Magníficos Materiais Desconhecidos: Classe de 2010


De 2010 a 2014, recordaremos as figuras mais marcantes que passaram por este espaço emblemático, revelando o que esteve na sua génese. Hoje viajamos ao ano da primeira colheita de 'Magníficos'.

- Todos os caminhos vão dar aos Florence and the Machine, o Adão e Eva deste espaço. O primeiro embate foi via VH1 que passava uma remistura de "You've Got the Love". Até chegar à versão original, foi um pulinho. A descoberta de Lungs daria início a uma paixão que ainda hoje arde intensamente.



- Os Alphabeat eram um caso de popularidade imediata, capazes de agradar aos ouvidos menos dados às cores garridas da pop. E eles então eram toda uma explosão de pigmentos, confettis e ganchos pop melodiosos à boa maneira dinamarquesa. Chegaram pelo encanto de "Fascination" e nunca mais se foram embora.

- Com Ellie Goulding foi um encanto progressivo. Deixei-me levar mais pelo entusiasmo dos críticos que a apontavam como a maior promessa do ano, do que pelo meu pensamento. Lembro-me de a achar logo muito bonita mas frágil, constrangida e limitada, de certa forma. Nunca fiquei tão feliz por estar tão errado acerca de alguém.



- Os The Temper Trap foram o meu primeiro achado nos Antípodas. Traziam "Sweet Disposition" consigo, aquele que é capaz de ser um dos melhores cartões de visita de sempre de um 'Magnífico', e ainda outros dois singles não menos admiráveis. 

- Janelle Monáe felizmente que chegou muito antes das míseras linhas em "We are Young". Penso que fui atraído pela excelente pontuação atribuída ao seu disco de estreia por várias publicações de renome e era impossível passar ao lado de todo aquele ecletismo musical e da arrojada proposta visual. O futuro ali tão perto.

- Os Hurts eram os Spandau Ballet da nova década. Canções mergulhadas em negrume new wave e synthpop sofisticada que, apesar da frieza, expunha todo um romantismo e vulnerabilidade que sempre achei muito curiosa. Porque um homem também chora quando assim tem de ser.



- Eliza Doolittle arrebatava-me primeiro pela figura expressiva e radiante e depois pelas canções tão flower power e dóceis do seu disco de estreia. Canta como se tivesse o sol dentro dela e é sempre tão agradável ouvi-la, seja em que estilo for.

- Os Neon Trees eram aquele furacão do deserto que nada deixava intacto à sua passagem. "Animal", o single de estreia, deixava logo ali patente os traços do seu ADN: euforia pop/rock, uma pitada de electricidade new wave e uma fonte inesgotável de garra visceral. 

- Marina and the Diamonds vinha um pouco na sombra de Florence and the Machine, pelas semelhanças na designação, na excentricidade e até nos elogios da crítica. Cedo se desmarcou e se notabilizou pela forma como incorpora de maneira mordaz na sua música os valores éticos e sociais. Era-me tão estranha mas entranhou-se e de que forma. Hoje é das minhas favoritas. 



- No caso de Paloma Faith a graça mais evidente era a do nome, mas a rapariga tinha bons pulmões e um imponente reportório pop/soul com requintes de jazz reminiscentes de Duffy ou Amy Winehouse. Havia ali também um lado visual extravagante bastante curioso a contrastar com a aura clássica das canções.

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