MTV Video Music Awards 2017- Igualdade e Tolerância em Noite de Kendrick, Pink e Katy Perry
No rescaldo da 34ª edição dos VMAs que aconteceram ontem à noite na Califórnia, contam-se a supremacia de K-Dot, a homenagem a Pink, o show morno de Katy Perry, uma estreia exclusiva que fez virar cabeças, demasiadas actuações para reter na memória e inúmeras mensagem politizadas e de consciencialização directas ao coração dos espectadores.
Conheçam a lista completa dos vencedores:
Video of the Year- Kendrick Lamar- "Humble"
Artist of the Year- Ed Sheeran
Best New Artist- Khalid
Best Collaboration- Zayn & Taylor Swift- "I Don't Wanna Live Forever"
Best Pop- Fifth Harmony feat. Gucci Mane- "Down"
Best Hip Hop- Kendrick Lamar- "Humble"
Best Dance- Zedd & Alessia Cara- "Stay"
Best Rock- Twenty One Pilots- "Heavydirtysoul"
Best Cinematography- Kendrick Lamar- "Humble"
Best Direction- Kendrick Lamar- "Humble"
Best Art Direction- Kendrick Lamar- "Humble"
Best Visual Effects- Kendrick Lamar- "Humble"
Best Choreography- Kanye West- "Fade"
Best Editing- Young Thug- "Wyclef Jean"
Song of the Summer- Lil Uzi Vert- "XO Tour Llif3"
Michael Jackson Video Vanguard Award- Pink
Best Fight Against the System- Todos os nomeados venceram
Olhemos agora para os acontecimentos da noite:
No ano em que o hip hop está no centro da cultura pop, faz todo o sentido que Kendrick Lamar abra a cerimónia. Fá-lo com um incrível medley de "DNA" e "Humble", numa actuação onde há um tipo a ser imolado, redes em chamas e ninjas em acrobacias aéreas. Damn.
Vejam: é Ed Sheeran a cantar aquela canção que se recusa a morrer pela enésima vez. Vamos andar nesta vida até ao Natal, hum? Mas desta vez há uma espécie de volte-face, quando Lil Uzi Vert entra em palco para acrescentar uns versos ao dito cujo e depois entoar o seu próprio "XO Tour Llif3". Certo... é como aquele gelado de banana e chocolate que ninguém precisa na vida.
As Fifth Harmony ganham o troféu para Best Pop. Onde é que já vimos isto? Exacto, o ano passado quando também levaram para casa o de Best Choreography por "Work From Home". Vamos só salientar o facto de que o vídeo de "Down" nem 40 milhões de visualizações tem no YouTube. Mas, sim, o quarteto precisa destes incentivos para dar a falsa sensação de que vai de vento em popa. Uma aposta que daqui a um ano já nem banda existe?
A actuação de Shawn Mendes acabou por ser uma boa surpresa. Na sua estreia no palco dos VMAs levou "There's Nothing Holdin' Me Back", o mais recente single, e defendeu-o tão bem ou melhor ainda que na versão de estúdio. Na plateia, Ed Sheeran tomava notas. Antes disso, a também estreante Julia Michaels entoava o catita "Issues" mas cortaram a transmissão presumivelmente por questões de agenda. Fariam o mesmo mais tarde com o "iSpy" de Kyle. Não se faz, senhores, não se faz.
E agora para algo muito estranho, mesmo para os parâmetros de Lorde. Do excelente Melodrama poderia ter saído "Green Light", "Perfect Places" ou até mesmo "Liability", mas em vez disso calha-nos uma versão silenciosa de "Homemade Dynamite", interpretada apenas por intermédio de gestos e movimentos corporais. Sabe-se agora que Lorde estava seriamente constipada e foi a única forma possível de estar em palco, mas contávamos com ela para dar aquele toque especial à cerimónia. Bem, foi peculiar, como sempre.
Logo após o momento Charlie Chaplin, Zedd e Alessia Cara ganham na categoria de Best Dance pela sua colaboração em "Stay". Nada contra. Eis que voltamos a ver as 5H, desta vez a justificar no palco a real razão da sua vinda - aquela promoçãozinha ao álbum na sua semana de lançamento. O medley de "Angel" e "Down" é infalível e visualmente apelativo, mas o shade à Camilita foi maléfico. E a esparregata da Normani foi quase tão épica quanto a estreia do vídeo da Taylor.
Vejam: é Ed Sheeran a cantar aquela canção que se recusa a morrer pela enésima vez. Vamos andar nesta vida até ao Natal, hum? Mas desta vez há uma espécie de volte-face, quando Lil Uzi Vert entra em palco para acrescentar uns versos ao dito cujo e depois entoar o seu próprio "XO Tour Llif3". Certo... é como aquele gelado de banana e chocolate que ninguém precisa na vida.
As Fifth Harmony ganham o troféu para Best Pop. Onde é que já vimos isto? Exacto, o ano passado quando também levaram para casa o de Best Choreography por "Work From Home". Vamos só salientar o facto de que o vídeo de "Down" nem 40 milhões de visualizações tem no YouTube. Mas, sim, o quarteto precisa destes incentivos para dar a falsa sensação de que vai de vento em popa. Uma aposta que daqui a um ano já nem banda existe?
A actuação de Shawn Mendes acabou por ser uma boa surpresa. Na sua estreia no palco dos VMAs levou "There's Nothing Holdin' Me Back", o mais recente single, e defendeu-o tão bem ou melhor ainda que na versão de estúdio. Na plateia, Ed Sheeran tomava notas. Antes disso, a também estreante Julia Michaels entoava o catita "Issues" mas cortaram a transmissão presumivelmente por questões de agenda. Fariam o mesmo mais tarde com o "iSpy" de Kyle. Não se faz, senhores, não se faz.
E agora para algo muito estranho, mesmo para os parâmetros de Lorde. Do excelente Melodrama poderia ter saído "Green Light", "Perfect Places" ou até mesmo "Liability", mas em vez disso calha-nos uma versão silenciosa de "Homemade Dynamite", interpretada apenas por intermédio de gestos e movimentos corporais. Sabe-se agora que Lorde estava seriamente constipada e foi a única forma possível de estar em palco, mas contávamos com ela para dar aquele toque especial à cerimónia. Bem, foi peculiar, como sempre.
Logo após o momento Charlie Chaplin, Zedd e Alessia Cara ganham na categoria de Best Dance pela sua colaboração em "Stay". Nada contra. Eis que voltamos a ver as 5H, desta vez a justificar no palco a real razão da sua vinda - aquela promoçãozinha ao álbum na sua semana de lançamento. O medley de "Angel" e "Down" é infalível e visualmente apelativo, mas o shade à Camilita foi maléfico. E a esparregata da Normani foi quase tão épica quanto a estreia do vídeo da Taylor.
OH NO... THEY DIDN'T! |
Vamos só tirar um pouquinho para falar da apresentação de Katy Perry, sim? Bem sabemos o quanto é divertida e seriamente engraçada, mas ontem não esteve no seu melhor. Piadas pouco inspiradas, sketches igualmente monótonos e alguns indícios de aborrecimento e cansaço. Nem as diversas trocas de figurino ajudaram. Taylor Swift até ficou em casa para não a chatear, mas quê. Logo ela que apresentou por dois anos seguidos os EMAs e fez tão melhor figura. Quando não dá, não dá.
A noite foi de redenção e aclamação para Miley Cyrus. Depois de em 2013 ter escandalizado a América com o twerkgate e em 2015 ter instaurado o deboche total com a sua fase alucinogénica, dois anos mais tarde encontramo-la sóbria e com um repertório à altura das suas capacidades num estilo Grease meets Elvis Presley e acompanhada do seu adorável squad da terceira idade. Foi arrebatador.
Até chegarmos a Demi Lovato, muito acontece. Zayn e Taylor Swift ganham o prémio de Best Collaboration, mas nenhum deles está lá para o coleccionar; Jared Leto presta homenagem a Chester Bennington e Chris Cornell, enquanto Kendrick Lamar sobe ao palco para receber o Best Hip Hop Video por "Humble". É no exterior que encontramos a autora de "Sorry Not Sorry", a mostrar como se organiza uma valente pool party. Já em 2015 tinha levado para o exterior do edifício o libidinoso "Cool for the Summer". Qual será a razão da MTV para a colocarem sempre a arejar?
Cheguem para lá, porque Pink vem para mandar a casa abaixo. Ou talvez não. No medley de homenagem mais curto que há memória - Justin Timberlake, Beyoncé e Rihanna usaram de uns bons 10 minutos - Pink desfia alguns dos maiores êxitos do seu percurso de 17 anos, mas a sensação é que poderia ter encaixado mais uns quantos se lhe tivesse sido dado tempo para isso. O maior protagonismo foi dado ao mais recente single, "What About Us", o que em noite de consciencialização social até nem destoou. Mas está visto que até na homenagem Pink é uma underdog.
O que não houve em cantoria, sobrou em discurso. E que discurso tão belo, acerca da androginia das estrelas rock e do quão primordial é celebrar a diferença para que possa ser respeitada e compreendida por todos, algo em que estrelas pop como Pink - sempre a "machona estouvada" - têm um papel fundamental. Tudo para provar à filha de 6 anos o amor incondicional que nutre por ela. Derramámos todos uma pequena lágrima.
Sem surpresa, Ed Sheeran arrebata o Moonperson - nem vamos falar sobre isso - para Artist of the Year, triunfando sobre Bruno Mars, Ariana Grande, Lorde, The Weeknd - que nem compareceu à cerimónia, mesmo estando escalado para actuar - e Kendrick Lamar. Goste-se ou não, ninguém lhe tira o ano arrasador que tem tido.
Chegamos à secção mais importante da noite, que tem início com Kesha e acaba no reconhecimento dos melhores vídeos de "luta contra o sistema". A autora de Rainbow introduz a actuação de Logic, Alessia Cara - que momentos antes já havia interpretado o não menos pungente "Scars To Your Beautiful" - e Khalid, que coloca em cima da mesa a nem sempre abordada questão da saúde mental. "1-800-273-8255", número da linha norte-americana para a prevenção contra o suicídio, é levado ao palco com sobreviventes e é rematado com um pujante discurso por parte do rapper: "I don't give a damn if you're black, white or anything in between. We're all born equal, but we're treated unequal". Pouco depois entra em cena a mãe da vítima dos protestos anti-racismo em Charlottesvile e a mensagem de unificação, igualdade e tolerância adquire outra dimensão. Que a MTV dos dias de hoje sirva para alguma coisa, ao menos.
Depois de Khalid ser anunciado como o depositário de Best New Artist, os 30 Seconds To Mars entregam com "Walk on Water" paredes meias com "Butterfly Effect" de Travis Scott, o momento visual mais arrebatador da cerimónia, captado ao melhor estilo psicadélico de infravermelhos. Digamos que foi a única forma tolerável de suportar uma cópia barata de "Radioactive" dos Imagine Dragons. Oh snap.
Foram seis os prémios que Kendrick Lamar coleccionou ao todo na noite de ontem. Aqui vemo-lo em plena coroação de Video of the Year para o omnipresente "Humble", derrotando tal como se previa a concorrência. Antes assistimos a um estranho encontro entre os DNCE e Rod Stewart para uma desnecessária e semi-eficaz remistura de "Do Ya Think I'm Sexy". Las Vegas ali tão perto.
Três horas depois, os VMAs terminam em modo anti-climático com a performance algo morna de "Swish Swish". Sim, Katy Perry ainda sabe montar um espectáculo de encher o olho, e sim, o voguing dos basquetebolistas de salto alto foi tão aux point, mas a era de Witness nasceu torta e dificilmente se endireita. Do mal ao menos, Katy não falhou o cesto.
Se ainda houver estômago, fiquem com as actuações:
Weeeeeeeeeeeee, para o ano há mais!
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