Andava para escrever sobre isto #9
- De trio os Years & Years passaram ao projecto a solo de Olly Alexander. Alguém deu por isso? Dificilmente. "Starstruck" é o melhor single do britânico desde "King": pura dance pop vitaminada sobre a adrenalina de estarmos completamente caidínhos por alguém e não estarmos dispostos a abdicar dessa radiosa obsessão. O álbum nº3 não poderia ter melhor tiro de partida.
- Ninguém esperava que "Drivers License" fosse um êxito tão grande. Da mesma forma, poucos acreditavam que o single que se seguiria fosse tão bom ou mais forte ainda. Há pouca evolução a nível da temática arrancada às páginas do diário adolescente, mas a lírica continua imaculada (e cuidadosamente estudada da cartilha de Taylor Swift) e há inclinações pop alternativas mais nítidas, tão admiráveis quanto é possível para uma jovem recém-chegada aos 18 e ainda presa ao contrato da Disney. Olivia Rodrigo a derrubar paredes dia após dia.
- Começar uma nova era com uma reconstrução do maior êxito da era anterior nunca é um bom ponto de partida. É precisamente isso que acontece com "Kiss Me More" de Doja Cat, "Say So 2.0" com o mesmo charme pop, balanço disco e R&B, que soa a um encontro entre "Physical" de Olivia Newton-John e "Lovefool" dos The Cardigans, com a sempre valiosa SZA à boleia. Pontos extra pelo apelativo vídeo de Warren Fu, a introduzir-nos a Planet Her, a aterrar perto de nós este Verão.
- Outro single bestial de Nick Jonas, novamente vítima da campanha promocional à queima-roupa de Spaceman. "This Is Heaven" é o "Teenage Dream" de Nick, portento pop sobre o quão maravilhoso é estarmos apaixonados, querermos trepar paredes e correr velozes por esse mundo fora por culpa do êxtase e do arrebatamento. Não fica melhor do que isto.
- Perdão, os 51 serão os novos 30 e ninguém nos avisou?! Dezasseis anos depois desse boom na cultura pop que foi "Hollaback Girl", aí temos de novo Gwen Stefani a emular a magia desse momento destacado da sua discografia, agora em tons reggae-pop e com a credibilidade street conferida pela tão em voga Saweetie. Quanta jovialidade, luz e diversão - isto vende-se em garrafas?
- O novo álbum dos Royal Blood parece ter um pé na música de dança, mas nenhuma evidência foi tão declarada ou estrondosa quanto a passada disco em esqueleto glam rock de "Limbo", assim um dos singles mais espectaculares da vida do duo britânico, algures entre Queens of the Stone Age, Muse, as mutações dos Power Rangers e o universo de Tron dos Daft Punk. O português João Retorta dirige este abuso de vídeo com dance battles entre gangues de motociclos rivais.
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