Dez anos de Pixie Lott em dez canções


Se nasceram neste milénio, há uma forte probabilidade de nunca se terem cruzado com Pixie Lott. Ou talvez até a tenham esquecido, porque a verdade é que também não tem feito muito para permanecer à tona. O que importa é que saibam que há dez anos ela era a maior esperança pop britânica no feminino, o equivalente à Dua Lipa, Anne-Marie ou Mabel dos dias de hoje.

E porque se comemora exactamente uma década do lançamento do seu single de estreia, aproveitamos para passar o seu catálogo em revista, no habitual formato de contagem decrescente. Turn it up, turn it up:



10º "Baby" (2017)- Depois de três anos de silêncio, esperava-se que 2017 assinalasse o regresso de Pixie à proeminência. As fichas foram todas depositadas nesta mui estival e recomendável colaboração com o DJ/produtor Anton Powers de sensibilidade house-orquestral, mas que não foi além de um 97º lugar na tabela de singles britânica. So much for the comeback...

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9º "Lay Me Down", Pixie Lott (2014)- A era do terceiro álbum acabou tão depressa quanto começou. Se esquecermos o borrão na sua discografia que é "Nasty", sobra um convidativo single muito bem produzido na figura de "Lay Me Down": um híbrido pop-R&B-soul que incorpora influências breakbeat e um assobio sempre tão em voga. O vídeo gravado em Cannes traduzia o glamour hollywoodesco de Brigitte Bardot. 

8º "Kiss the Stars", Young Foolish Happy (2011)- Situado numa galáxia não muito distante, algures entre o êxtase dance pop de uns Vengaboys e do carrossel luminoso de "Firework" de Katy Perry, "Kiss the Stars" é Pixie Lott a servir-nos grande doses de cheesiness - e a sair vitoriosa com o seu nono single consecutivo do top 20 em solo britânico. Esperamos que sete anos volvidos já tenha aprendido que sombras verdes e dançarinos CGI são itens a evitar em qualquer planeta. 

7º "What Do You Take Me For?", Young Foolish Happy (2011)- Tem que ser dos singles mais estonteantes e arrojados do catálogo de Pixie: uma construção electro-hop forjada por Rusko, produtor/DJ britânico conotado com a cena dubstep, que conta com um improvável featuring do rapper norte-americano Pusha T e todo um conceito lírico de decoro que é depois estilhaçado com o vídeo para-lá-de-sensualão. Legs-a-Lott no seu, ahem, melhor.

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6º "Gravity", Turn It Up (2009)- Chegamos, por fim, ao estrelar álbum de estreia, que continuava nos píncaros à custa de um quarto single tão sensacional quanto "Gravity", semi-balada agitada pop-R&B sobre querer distância de um parceiro errante, mas continuar a ser atraída até aos seus braços. E por esta altura convém lembrar o quão magnífica dançarina Pixie Lott é, sobretudo quando incorpora influências de ballet e dança contemporânea nos seus vídeos. 

5º "Heart Cry", Pixie Lott (2014)- Como esquecer o estupendo cartão-de-visita não oficial do álbum homónimo? A recuperar o charme pop/soul e as vocalizações imaculadas da estreia, "Heart Cry" desenrola-se como uma produção contemporânea das Ronettes ou Supremes, com Lott mergulhada num tumulto interior para com a frieza e indiferença do seu ex-namorado. Soltam-se lágrimas pelas ruas de Paris.

4º "All About Tonight", Young Foolish Happy (2011)- A campanha do álbum nº2 começava com escassos meses de diferença face ao término da era de estreia, mas havia já elementos diferenciadores: um corte de cabelo radical, frenética maquinaria dance pop para ombrear com Kesha, David Guetta e afins, e uma pitadizinha de maior atrevimento (com que então "grab someone if you're single, grab someone if you're not"?). O objectivo era romper a América, mas foi o UK que idolatrou, tornando-se no terceiro e maior nº1 da sua carreira.

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3º "Cry Me Out", Turn It Up (2009)- Tem que ser dos singles mais incríveis alguma vez lançados por uma adolescente de 18 anos. Depois de duas canções mais leves e joviais, Pixie transformava-se numa intérprete pop/soul dos sete costados a cantar um desgosto amoroso como gente crescida, que realça a importância de ser o rapaz a chorar pelo término da relação, em vez da rapariga - que mensagem fabulosa. "Cry Me Out" foi complementado por um belíssimo vídeo a preto e branco de Jake Nava, que capta Pixie numa mansão vitoriana em pleno bailado clássico neo-gótico.

2º "Boys and Girls", Turn It Up (2009)- Dificilmente se pode escapar a uma canção que tem como verso introdutório "I'm looking in the mirror and I think I'm liking what I see". Festim electropop revestido de influências acid jazz e um sample de "Shut Up and Drive" de Rihanna, "Boys and Girls" foi o fantástico 2º single do debute de Pixie, levado à vida com um vídeo para-lá-de-divertido capaz de traduzir a essência da canção, e que lhe valeu o seu segundo nº1 consecutivo em solo britânico. No we just can't stop.

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1º "Mama Do (Uh Oh, Uh Oh)", Turn It Up (2009)- Uh-oh-uh-oh. Pixie tinha a lição toda bem estudada: enleada na melhor tradição soul britânica de Amy Winehouse, Duffy ou Joss Stone, mas com o ímpeto electropop e lascivo das Sugababes e a inocência fingida das congéneres americanas, "Mama Do" só poderia dar certo. E como resistir ao charme de um vídeo que retrata uma escapadela nocturna para um perigoso, hermmm, clap/slap-off com um grupo de garbosos delatores masculinos? Pff, não admira que estes pais de hoje em dia andem com a cabeça feita em água. 

Esperemos que os dois fãs de Pixie Lott em Portugal tenham gostado deste tributo! Os dias de glória parecem ter ficado lá atrás, mas enquanto houver música haverá sempre apreço por esta giraça.

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