Somewhere a Clock Is Ticking

Muse-"Time Is Running Out"
Absolution (2003)

Muse, os todos-poderosos:



Feitos à base de pura genialidade e de um caldeirão de fusões que mistura alternative rock, new prog, symphonic rock e progressive metal, os Muse são a perfeita acepcção da palavra "épico".

Vindos de Inglaterra e formados em 1994, editaram em 1999 o seu álbum de estreia, Showbiz, mas foi em 2001 com a edição de Origin of Symmetry, álbum conceptual e encarado por muitos como a obra-prima da banda, que alcançaram um patamar de excelência. Contudo, foi com o lançamento de Absolution (2003), disco ambicioso e épico em todos os sentidos, que alcançaram o sucesso comercial e uma ainda maior aclamação por  parte da crítica.

Este "Time Is Running Out" foi o ponto de viragem na sua carreira e foi com este tema que os conheci em 2003. Foi no UK Rock Chart, que na altura passava na televisão (quando a MTV ainda era decente) e com uns tenros 12 anos que me deparei com esta música que me deixou algo amedrontado e com a sensação de que era areia a mais para a minha curta bagagem musical.

Em 2006 os ventos de mudança atingiram os Muse com a edição de Black Holes and Revelations, com o qual se deu o pico comercial da banda, e temas como "Supermassive Black Hole" e "Starlight" estão ainda hoje na memória de muitos. Aos 14 anos já não tinha receio de abraçar esta sonoridade tão diferente de tudo o resto e os meus ouvidos renderam-se de vez a este trio.

Em fins de 2008 e por razões que ainda hoje estão por explicar emprestaram "Supermassive Black Hole" à saga Twilight e foi aí que todas as almas deste mundo descobriram de vez Matthew Bellamy e os seus comparsas. A humanidade estava então preparada para receber The Resistance (2009), o brilhante 5º álbum dos Muse, que continha pérolas como "Uprising", "Exogenesis: Symphony" ou "Resistance".

Em 2010, no alto da sua glória, os Muse vieram a Portugal para um 2º concerto no Rock In Rio (o primeiro havia sido em 2008) e eu tive a sorte de presenciar esse grandioso momento: uns 90 minutos de acrobacias vocais e instrumentais complementados por uma excelente componente visual. Escusado será dizer que foi o melhor concerto que já assisti e ainda hoje recordo o poder que aquele trio emanou em palco. Foi épico do primeiro ao último instante.

Não sou fã devoto dos Muse, mas gosto bastante da carga imponente e do espírito ambicioso pelo qual se tem pautado a sua carreira. Confesso que houve uma altura em que a sua excessiva exposição me enjoou, mas depois de um 2011 sabático é mais do que altura de tirarem o pó às guitarras e salvarem, uma vez mais, a honra do rock, que atravessa um período crítico.

É esperado um novo álbum para Outubro de 2012 e prometem "algo radicalmente diferente". Se conseguirem ser bem sucedidos, é possível que ameaçem o trono dos Coldplay como melhor banda do mundo. Não duvido das suas palavras, ou não fossem eles revestidos de proporções épicas.

"I think I'm drowning, asphyxiated
I wanna break this spell that you've created
You're something beautiful, a contradiction
I wanna play the game, I want the friction"

Comentários

  1. Bem isto não é bem um comentário ao teu, como sempre excelente, texto : "(quando a MTV ainda era decente)", aqui disseste tudo, agora a MTV não passa de um canal, que na sua totalidade devia ser preenchido por musica, é mais ocupado por series, na minha opinião, sem qualidade, reality show ridiculoso, entre outros. Acho que, e eu com muito menos anos de visualização de MTV, sinto que ela já perdeu há muito tempo a sua essência.

    Mais uma coisa: "Em fins de 2008 e por razões que ainda hoje estão por explicar emprestaram "Supermassive Black Hole" à saga Twiligh" acho que aqui foi uma questão de os Muse serem a banda favorita da escritora.

    ResponderEliminar
  2. É triste ver um canal que supostamente deveria ser de música ocupado na sua grande maioria por programas sem sentido e que nem estão relacionados com música. Lembro-me que há uns 7 anos atrás eram transmitidos topes variados. Se bem me lembro acho que era assim:
    terça feira: UK R&B chart
    quarta feira: HLP (Hit List Portugal)
    quinta feira: o top 20 da hot 100
    sexta feira: dancefloor chart
    sábado: euro top 20

    E há também que mencionar o TRL que passava durante a semana. Foi graças a estes programas que alimentei a minha paixão pela música e conheci muitos artistas e temas que de outra forma nunca teria conhecido (sim, porque naquela altura a internet não era o que é hoje).
    Confesso que hoje em dia apenas ligo a MTV para ver o America's Best Dance Crew e de resto passo bem sem ela. O meu canal de música favorito? O youtube!

    Em relação à tua observação: era um facto que desconhecia mas mesmo assim não percebo o que leva uma banda séria e algo reservada que nunca quis mediatismo barato a associar-se a algo tão comercial. Pronto, a explicação óbvia é de que queriam vingar na América e de certa forma conseguiram-no, mas de qualquer modo irritaram alguns fãs leais e confundiram outros.
    Bem, no final do dia o que interessa é que continuem a fazer boa música...

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Mensagens populares