Sons Frescos #1

Esta semana foi tremendamente fértil em novos lançamentos, por isso toca de reuni-los numa playlist e opinar um pouco sobre eles. Press play:


1) Grace- "Hope You Understand"- "You Don't Own Me" começa agora a encontrar sucesso nos EUA depois de ter conquistado os Antípodas e a Europa, mas não estava fácil para Grace encontrar um sucessor à altura. Ele aí está: portentoso híbrido soul e R&B entre Amy Winehouse e Melanie Fiona, "Hope You Understand" soa a absoluto triunfo para a mais promissora das novas estrelas australianas. Fará parte de FMA - sigla para "forgive my atittude" - o álbum de estreia disponível a 1 de Julho. 

2) Usher- "No Limit"- Custa a acreditar que passam quatro anos do último lançamento discográfico de Usher, um silêncio apenas quebrado por falsos arranques e pontuais colaborações que nunca o afastaram totalmente do radar. "No Limit" passava por mais uma adição ao vasto alinhamento de Views do rival Drake - melífluo e sedutor, semi-rimado e cantado, é desde já uma das propostas urbanas mais cativantes para este Verão. 

3) Bastille- "Good Grief"- Conquistar foi fácil, o difícil para os Bastille será permanecer depois da frescura da estreia se ter evaporado. Para já existe uma tentativa de colagem a "Pompeii" neste primeiro single, o que significa que a rapaziada está a jogar muito pelo seguro: a mesma estrutura synthpop, a mesma névoa indie pop para festivaleiro ouvir e a mesma aura cadavérica. Só lhe falta um refrão tão inescapável quanto o dito cujo. 



4) Metronomy- "Back Together"- Os Metronomy ainda sabem o que fizeram no Verão de 2008, de tal forma que o vão imortalizar em disco. Se "Old Skool" já era uma amostra particularmente digna de nota, o novo "Back Together" mantém a expectativa bem alta: nervo dance-punk à la Bloc Party misturado com a tempura disco dos anos 70 patente na última encarnação dos Daft Punk. Para dançar com estilo e sobriedade nestas noites de Verão. 

5) Jarryd James ft. Broods- "1000x"- Austrália e Nova Zelândia de mãos dadas, num encontro que se avizinhava pelo simples facto dos dois partilharem o mesmo produtor (Joel Little). Jarryd é o anfitrião, mas "1000x" soa mais à indie pop emocional dos irmãos Nott do que aos floreados R&B deste. E parecer ter sido tecido da casaca de "Mother & Father" - cheira a Natal e pede um abraço caloroso. 

6) Christina Aguilera- "Change"- Ainda não é o aguardado single de regresso de Xtina, mas é o mais próximo que estamos disso. É a sua homenagem em canção às vítimas do atentado de Orlando, um hino de tolerância para apaziguar espíritos e alterar consciências, de recorte minimal e aura gospel. Todos os lucros provenientes serão doados à National Compassion Fund, que apoiará as famílias das vítimas. 

7) Two Door Cinema Club- "Are We Ready? (Wreck)"- A inclinação synthpop do último "Changing of the Seasons" fazia antever que o futuro da banda se fizesse mais de sintetizadores do que guitarras, mas há um bom equilíbrio neste novo single, cartão de visita de Gameshow, terceiro álbum do trio irlandês com saída prevista para 14 de Outubro. Ainda assim escapa-lhe a verve do disco de estreia e a evolução que se esperava fruto da longa maturação de ideias. 

8) Alicia Keys- "Hallelujah"- Tão cedo não vamos querer sair do oásis tropical de "In Common", mas se há algo que a nova proposta de Miss Keys vem declarar é a intenção de ruptura com concepções previamente estabelecidas. "Hallelujah" vê-a regressar ao piano, mas com uma postura totalmente diferente à das investidas passadas. Há fé, força e crueza onde antes haveria lugar para paixão e sedução. Toda uma nova Alicia para descobrir.

9) Mike Will Made It & Rihanna- "Nothing Is Promised"- Afastado da selecção final de Anti e em fila de espera por tempo indeterminado para a sua sequela, "Nothing Is Promised" lá acabou por encontrar lugar no novo álbum de Mike Will Made It, também criador da canção. Curta e grossa malha trap que, curiosamente, soa mais acessível do que as congéneres de Anti. É também o 5º single que RiRi deita cá para fora num espaço de dois meses, note-se.

10) Broods- "Heartlines"- Houve um pequeno baque cardíaco quando os vimos a servir synthpop industrial em "Free", primeiro avanço de Conscious, confessemos. A pulsação retomou à sua cadência habitual com a revelação de "Couldn't Believe" (oi, Chvrches), primeiro, e deste "Heartlines" depois - emo indietronica em tons pastel - de novo com Joel Little na mistura e Lorde a dar uma mãozinha. Produto 100% neozelandês. 

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