10 baladas de Britney Spears que todos deveriam conhecer
É sabido que Britney Spears não é a vocalista mais forte da sua geração. Também não o é Madonna, e ainda assim chegou a Rainha. O seu legado fez-se sobretudo de bombásticos (e quase sempre fantásticos) êxitos dance pop e de um romance em torno do auto-tune, que já foi tanto o seu melhor inimigo (Britney Jean diz olá) como aliado (Blackout acena).
Mas há um lado B em Britney que teima em ficar sempre para segundo ou terceiro plano: as baladas. E se é verdade que temas como "Everytime", "I'm Not a Girl, Not Yet a Woman", "Born To Make You Happy" ou "Sometimes" resplandecem no seu catálogo, é verdade também que não contam a história toda.
Fora, por isso, com os processadores de voz, a devassidão lírica do costume e a habitual maquinaria pesada que adorna o seu aparelho vocal e tratemos de compilar dez baladas que comprovam que há mais vida em Britney para lá do andróide:
1) "Where Are You Now", Oops!... I Did It Again (2000)- Oh baybay. Pensemos em como um cenário destes já não é possível em 2018: voltar a ouvir Britney cantar assim e não saber do paradeiro do #crush porque o wi-fi é uma benção (ou não). Fora de brincadeiras, está aqui uma das mais sólidas prestações vocais de Miss Spears, então com apenas 18 anos, num tema que já levava o carimbo de Max Martin e do então parceiro Rami Yacoub. Vivemos todos para aquela mudança de escala gloriosa.
2) "I Run Away", Britney (2001)- Incrível como o standard baladeiro da época puxava sempre para o território de Celine Dion. Este aqui já envolve mais pós de estúdio na mistura, mas o resultado final não deixa de soar bastante decente e algo orgânico quando comparado com temas mais tardios. Presente somente em determinadas versões deluxe do seu terceiro álbum de estúdio, "I Run Away" encerra remorsos, desolação e uma produção até um tanto metamórfica.
3) "Out from Under", Circus (2008)- Esta é bem capaz de ser a última grande balada gravada por Britney. Produzida por Guy Sigsworth, o homem que teceu "Everytime", é alusiva ao final do seu casamento com Kevin Federline e conta com guitarras acústicas e uma entrega vocal meio arfada de Spears que ajuda à tónica magoada/confessional que se pretende. Teria sido interessante vê-la chegar a single.
4) "Shadow", In the Zone (2003)- Momento interpretativo de destaque de In The Zone, é também o primeiro tema desta lista que conta com créditos autorais de Spears, algo que se extendeu à maioria das restantes faixas do seu quarto disco. Produzida pelo colectivo The Matrix, "Shadow" versa sobre um relacionamento que se esvai e esmorece a cada dia que passa. "Everytime", dois lugares acima no alinhamento, trata sempre de a ofuscar.
5) "Someday (I Will Understand)", Britney & Kevin: Chaotic (2005)- Em 2005 Britney dava início a uma merecida pausa na carreira que seria também a porta de entrada para o infame meltdown de 2007. Escrita de forma quase profética escassas semanas antes da cantora saber que estava grávida do seu primeiro filho, "Someday (I Will Understand)" é possivelmente a canção mais serena e genuína do seu repertório, fazendo a transição entre a adolescente libidinosa e a jovem mulher, mãe e esposa, que nunca mais estaria sozinha na vida.
6) "Everyday" (2011)- Entramos em território ultra-secreto. Caída nas malhas da world wide web em 2011, pensa-se tratar de um original gravado com a intenção de figurar em Circus (2008), acabando por não fazer parte do alinhamento final, e depois para Femme Fatale (2011). Ora, no primeiro tanto "Out from Under" como "My Baby" afastaram essa hipótese, enquanto no segundo toda a atmosfera do disco rejeitava essa possibilidade. Talvez tenha sido melhor assim, porque teria passado por uma versão mais pobre de "Beautiful".
7) "Why Should I Be Sad", Blackout (2007)- "It's time for me to move along (goodbye), it's time for me to get it on (okay)". Blackout encerrava com uma introspectiva e assertiva composição midtempo R&B desenhada pelos Neptunes de Pharrell Williams, que apontava baterias para o casamento falhado com Kevin Federline e recuperava muito do amor-próprio perdido nos últimos tempos - o mais parecido a uma balada saída da boca do inferno. Britney let's go!
8) "My Baby", Circus (2008)- Não há estrela pop que apregoe mais amor e dedicação às suas crias em forma de canção que dona Britney. Sean Preston já o havia merecido em "Someday (I Will Understand)" e com o nascimento de Jayden o vínculo maternal tornou-se ainda mais forte, resultando daí "My Baby", a canção que encerra o seu sexto álbum. Entram pós de pirlimpimpim, tons pastéis e sonhos de algodão - quem não queria ter uma mãe assim?
9) "When I Found You", Britney (2001)- Presente na edição europeia do álbum, "When I Found You" é, tal como "I Run Away", uma das baladas mais engenhosas e multidimensionais do seu percurso, com alguns elementos dance pop presentes na mistura. Versa de forma alada e esperançosa sobre o ter encontrado a sua alma gémea, que é também o reflexo dela mesma - é notório o quão apaixonada estava por Justin Timberlake.
10) "Don't Cry", Britney Jean (2013)- O cancioneiro de Britney não fica mais spaghetti western que isto. Uma das menos más e humanas dessa terrível experiência que foi o seu oitavo álbum de estúdio, "Don't Cry" recusa-se a sucumbir à dor provocada por (mais) uma separação, até porque tantas machucadelas já criaram uma certa resistência emocional. Adios, she's out the door.
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