Britney Spears: De Singapura a Las Vegas
















A escassos dias de dar início à campanha promocional do 9º álbum de estúdio, Britney Spears, the legendary princess of pop herself, há muito que prepara o terreno para um regresso em grande.

As duas últimas semanas foram particularmente sumarentas, primeiro com o generoso megamix realizado nos Billboard Music Awards 2016, onde foi agraciada com um prémio de carreira, e mais recentemente com a divulgação na world wide web de um showcase de 98 em Singapura onde uma Britney colegial dava um dos seus primeiros espectáculos a solo. É inevitável (e irresistível) estabelecer paralelismos entre ambos:

O ano é 1998. Singapura, o local. Mesmo antes do primeiro álbum ser editado e de "Baby One More Time" se tornar na representação máxima da bubblegum pop de final de século, uma Britney tão sweet sixteen surge vestida de preto para impressionar, munida de um bom jogo de pernas e três temas certeiros defendidos com unhas e dentes. Eis o que há a retirar:



1) Singapura é um lugar tão válido como qualquer outro para uma estrela pop in-the-making ganhar calo, mas não deixa de ser uma escolha curiosa para alguém com um manager americano de gema e que grava o seu primeiro disco na Suécia. "Ai não há ninguém que queira contratar a piquena para um espectáculo local? Singapura, claro!". Menos sorte teve o Nepal, logo a opção seguinte.

2) Há que adorar todo o aspecto caseiro da gravação. Como se nós tivessemos estado lá também. Pelos vistos esteve só o manager. A sério, a ausência de público é hilariante. Mais ainda as pessoas que passam por trás do palco, indiferentes ao que ali se passa. Mas a jovem Britney nunca desistiu e deu o espectáculo da sua vida. De rebolar a rir.

3) Aquele palco. Um achado dos destroços do Titanic, seguramente. Ao melhor nível do espectáculo de final de ano de uma escola primária. Sem adereços, bailarinos e uma iluminação tão singela quanto um papo seco. Valeu o brilho natural da estrela que o pisava.

4) Um pouco mais a sérios nas considerações, esta mini-Britney era um torpedo prestes a ser lançado. Voz francamente decente, boa coordenação de movimentos e uma entrega de ferro. Não esquecer que andava há pelo menos uns 10 anos nestas lides, em estágio para estrela pop. O mundo nem sabia o que aí vinha. 

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18 anos mais tarde, é todo outro nível. O conto de fadas tornou-se realidade e ela um dos maiores símbolos da cultura pop do nosso tempo. Alcançou o estrelato, dominou o mundo, desceu às catacumbas, renasceu das cinzas, entrou em piloto automático (hi, Britbot) e perdeu fulgor, mas de alguma forma chegou até aqui. Impressionante e de louvar. Ilações:



1) Há uns anos atrás seria impensável vê-la a fazer algo semelhante. Não conseguiria nem quereria, provavelmente. Esta actuação é o resultado de noites e noites a labutar no Planet Hollywood em Las Vegas, que lhe devolveu a perícia (e alguma alegria, assim parece) de actuar ao vivo. 

2) Para o bem e para o mal, Vegas tem os seus efeitos. Ainda continua a ser estranho olhar para Britney em alguns momentos durante a performance. Como se tudo fosse programado e calculado ao milímetro, demasiado autómato. Cumpre, mas raramente arrebata. Há pouco espaço para momentos genuínos. 

3) Em Singapura bastava somente ela para encher o palco. Aqui, por mais smokin' hot que estivesse (e está mesmo), necessita do seu batalhão de dançarinos para sobressair e guiá-la durante a actuação. Isto sem esquecer que tem um momento fabuloso a solo quando sobe para (e monta) aquela guitarra gigante com a fúria de uma diabinha sexual. That's our girl. 

4) O megamix é francamente bom, à excepção do introdutório "Work Bitch" e de "Toxic", onde mais se sente a mecanização da performance. "Womanizer" tem a rotina de dança mais competente, "I Love Rock 'n' Roll" proporciona o momento alto, "I'm a Slave 4 U" conquista pela dança do varão e tanto "Breathe On Me" como "Touch of My Hand", recuperados do superior In the Zone, valem pelo risco e pela boa execução. 

Tudo a postos então para a chegada de "Make Me (Oooh)", o novo single que a deverá unir a G-Eazy e anteceder a chegada de um novo álbum ainda este Verão. Hit us baby, one more time.

                     

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