Os 11 melhores singles dos Panic! at the Disco


Fizeram parte da vaga emo/pop punk do início do milénio, experimentaram peles folk/psicadélicas e tons synthpop, perderam membros e acabaram por se tornar na por vezes questionável ópera power pop/rock de Brendon Urie. Há treze anos que acolhemos os Panic! at the Disco - que acabam de editar o sexto álbum de estúdio, Pray for the Wicked - nas nossas vidas. É, pois, chegada a hora de retribuir:



11º "This Is Gospel", Too Weird to Live, Too Rare to Die! (2013)- Para o bem e para o mal, esta é a canção que puxa os PATD para a actual encarnação power pop/alt rock com lampejos de insanidade e genialidade ocasional. Baseada nos efeitos destrutivos que a adição de drogas e álcool do baterista Spencer Smith disseminava à época entre a banda, "This Is Gospel" pertence à fase criativa mais caótica e disconexa do grupo. O vídeo serve de prequela a "Emperor's New Clothes" e sequela a "Say Amen (Saturday Night)".

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10º "Northern Downpour", Pretty. Odd. (2008)- Suceder a um registo emo/pop punk tão suado e teatral como A Fever You Can't Sweat Out com um segundo disco maduro absorvido nas influências pop psicadélicas dos Beatles e Beach Boys, foi um movimento demasiado ousado para uma jovem banda que já havia conquistado o seu espaço no mainstream. Correu-lhes mal a nível comercial, claro. O encantador e derradeiro single "Northern Downpour", escrito a meias pelo guitarrista Ryan Ross e pelo baixista Jon Walker - na sua última contribuição antes de deixarem a banda - reflectia sobre a vida de estrada e as relações afectivas dos seus elementos.

9º "Let's Kill Tonight", Vices & Virtues (2011)- Ao terceiro álbum os PATD eram uma dupla fragilizada pela saída de dois dos seus elementos fundadores, vendo-se obrigada a remodelar todo o seu processo criativo. A jornada provou ser revitalizante e fulcral na descoberta de uma nova identidade para Brendon Urie e Spencer Smith, com momentos especialmente cativantes como em "Let's Kill Tonight": acerca daquela confiança inabalável sobre dominar a noite, revestida de nervo dance punk e melodia demente.

8º "Build God, Then We'll Talk", A Fever You Can't Sweat Out (2005)- Que maravilhosa e estranha caricatura da intimidade é esta? Uma que treze anos volvidos ainda deixa a sua marca na história da música popular do século XXI. Quinto e último single da fulminante estreia, "Build God, Then We'll Talk" gira em torno da infidelidade e da desaprovação relativa ao negócio da prostituição. Ponto alto para a sátira aos versos de "My Favorite Things" de Música no Coração e para a inesquecível prestação do pornomime. Levados da breca, estes rapazes.

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7º "Ready to Go (Get Me Out of My Mind)", Vices & Virtues (2011)- Nunca antes os PATD tinham mostrado uma tão declarada ambição pop como neste tema. Segundo avanço de Vices & Virtues, "Ready to Go" nasce da noção de saltos de fé e da coragem de arriscar e perseguir algo diferente, o género de ímpeto que a dupla precisou de acalentar para sobreviver ao álbum número três. O vídeo igualmente catita presta tributo a musicais como Grease, Mary Poppins e Singin' in the Rain - o gene da Broadway sempre esteve enraízado na banda, afinal.

6º "But It's Better If You Do", A Fever You Can't Sweat Out (2005)- Aprecie-se o arrojo de uma jovem banda que canta os prazeres culpados de uma ida a contragosto ao clube de strip na tentativa de afogar as mágoas do coração. Assim rezava o terceiro single retirado do debute dos Panic!, com toda uma ambiência cabaret a receber a afiliação pop punk de elementos barrocos que apanhava então meio mundo de assalto. 

5º "The Ballad of Mona Lisa", Vices & Virtues (2011)- Mais do que um regresso em força, "The Ballad of Mona Lisa" foi uma valente prova de vida para os PATD. Munido do arcaboiço sonoro mais encorpado e denso do grupo, da prestação vocal mais inspirada de Brendon e do enérgico músculo punk da estreia, o cartão-de-visita do terceiro álbum recolhia assim influências do passado para reflectir um entusiasmante presente. Dilemas morais, dualidade de carácter e pistas de um crime são servidas ao melhor estilo steampunk no vídeo correspondente.

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4º "Lying Is the Most Fun a Girl Can Have Without Taking Her Clothes Off", A Fever You Can't Sweat Out (2005)- Ouch. Há poucos títulos de canções mais insurgentes e ofensivos que este. Desenhado na amarga ressaca de uma separação motivada pela infidelidade - novamente o denominador comum - "Lying Is The Most Fun..." deve o seu título a uma deixa de Natalie Portman no filme Closer (2004), também ele sobre adultério. Aquários andantes com destinos fatídicos são o pano de fundo para mais uma inspirada ilustração da banda. 

3º "Death of a Bachelor", Death of a Bachelor (2016)- Existe tanto que separa os Panic! de "I Write Sins Not Tragedies" até este "Death of a Bachelor", mas o certo é que a vida a solo de Brendon Urie nunca foi tão justificada como aqui: canto de cisne aos seus dias de bon vivant numa curiosa amálgama de pop-trap-jazz com elementos de swing e R&B que recolhe inspiração na figura de Frank Sinatra, assinala o capítulo mais reflexivo e genial da era moderna dos PATD.

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2º "Nine in the Afternoon", Pretty. Odd. (2008)- De a Fever You Can't Sweat Out para Pretty. Odd. houve um disco inteiro enviado para o lixo, mas a eficácia pop inabalável de "Nine in the Afternoon" - sem vestígios emo, mas conservando os elementos barrocos da estreia - indicava uma versão evoluída e mais polida da banda, sem espaço para inseguranças. Na mais pura encarnação visual e sónica dos Beatles de Sgt. Pepper's, parecia que daqui os Panic! só poderiam chegar às estrelas. Que canção incrível.

1º "I Write Sins Not Tragedies", A Fever You Can't Sweat Out (2005)- Haven't you people ever heard of closing the goddamn door?! À primeira amostra, todos os trunfos na mesa: voz teatral, lírica afiada e astuta para um bando de miúdos, revestimento emo com o selo da irreverente Fueled by Ramen, instrumentação exuberante (cravo e acordeão juntos na mistura de guitarras e bateria) e um vídeo com tremenda personalidade, considerado pela MTV um dos melhores do milénio. Podia-se sentir a forte aclamação que aí vinha. Até hoje.

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