Sons Frescos #39
A pasmaceira de Verão não mora definitivamente aqui:
1) Broods- "Peach"- É uma nova vida para os Broods. Depois de um pequeno hiato para perseguirem projectos a solo, Georgia e Caleb Nott estão de regresso mais luminosos que nunca, de forma que "everything's lookin' peach now". A mudança da Nova Zelândia natal para Los Angeles e da Capitol Records para a Neon Gold revela novas tonalidades e elementos estilísticos na electropop densa e por vezes dramática do duo, para conhecer em pormenor no terceiro longa-duração a ser editado em 2019.
2) Robyn- "Missing U"- Uma das mais importantes embaixadoras da pop do nosso tempo está finalmente de volta em nome próprio, depois de ter enveredado por projectos colaborativos nos últimos anos. Propulsivo combo pop/disco, "Missing U" espraia-se em gloriosos loops de sintetizadores enquanto versa sobre o desaparecimento terreno e a distância entre os seus fãs. Não molda a face do mainstream tal como "Dancing On My Own" ou "Call Your Girlfriend" o fizeram, mas é um fascinante aperitivo para o seu oitavo álbum de estúdio.
3) Zayn feat. Timbaland- "Too Much"- É oficial: Zayn está em apuros. À procura de um single-âncora desde o não-tão-bestial-assim "Dusk Till Dawn" que possa descolar a campanha do seu segundo álbum, o desertor dos 1D vai já na quarta tentativa em quatro meses. "Too Much", delicioso pedaço de electro-R&B que Timberlake ou The Weeknd não dispensariam, bebe da mestria de Timbaland e concede ao moço aquele que possivelmente é o seu melhor single de sempre. Onde raio está a sua legião de admiradores para fazer disto um êxito?
4) Ella Mai- "Trip"- É possível que Ella Mai se tenha aproximado um nadinha mais do que seria recomendável da fórmula mágica que fez de "Boo'd Up" o hit inesperado deste Verão, mas quando uma canção glorifica desta forma o R&B dos 90s e continua a despertar borboletas no estômago, ninguém a pode censurar. Afinal, já existiam provas dadas antes dessa benção no seu percurso. O que há-de vir é o que a definirá.
5) Matt Corby- "No Ordinary Life"- O autor de "Brother" é um oásis a descobrir na música que nos chega da Austrália. A belíssima "No Ordinary Life" é o primeiro inédito que revela desde a edição de Telluric (2016), um majestoso encontro entre os Beatles e os Bee Gees que de alguma forma nos transporta ao imaginário de Willy Wonka. Expectantemente a aguardar pelas cenas dos próximos capítulos.
6) Dagny- "Used to You"- Justiça fosse feita e a maioria das esperanças da pop nórdica seria bem mais aclamada do que é na realidade. A começar por Dagny, que desde o radioso "Backbeat" vem a apontar baterias para o domínio da pop internacional. "Used to You" canaliza os melhores momentos do cancioneiro de Natasha Bedingfield, oferecendo-nos uma brilhante composição synthpop sobre reconsiderações amorosas.
7) Ciara feat Tekno- "Freak Me"- Ainda estamos a aprender como controlar o fôlego da exigente coreografia de "Level Up", mas Ciara tem mais trunfos debaixo da manga. "Freak Me" ainda não é o slow jam R&B que esperávamos, antes uma aventurosa incursão pelas sonoridades afrobeat que, muito por culpa de Drake, pertencem cada vez mais ao mainstream. Não resulta a 100%, mas há que lhe gabar a vontade de arriscar - e teremos sempre um vídeo repleto de movimentos de dança fabulosos.
8) Troye Sivan- "Animal"- Facto número um: Bloom chegará às plataformas físicas e virtuais com todos os seus singles revelados, frutos de uma jornada de sete meses. Facto número dois: "Animal", na sua toada balada-pop-de-estádio-com-isqueiros-no-ar, é uma faixa de encerramento apaixonante. Facto número três: não há grande margem de erro para que as cinco canções que restam conhecer impeçam Bloom de ser um dos grandes álbuns pop do ano. Oh my my my, Troye.
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