A estranha e maravilhosa arte de Sia- Prelúdio


A primeira vez que ouvi falar de Sia foi graças aos seus dotes de compositora. Era uma das letristas de Bionic, malfadado disco de 2010 de Christina Aguilera. E assinava duas das melhores canções do registo. Fixei o nome. Não prestei atenção ao facto de manter uma carreira paralela como intérprete, mesmo tendo editado We Are Born na mesma altura.

A voz chegou-me pela via de "Titanium", em 2011. Incrível. Indomável. Maior que a vida. Dizia-se que a moça era tímida e por isso rejeitava os holofotes que cada vez mais teimavam em incidir sobre si, culpa dos bombásticos featurings que ia acumulando e pelos notáveis créditos de escrita que ia registando em trabalhos de alguns dos nomes mais sonantes da indústria musical.

Até que veio "Chandelier", no ano passado. E o mundo despertou para Sia. Apaixonou-se, aliás, mesmo sem ter um rosto para adorar, apenas pela força das canções e de um statement que a levou a fazer as coisas à sua maneira, conseguindo com isso uma das maiores histórias de triunfo em 2014. Aos 39 anos e contra todas as expectativas, a tímida australiana tornava-se numa das grandes estrelas do firmamento pop.

Mas Sia não deve ser apenas amada e respeitada pelos feitos que alcançou nos últimos 5 anos. O seu legado tem vindo a ser construído desde 1997, tendo-nos deixado 5 álbuns de originais antes do último 1000 Forms of Fear. Penso que será muito enriquecedor para todos nós compreendermos a fundo a estranha e maravilhosa arte desta grande senhora, que tanto nos poderá levar pelos vídeos, pelas canções menos mediáticas ou até mesmo pelo seu período a bordo nos Zero 7. Verão como a magia de Sia não se esgota. 

Assumo o compromisso, agra(Sia)em-me* com a vossa presença. Para desfrutar ao longo das próximas semanas, aqui no Into the Music.

*possivelmente o pior trocadilho que alguém poderia ter feito com o nome da senhora. Sorry I'm not sorry. 

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