Márcia, a Isaura, o B Fachada, o Samuel Úria, os D’alva, entre outros. Atualmente, desde que descobri melhor o trabalho de uma Larissa de Macedo Machado, tenho andado muito entusiasmado e atento ao que se faz no Brasil, e tem sido artistas como o Silva, o Jão ou a Iza que mais tem povoado os meus ouvidos.



(I. Remember. Everything.)

ITM- Diz-nos uma música e um álbum que mais te tenham marcado nestes últimos dez anos.

RF- Epá, que pergunta difícil, e sei que qualquer coisa que escolha, daqui a 5 minutos já me irei arrepender… Mas vamos lá!

Música: "Everything is Embarrassing" (2012), da Sky Ferreira.
Partilho apenas isto: era tão grande o meu amor por esta música, que foi até o meu toque de telefone…. Porém, não por muito tempo, porque houve aquela fase de já a associar ao meu toque de chamadas, o que lhe tirava algum charme.
E, antes que me esqueça, obrigado Blood Orange a.k.a Dev Hynes. (E pelo "Losing You", também!)

Álbum: Casulo (2013), da Márcia 
Admito que talvez seja um pouco para te picar, mas este álbum é tão precioso. Lembro-me que descubro a Márcia perto do lançamento do Casulo. Cruzo-me com o "Deixa-me Ir", o primeiro avanço do disco, e fico rapidamente enamorado. Havia algo de transcendente, melancólico e nostálgico na música e no vídeo que mexeu muito comigo. Quando saiu o álbum, lembro-me de o escutar muitas vezes, de entrar nesse casulo, nessa intimidade, de me encantar com detalhes e escolhas da produção do disco, e de me preencher muito as medidas, tanto no som como nas letras. Enfim, dos álbuns da minha vida.

Menções honrosas: o EP de 2012 da Solange, o True, e a música do Jorge Cruz, "Tornados", também de 2012.

(#bolado)



ITM- E agora um pouco menos complicado. Ou talvez não. O melhor videoclip e concerto que viste também no mesmo período de tempo.

RF- Não foi fácil, e agora também não está fácil, senhor Gonçalo.

O melhor videoclip, para nem ter de pensar muito, e porque pensei nele há pouco tempo, o Cool da Gwen Stefani.
Só mesmo antes de enviar este questionário, percebi que o Cool já está fora do intervalo, por isso o "Runnin' (Lose It All)", do Naughty Boy e Beyoncé.

Concerto… Vou escolher o primeiro da Gisela João no Coliseu, em 2015, onde fui contigo! E houve um coração do tamanho da distância entre Lisboa e Barcelos. Houve alma, saudade e rancho popular! 

ITM- Conta-nos que outras três coisas gostas tanto nesta vida como do Into the Music?

RF- Cinema, canais de Youtube brasileiros e bife na pedra! 

(e sopa de pedra também a acompanhar, não?)

ITM- Preferes ouvir música em streaming, mp3, gira-discos ou na velha e boa estereofonia?

RF- (Consideravas o Youtube streaming? Porque é na realidade o que mais uso) 
Mp3, principalmente em longas viagens! Se bem que acho uma certa graça ao discman, que acho injusto não referires.

(nem sei bem como me fui esquecer, mas também venero e uso o bom e velho discman!)

ITM- Imagina que o Spotify era alvo de um ataque pirata e só disponibilizava três álbuns durante uma semana: o primeiro dos Nickelback, a colectânea de êxitos dos Santamaria ou o menos mau da Selena Gomez. O que é que fazias?

RF- Fácil, ouvia a coletânea de êxitos dos Santamaria e o menos mau da Selena Gomez.
Aliás, a minha dieta musical de verão de infância é muito à base de Santamaria, por isso, vou-me já preparar para ouvir em loop o "És demais", que era a minha música favorita.

(vou pagar para ver isso acontecer, ok?)

ITM- Há algum post que mais tenhas gostado ou algum espaço favorito que tenhas ao longo destes dez anos do Into the Music?

RF- Tantos, caramba! Mas recordo com muito carinho o A Hundred Million Suns, que fui seguindo e comentando com muito afinco! 

(e és ainda o recordista de comentários na contagem geral #facts)

ITM- Vamos assumir que tinhas poder para construir o cartaz de um mega-festival em Portugal. Como é que o intitularias, que identidade lhe conferirias e - mais importante de tudo - quais seriam os teus três cabeças de cartaz?

RF- O nome: Óó-linda (bem português, hein?)  
Identidade: Muito eclético, e teria um chamego bem português, com pão com chouriço e caldo verde. E era obrigatório a que 50% dos artistas fossem nacionais.
Os três cabeças de cartaz: Beyoncé (com participação surpresa da Solange e das Destiny's Child), Paramore (com a Lorde e a Billie Eilish a tocarem no mesmo dia), e a Anitta (este dia era exclusivamente em língua portuguesa, se bem que a Anitta podia cantar as faixas dela em espanhol).

Deves estar a achar tão à toa, mas estarias lá caidinho, e com pulseira para os três dias, aposto!

(Esquece a pulseira, quero mas é um golden pass para esse festival!!)

ITM- Qual é para ti o artista mais marcante que descobriste no espaço dos Magníficos Materiais Desconhecidos?

RF- Confesso que fui rever os artistas desse espaço, e é incrível como muitos já não são desconhecidos, mas continuam magníficos.
Entre tanta coisa boa, escolho a Birdy. Partilho uma coisa engraçada, que criou uma rápida empatia com a moça, partilhamos a mesma idade, sendo ela apenas um dia mais velha que eu. Sei que este facto mexeu logo comigo, e um Rodrigo de 15 anos, que estava numa fase muito melancólica, e até um tanto indie/hipster, teve ali um casamento perfeito. Lembro-me que ouvi o primeiro disco vezes sem conta, e outras tantas vezes corria os singles no Youtube.
Na minha opinião, o que ela faz com a música de outros, em tão tenra idade, no primeiro trabalho, foi tão tão especial. Se nunca ouviram, façam-no. É tão delicado, tão mágico. Vale a pena!
Ainda acompanhei o segundo álbum, mas agora já lhe perdi o fio, talvez esteja na hora de pôr a conversa em dia com a moça.
(Aqui, poderia, também, ter escolhido a Lorde, por razões semelhantes, até de idade, mas hoje escolho a Birdy).

(Como não? Será sempre a nossa pequena.)



ITM- Supõe que encontravas um génio da lâmpada melómano que tornava possível um destes duetos de sonho:

a) Britney Spears feat. Christina Aguilera
b) Janet Jackson feat. Ciara
c) Justin Timberlake feat. Bruno Mars
d) Ariana Grande feat. Mariah Carey
e) Beyoncé feat. Rihanna

Qual escolherias, sabendo que a tua resposta implicaria a erradicação da tua guloseima favorita. Para. Todo. O. Sempre.

RF- Acho improvável qualquer um, mas vou para o mais difícil de acontecer, balançando com a minha guloseima favorita (se bem que aqui podias ter escolhido algo mais complicado, do género, a tua mãe ficar com bigode para sempre):

Opção d), que venham de lá esses whistles.

(Bem, assim a vergonha seria dela, não tua. Perder a tua guloseima favorita é bem mais tramado, unh?)

ITM- Portugal tem uma forte tradição de talent shows. Qual é o teu preferido dos últimos dez anos? E porquê?

a) Ídolos
b) The Voice Portugal
c) Factor X
d) Operação Triunfo
e) Rising Star
f) Quero mais é que se lixem todos

RF- O The Voice Portugal. É o que me agrada mais, pelo formato, pelos concorrentes e muito pela Marisa. E bem, até pensando nos últimos 10 anos, é o que mais mediatismo e impacto teve e tem.

ITM- Como é que imaginas o panorama musical daqui a dez anos?

RF- Eu sei lá se é o chines! E por falar em chinês, reparo que há uma grande febre com o fenómeno k-pop, e toda a cena deles, será isso o que nos guardam os próximos 10 anos?  Será que é a Anitta e o Pabllo que irão salvar a Pop?
Não sei o que esperar do panorama música nos próximos dez anos, mas se sinto que já não consigo acompanhar o que anda a acontecer agora neste planeta maravilhoso da música, daqui a 10 estarei eu a ouvir a M80, bem saudosista.
De uma forma mais concreta, e edificante, sinto que há uma certa descentralização dos pólos musicais de massas, sendo a América Latina uma das grandes impulsionadoras desse fenómeno, e até a Coreia. Acredito que isto terá consequências no panorama musical. Não sei se a música dita latina, nos próximos 10 anos continuará a crescer, como tem crescido, ou o rap continuará a ocupar um lugar semelhante ao que o rock ocupava antes do ano 2000, mas gosto desta descentralização musical, e de imaginar que em 10 anos figuras de países como Espanha ou Brasil, possam estar na linha da frente da música. 

(damn, fui ao tapete com essa resposta. E um sonoro LOL para a referência à M80) 

ITM- E agora apetece-me dizer isto:

Sabiam que no Brasil, a canção The Ketchup Song (Aserejé) ficou conhecia pelo título Ragatanga? Uma girlsband brasileira chamada Rouge fez uma versão em portunhol da música, que se tornou no maior êxito delas, e impulsionou as vendas do disco de estreia para a marca de 1 milhão de cópias. Acho incrível. Mais incrível, é pensar que este blog já tem 10 anos, e, passado todo este tempo, continua a ser um espaço onde volto, e continua sempre atualizado e a reinventar-se! Por isso, compraz-me dizer:
OBRIGADO!
Muito obrigado pelo amor, pelo trabalho e pela dedicação que tens realizado ao longo destes 10 anos no Into The Music!. Mas, principalmente, pelo amor com que vais regando este espaço, donde nasce tanta coisa bela. Obrigado!

… E como é bonito quando um blogue proporciona uma amizade bem bonita, entre dois completos estranhos 😉.

Obrigado eu por tudo, Rod ;)

Comentários

  1. A parte que cita o Rouge foi ótimo só faltou dizer que o retorno delas foi triunfal rsrsrs.

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