Sons Frescos #33


Em Abril, músicas mil:

1) Sam Smith feat. Logic- "Pray"- A campanha promocional de The Thrill of It All andava um tanto estagnada desde que "One Last Song" foi erradamente escolhida como single. Cabe à humanitária "Pray", agora com a adição do rapper Logic, voltar a accionar as engrenagens e mostrar algumas novas texturas no cancioneiro de Sam Smith. "Him", "Baby, You Make Me Crazy" ou "No Peace" ficam à espera de ir no próximo vagão.

2) Chvrches- "Never Say Die"- Love Is Dead está bem encaminhado para se tornar no melhor álbum do trio escocês. Depois de um super poppy "Get Out" e de um mais introspectivo e lamurioso "My Enemy", chega-nos um combativo e cintilante "Never Say Die", pedaço de electro com a utilização de alguns dos sintetizadores mais abrasivos que escutámos em temas dos Chvrches à data, e um leve balanço R&B que não lhes assenta nada mal. 

3) The Weeknd- "Call Out My Name"- Honrando a proficiência e produtividade que lhe assiste, Abel Tesfaye tem um novo EP no mercado, My Dear Melancholy, lançado praticamente sem aviso e que poderá ser o primeiro capítulo de um projecto maior. "Call Out My Name" é o destaque óbvio, crónica amargurada do seu relacionamento com Selena Gomez, que à semelhança das restantes faixas do registo recupera muito dos traços estilísticos das mixtapes de 2011. De volta às trevas, então, o seu habitat predilecto.

4) Kylie Minogue- "Raining Glitter"- Whoop! E ao terceiro avanço, a melhor amostra de Golden. "Raining Glitter" é (mais) um tema de celebração e sobre deixar as inibições para trás, que chega com uma deliciosa linha de baixo, interjeições catitas e uma toada disco que poderia facilmente pertencer a Light Years (2000) ou Fever (2001), combinada com a essência country deste novo projecto que vê a luz do dia já esta sexta. 

5) Billie Eilish- "bitches broken hearts"- Billie lançou esta pequena pérola em Novembro passado na sua página do SoundCloud, mas só agora a tornou pública em todas as plataformas. Soturna e trippy, de ambiência downtempo e algo lounge, "bitches broken hearts" mostra desde logo um crescimento face aos temas de dont smile at me, editados escassos três meses antes. Ninguém sabe onde este prodígio vai parar...

6) David Guetta & Sia- "Flames"- Guetta e Sia andam a tentar reacender o fogo que "Titanium" despertou há sete anos, mas por vezes há que aceitar que o trovão nunca cai duas vezes no mesmo sítio. "Flames" é a sexta colaboração do par e também a mais normativa, vivendo como sempre da interpretação maior-que-a-vida da australiana e de algumas heranças pop dos anos 80. É êxito radiofónico e de karaoke na certa.

7) Marian Hill- "Differently"- Depois de terem agraciado o mainstream com o titubeante "Down", há uma certa expectativa em torno da direcção que a dupla tomará. O discreto "Subtle Thing" passou ao lado, mas este "Differently" - sedutor pedaço de electro-hop na senda de "Fancy" com engenhosa interpretação de Samantha Gongol - acerta em todos os pontos nevrálgicos. Fará parte de Unusual, o segundo álbum dos Marian Hill esperado a 11 de Maio. 

8) Ne-Yo, Bebe Rexha & Stefflon Don- "Push Back"- Há demasiado tempo que Ne-Yo não tem um hit em nome próprio. A sua sorte poderá mudar com "Push Back", calorosa construção dancehall já a pensar nos dias quentes, que conta com as colaborações de peso de Bebe Rexha (menos sirene que o habitual) e Stefflon Don (no seu habitat natural). Trata-se de mais um avanço de Good Man, o sétimo álbum do autor de "Closer" que chegará possivelmente ainda este ano. 

9) Unknown Mortal Orchestra- "Everyone Acts Crazy Nowadays"- A orquestra de Ruben Nielson edita esta semana Sex & Food, o quarto disco de estúdio que já leva "American Guilt" e "Not in Love We're Just High" como avanços. O disco-funk cálido e psicadélico de "Everyone Acts Crazy Nowadays" mantém a campanha em bom patamar e agoira uma temporada promissora para o quinteto neozelandês.

10) MØ- "Nostalgia"- Ainda está fresco na memória o EP When I Was Young, lançado em Outubro último, mas MØ não é rapariga de dormir à sombra dos louros conquistados e, como tal, já aí está com o seu primeiro inédito de 2018: "Nostalgia" incorpora algumas influências dancehall e uma batida afrobeat que poderia ter sido emprestada de "One Dance". E chega-nos com um maravilhoso vídeo lírico polvilhado por memórias da infância e adolescência da cantora dinamarquesa. 

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