10 Anos de Into the Music em 10 Artistas


Dez anos a marcar o calendário do Into the Music, mas também a vida do escriba:


Britney Spears


Devo tudo a Britney Spears. O Into the Music existe porque em 2004 havia um pequeno escriba a despertar para a sua missão de vida com o vídeo de "Toxic" - e enquanto esse despertar aconteceria inevitavelmente, não me teria conduzido aqui se não tivesse sido pela mão de Britney e sobretudo por obra desse grande monumento à pop do séc. XXI. O blogue surge pecisamente na sua gloriosa convalescença do meltdown sofrido em 2007, e durante os seus primeiros anos de existência foi muito bom sentir que dona Britney estava na completa posse das suas faculdades artísticas. Com a entrada nos anos 10, deu-se também a sua perda de notoriedade e relevância, e creio que esse foi um momento difícil de digerir, a compreensão de que o tempo e o desgaste também deixam marcas em ícones que sempre julgámos eternos. Hoje em dia acho que convivemos bem com o facto de Britney ser amada e respeitada pelo que em tempos foi, e por nos dar ainda a melhor versão possível de si mesma. Sempre a Lendária Princesa da Pop. Sempre o meu primeiro amor.

Fiquem com uma selecção dos seus melhores posts:

Hidden Treasures- Britney Spears (Janeiro - Fevereiro 2013)


Rihanna


A minha adorada badgalriri. Quando Britney decidiu sabotar a carreira, Rihanna caiu dos céus para prolongar a minha necessidade de culto. Recordista de posts (são quase centena e meia de prosas a si dedicadas), o blogue acompanha-a incansavelmente desde Rated R, com paragem em Loud, Talk That Talk, Unapologetic, até ao mais recente Anti - sempre no topo do mundo, sempre indomável. Não coincidentemente, a linha de vida do Into the Music combina com a cronologia de RiRi: actividade frenética nos seus primeiros anos de existência, com um abrandamento e maturação do seu conteúdo nos que agora passam. Não poderia ter pedido melhor musa para horas e horas de inspiração, ocupação e congeminação: seguir o seu trajecto, conquistas e evolução foi decididamente a coisa mais entusiasmante destes dez anos. Mal posso esperar para saber onde nos levam os próximos dez.

Estes são os seus melhores recortes na nossa companhia:

Hidden Treasures- Rihanna (Abril - Maio 2013)
10 anos de Rihanna em 30 hits  (Junho - Setembro 2015)
  

Beyoncé


Encarnação terrena de Deus, acho que é ponto assente que Beyoncé é a maior artista da sua geração, comum a todas as raças, tribos, credos e géneros - um pouco como Michael Jackson o era no tempo que agraciou este mundo. Nestes dez anos em que crescemos juntos (fora os que não foram documentados em janelas virtuais), há nitidamente um antes e depois desse acontecimento que designámos por Beypocalipse: do expoente comercial de I Am... Sasha Fierce (2008) ao transitório e maduro 4 (2011), Beyoncé foi uma artista de massas, sempre arrasadora mas muito presa a fórmulas convencionais da pop e do R&B. Com o tremendo álbum homónimo de 2013, muda as regras do jogo e liberta-se de amarras criativas e pessoais que lhe permitem criar um dos melhores discos da década: perde expressão comercial, mas torna-se numa artista conceptual que proporciona experiências audiovisuais como mais ninguém, um modus operandi reforçado pelo igualmente sublime Lemonade (2016). Somos abençoados por viver na mesma era que ela e poder testemunhar toda aquela nobreza e grandiosidade artística em todo o seu esplendor - que assim seja por muitos e bons anos.

Estes são os momentos superiores do seu portfólio:

Born to Be a Legend (Fevereiro 2013)
Beyoncé: The Visual Album (Dezembro 2013 - Novembro 2014)
Dream Girl- A Beytrospective  (Fevereiro 2014 - Abril 2014)


Justin Timberlake


O legítimo Príncipe da Pop teve uma década intermitente, dividido entre a música e a sétima arte. Durante os primeiros quatro anos de existência do blogue, tudo o que tivemos de Justin Timberlake foram colaborações pontuais e as heranças por ele deixadas no mainstream. Quando em 2013 decide colocar um ponto final no hiato de sete anos e regressar para reclamar o seu trono e coroa, assina um dos momentos mais maravilhosos que presenciei ao longo deste período - não só era o meu ídolo de infância a validar todas as expectativas acumuladas, mas também o melhor artista masculino da sua geração a emergir do nevoeiro com toda a honra e glória com dois álbuns, uma mão cheia de singles sonantes e uma digressão mega rentável na bagagem. Desde então que JT não se voltou a ausentar de forma tão evidente, e ainda que esteja a atravessar o momento mais débil da carreira com um álbum altamente impopular, o seu prestígio permanece intacto. Afinal, continuaremos a precisar do nosso herói para salvar o dia.

A história partilhada faz-se de recortes como estes:

Justin Timberlake: O Herói da Pop (Fevereiro 2013 - Março 2013)
Hidden Treasures- Justin Timberlake (Abril 2014 - Junho 2014)


Christina Aguilera


Regularidade e consistência não foram o prato forte de Xtina nestes dez anos. O nascimento do blogue coincidiu com a sua primeira retrospectiva de carreira - Keeps Gettin' Better: A Decade of Hits - e ironicamente foi sempre a descer desde aí. Bionic (2010) foi incompreendido e Lotus (2012) sofreu de sobredosagem artificial à nascença. Pelo meio e já posteriormente existiram colaborações de enorme sucesso - "Moves Like Jagger" e "Say Something" dizem olá - para compensar qualquer desaire comercial, mas o certo é que a solo Aguilera nunca mais voltou a ser a titã geracional de outrora - e essa é sem dúvida uma das maiores frustrações geradas nestes dez anos de vida, o facto de nunca ter podido acompanhar uma era de sucesso daquela que é também um dos meus ídolos de infância. Christina Aguilera continua a ter, para todos os efeitos, a melhor voz da sua geração e acredito que o melhor de si ainda estará para chegar - é com essa fé que parto para mais dez anos de vida.

Uma mão cheia de Xtina resulta nisto:

Unbreakable (Novembro 2012)
Christina Aguilera - A Diva Camaleónica (Outubro - Dezembro 2015)


Katy Perry


Katy Perry desperta para o estrelato no mesmo ano em que o Into the Music nasce, daí que cada single, álbum e conquista estejam documentados ao longo das suas páginas. Durante seis anos vimo-la a ser a mais consistente estrela pop no feminino: de One of the Boys (2008), passando pela fantástica era de Teenage Dream (2010) até ao poptimismo de Prism (2013) - cada single equivalia a um hit infalível e nada nem ninguém parecia ameaçar o seu reinado. Acaba por ser a própria Katy a boicotar-se, aguardando quatro anos para lançar o quarto álbum e falhando redondamente no compromisso de fazer música mais séria, ainda inescapável, mas com propósito. A década de triunfo fecha assim na mó de baixo, com pausa para balanço. Mas que ninguém ouse pensar que os seus dias de glória acabaram - todos adoram um bom regresso das cinzas, afinal de contas.

A fantástica viagem de Katy Perry em cinco posts:

VER: Katy Perry- Roar (Setembro 2013)


Lady Gaga


Outra colega da maternidade, a despontar em grande praticamente ao mesmo tempo que o blogue dava os primeiros passos. Durante 2/3 anos, Lady Gaga foi a coisa mais incrível que poderia ter acontecido à pop, parecendo tão certo que seria a mais óbvia candidata ao trono de Madonna. Quem não se lembra do histerismo em volta da Mother Monster? Visuais absurdos e metamórficos, vídeos tão bizarros quanto estupendos, resmas de prémios e montanhas de elogios, milhões de singles e álbuns vendidos - vivíamos em plena era de The Fame (2008) e The Fame Monster (2009). Dali, Gaga foi vítima da sua ambição e indefinição artística: o mundo fartou-se dos vestidos de carne e das canções insufladas, virando costas ao culto. Born This Way (2011) esgotou-a, Artpop (2013) não a soube revitalizar e Joanne (2016) confundiu ainda mais as massas. O seu destino é uma incógnita, mas não esqueçamos o contributo de Lady Gaga na criação de uma esfera pop mais igualitária, extravagante e livre de rótulos.

O seu legado conta-se assim:

REVIEW: Lady Gaga- Artpop (Novembro 2013)


Kelly Clarkson


Tem sido uma jornada e pêras para a American Idol original, marcada pela procura constante da autenticidade e da realização pessoal e artística. O blogue encontra-a pela primeira vez na era de All I Ever Wanted (2009), que hoje se percebe ser o seu álbum mais contrariado e plástico, apesar de comercialmente aclamado. Dali, as coisas foram melhorando progressivamente. Em Stronger (2011) surgiram alguns traços da sua personalidade e de controlo artístico, e no ano seguinte houve retrospectiva de carreira para comemorar a primeira década de actividade. 2013 trouxe Wrapped In Red, só o álbum de Natal mais maravilhoso que ouvi na vida, e a fraca consistência de Piece by Piece (2015) é desculpada pela necessidade de terminar o contrato com a antiga editora. O ano passado trouxe-nos uma regeneração nos terrenos da soul/R&B materializado no fantástico Meaning of Life, e o que se sente é que só agora começámos a ter Kelly Clarkson a operar no limiar das suas potencialidades - daí que tudo o que se seguirá valerá tanto a pena. Vê-la feliz e a fazer o que finalmente a realiza deixa-me igualmente feliz.

A nossa amada Kelly em cinco posts:

Her Dark December (Fevereiro 2012)
Hidden Treasures- Kelly Clarkson (Fevereiro - Março 2015)


Paramore


Mal consigo escrever três linhas que seja sobre os Paramore sem ficar emocionado. Companheiros de vida nos bons e maus momentos, temos crescido lado a lado nestes dez anos e julgo que aprendi muito acerca de mim e do próprio mundo através das suas canções. Estavam lá nos estágios finais da adolescência, quando Brand New Eyes (2009) se revelou o escape perfeito para a angústia emo que ansiava pela libertação. Permaneceram quando a entrada na vida adulta se revelou complexa e assustadora, algo que a edição do Self-Titled (2013) veio apaziguar. Resistiram quando a crise do quarto de século se instalou e After Laughter (2017) se tornou no guia de auto-ajuda essencial. Enquanto banda passaram por imensas provações - saídas rancorosas de membros, dissoluções de relacionamentos, conflitos judiciais - mas sobreviveram porque o amor pela música e a livre expressão através desta falaram sempre mais alto. Hayley, Taylor e Zac, obrigado por tudo - continuaremos juntos.

Cenas de uma década de altos e baixos:

Hidden Treasures - Paramore (Outubro - Novembro 2016)
Os 20 Melhores Singles dos Paramore, Parte I e Parte II (Outubro 2017)


Ciara


No extenso lote de razões para idolatrarmos Ciara, a que sempre me fez mais sentido foi, mais do que a sua música, a paixão e ferocidade com que a expressa através da dança. Quase que sinto que partilho uma ligação espiritual com ela, precisamente porque a dança afecta-me da mesma forma - e fico constantemente arrebatado e comovido quando a vejo irradiar vida por intermédio de coreografias incríveis. Musicalmente, a década tem sido de sobressaltos: quatro álbuns de fraca expressão comercial lançados nesse período, um punhado de singles fantásticos ("Love Sex Magic", "Ride" ou "Body Party" à cabeceira), outros tantos medianos e um sem número de oportunidades desperdiçadas de se tornar na próxima rainha do R&B. Na verdade, fica sempre a impressão de que Ciara nunca nos mostra plenamente aquilo de que é capaz. Mas continuaremos expectantes a aguardar a chegada da sua obra-prima, e de mais uma série de coreografias impressionantes. Que esse fogo nunca se extinga.

CiCi contada em cinco posts:

The Dancing Warrior (Janeiro 2012)
REVIEW: Ciara- Ciara (Julho 2013)
Hidden Treasures- Ciara (Outubro - Novembro 2014)


Comentários

  1. OMG Ciara! Lembro me que amavas as musicas deka e eu "mehh" lool. E Britney e Rihanna também amavas! E eu demorei algum tempo a gostar de Rihanna, dempre a gramar contigo a ouvir as msuicas dela. Que viagem ni tempo que fiz agora com este post.

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