That Rihanna Reign Just Won't Let Up
Rihanna-"Disturbia"
Good Girl Gone Bad: Reloaded (2008)
Esta semana analiso o extraordinário percurso de uma artista que me diz muito:
Lembro-me como se fosse ontem da primeira vez que a vi. Estavamos no Verão de 2005 e eu como devorador atento de tabelas musicais, via na televisão o US Top 20 (que mostrava o top 20 da Billboard Hot 100) quando no 2º lugar me deparei com uma cara desconhecida mas extremamente (e estranhamente) hipnotizadora. O tema em questão era o seu single de estreia, "Pon de Replay", e a primeira coisa que me ocorreu foi que estava perante uma artista indiana (o nome Rihanna e os seus traços físicos assim me induziram em erro). O single de influências dancehall era agradável ao ouvido, mas o que saltava à vista era a sua beleza magnetizante. Longe de mim pensar que tinha acabado de ver aquela que dali a 2 anos iria despertar em mim um imenso fanatismo.
Desde logo apadrinhada por Jay-Z (o grande responsável do seu sucesso) lançava então nesse ano, com 17 anos, o seu álbum de estreia, Music of the Sun, que continha influências dancehall e reggae e um conjunto de músicas das quais não reza a história mas que, do mal ao menos, serviram para a apresentar ao mundo. Até aqui não passava de uma cara bonita com um impacto ínfimo no panorama musical, mas a sua marca começaria a ficar patente com A Girl Like Me (2006), o tal álbum que lhe deu os primeiros êxitos a sério como a eficácia dance pop de "S.O.S" e a emocionante balada "Unfaithful".
Contudo, foi em 2007 que não só eu próprio como o resto do Mundo nos rendemos de vez às evidências. O culpado foi Good Girl Gone Bad, o álbum em que passou de promessa a certeza, com um imponente conjunto de temas balançando entre o R&B e a dance pop contagiante. O céu desabou com a cadência de "Umbrella", ainda hoje considerado "o" tema de Rihanna. Como se um monstruoso hit não bastasse, mais se seguiram na senda do seu sucesso: "Shut Up and Drive", "Don't Stop the Music" e "Hate that I Love You". Em 2008 o álbum seria reeditado, ganhando dois novos temas: "Take a Bow" e "Disturbia", sendo que desenvolvi uma obsessão tal por este último tema nesse Verão que quem ia ficando com um distúrbio mental era eu. Chegados a este ponto, tinha erigido um altar musical em volta de Rihanna e não havia volta a dar, tinha-me enfeitiçado forte e feio.
Depois de 3 anos de actividade ininterrupta, o fenómeno Rihanna tinha finalmente acalmado e apenas dava voz a colaborações como "If I Never See Your Face Again" e "Live Your Life". Em 2009, aconteceu o tal incidente com Chris Brown que ainda hoje assombra muitos dos seus temas e foi talvez aí a única vez que parou para descansar a sua imagem. Creio que todos temeram que fosse o início do fim para Rihanna, mas ela digeriu as emoções e exorcizou todos os demónios na composição de Rated R, o obscuro 4º álbum, a sua verdadeira obra de arte, ao qual um dia irei aqui fazer-lhe toda a justiça que mereçe e infelizmente não teve. Apesar do sucesso comercial não ter igualado o de Good Girl Gone Bad, mostrou uma evolução enorme da rapariga aparentemente inofensiva de há 4 anos atrás.
Em 2010 foram-se as trevas e veio a luz com o garrido Loud, em que voltou a entrar nos terrenos da dance pop. Depois do fabuloso álbum que foi Rated R, notou-se aqui a sua sede de voltar ao topo e de recuperar o sucesso comercial da era Good Girl Gone Bad. Daí que o álbum viesse carregado de hits como "Only Girl (In the World)", "What's My Name?" ou "S&M". Foi um ligeiro decréscimo em relação a Rated R, mas mesmo assim demonstrou todo o seu poderio vocal.
A era de Loud ainda hoje se poderia ter prolongado não fosse a sua alucinante rotina obrigar a lançar um álbum novo todos os anos. Bem, neste ponto creio que a sua editora é a principal responsável pois a ganância e o dinheiro falam mais alto do que a credibilidade artística. É então que Talk That Talk, o seu 6º álbum em 6 anos de carreira, vê a luz do dia. E é a primeira vez que estou em desacordo com a sua carreira: não havia necessidade nenhuma de lançar outro álbum, a menos que a qualidade dos temas fosse superior aos seus antecessores. O que não é o caso. Se Rated R era excelente e Loud correspondia a um Muito Bom, Talk That Talk fica-se pela categoria de Bom. Óbvio que não vai ser um flop para Rihanna mas belisca a sua credibilidade, ao ponto de já não ser uma artista mas (custa-me dizê-lo mas tem que ser) uma mera máquina. Entristece-me enquanto profundo admirador que não tenha sabido que era tempo de parar. Se cépticos havia, ficaram convencidos com Rated R, mas que atire a primeira pedra aquele que ache que agora ela não é banal.
Estou convencido que apesar de tudo, Rihanna não fez o disco que queria mas sim aquele que a pressão do sucesso comercial obrigou. Porque a sua verdadeira identidade ficou algures na era de Rated R. Não obstante isso, "We Found Love" vai de vento em popa, "You da One" já espreita à esquina e "Talk That Talk" e "Where Have You Been" destacam-se como potenciais próximos singles.
No meio deste turbilhão, poucos são os que param para pensar no que esta rapariga já alcançou. Aos 23 anos e em apenas 6 anos de carreira já vendeu 20 milhões de álbuns, 60 milhões de singles, quebrou inúmeros recordes de entre os quais se destaca os 11 números 1 alcançados na Billboard Hot 100, sendo a artista mais nova de sempre a conquistar tal feito.
Sim, é verdade que grande parte do seu sucesso se deve à fantástica equipa que tem por trás mas é certo também que ela tem todas as condições necessárias para ser uma estrela: tem o tão desejado factor X. Não persegue nenhum trono: nem o da Beyoncé, Britney, Lady Gaga, Katy Perry, etc. Move-se com agilidade em terrenos tão distintos como o R&B, reggae, rock, electropop, hip hop, dance pop, dancehall, house ou até mesmo o género latino e, por isso, o caminho que ela tem trilhado mais ninguém tem a ousadia de percorrer.
Se aos 23 anos, já conseguiu tudo, imaginem só onde estará daqui a 10 anos. Algo me diz, que talvez a meio caminho de se tornar numa lenda viva. Por todas estas razões, é acertado dizer que "That Rihanna Reign Just Won't Let Up". E dura, dura, dura...
Em 2010 foram-se as trevas e veio a luz com o garrido Loud, em que voltou a entrar nos terrenos da dance pop. Depois do fabuloso álbum que foi Rated R, notou-se aqui a sua sede de voltar ao topo e de recuperar o sucesso comercial da era Good Girl Gone Bad. Daí que o álbum viesse carregado de hits como "Only Girl (In the World)", "What's My Name?" ou "S&M". Foi um ligeiro decréscimo em relação a Rated R, mas mesmo assim demonstrou todo o seu poderio vocal.
A era de Loud ainda hoje se poderia ter prolongado não fosse a sua alucinante rotina obrigar a lançar um álbum novo todos os anos. Bem, neste ponto creio que a sua editora é a principal responsável pois a ganância e o dinheiro falam mais alto do que a credibilidade artística. É então que Talk That Talk, o seu 6º álbum em 6 anos de carreira, vê a luz do dia. E é a primeira vez que estou em desacordo com a sua carreira: não havia necessidade nenhuma de lançar outro álbum, a menos que a qualidade dos temas fosse superior aos seus antecessores. O que não é o caso. Se Rated R era excelente e Loud correspondia a um Muito Bom, Talk That Talk fica-se pela categoria de Bom. Óbvio que não vai ser um flop para Rihanna mas belisca a sua credibilidade, ao ponto de já não ser uma artista mas (custa-me dizê-lo mas tem que ser) uma mera máquina. Entristece-me enquanto profundo admirador que não tenha sabido que era tempo de parar. Se cépticos havia, ficaram convencidos com Rated R, mas que atire a primeira pedra aquele que ache que agora ela não é banal.
Estou convencido que apesar de tudo, Rihanna não fez o disco que queria mas sim aquele que a pressão do sucesso comercial obrigou. Porque a sua verdadeira identidade ficou algures na era de Rated R. Não obstante isso, "We Found Love" vai de vento em popa, "You da One" já espreita à esquina e "Talk That Talk" e "Where Have You Been" destacam-se como potenciais próximos singles.
No meio deste turbilhão, poucos são os que param para pensar no que esta rapariga já alcançou. Aos 23 anos e em apenas 6 anos de carreira já vendeu 20 milhões de álbuns, 60 milhões de singles, quebrou inúmeros recordes de entre os quais se destaca os 11 números 1 alcançados na Billboard Hot 100, sendo a artista mais nova de sempre a conquistar tal feito.
Sim, é verdade que grande parte do seu sucesso se deve à fantástica equipa que tem por trás mas é certo também que ela tem todas as condições necessárias para ser uma estrela: tem o tão desejado factor X. Não persegue nenhum trono: nem o da Beyoncé, Britney, Lady Gaga, Katy Perry, etc. Move-se com agilidade em terrenos tão distintos como o R&B, reggae, rock, electropop, hip hop, dance pop, dancehall, house ou até mesmo o género latino e, por isso, o caminho que ela tem trilhado mais ninguém tem a ousadia de percorrer.
Se aos 23 anos, já conseguiu tudo, imaginem só onde estará daqui a 10 anos. Algo me diz, que talvez a meio caminho de se tornar numa lenda viva. Por todas estas razões, é acertado dizer que "That Rihanna Reign Just Won't Let Up". E dura, dura, dura...
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