Rita Ora e Imanbek : Duo Dinâmico
Silenciosa desde a edição de "How to Be Lonely" - um single avulso entre eras - em Março último, Rita Ora editou por estes dias o EP Bang, um manifesto dance/electro house de deboche forjado a meias com o DJ/produtor cazaquistanês em voga, Imanbek, que soa ao pedaço de obra mais entusiasmante que lhe escutámos em muito tempo.
"Big", o primeiro single do registo, é um cocktail molotov de house antémica com os já característicos synths musculados de Imanbek, muito na linha da sua remistura para "Roses" de Saint Jhn, a que acrescem os créditos de David Guetta - um tanto dispensável na mistura final - e do norte-americano Gunna, para firmar o espírito libertino do tema.
"Bang Bang" é mais normativo para os padrões de Ora, eurodance robusta que sampla a melodia de "Axel F" originalmente composta para o filme Beverly Hills Cop (1984), mas que aprendemos a associar ao infame Crazy Frog, no início do novo milénio. Seria igualmente um cartão de visita digno do registo.
Em "Mood" vemo-la a libertar a sua Rihanna interior como há muito não acontecia: de toada club/trap faz virar cabeças com o seu bass monstruoso, estabelecendo pontes com a cultura latina graças à participação do argentino Khea. O EP fecha de forma fantabulástica com a big room house de "The One", o pedaço lírico mais notável do registo, mascarado de torpedo electrónico à la Oliver Heldens, que cumpre o seu propósito em menos de dois minutos e meio.
Bang encerra ao final de 11 minutos e 26 segundos, deixando-nos em êxtase e a salivar por mais. Rita Ora pode tomar diversas decisões artísticas contestáveis, mas acertou em cheio nesta breve e fulminante incursão. Veremos agora para que horizontes apontam as baterias do seu terceiro álbum.
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