A dinamite de Rosalía e Travis Scott em "TKN"



E a estrela de Rosalía brilha na sua plenitude ao quinto mês do ano conforme as escrituras. "Juro Que" e "Dolerme" já haviam feito as honras, mas estávamos todos na expectativa do seu próximo grande passo.

"TKN" só não chegou mais cedo porque o início da pandemia não o permitiu, mas há muito que estava anunciada uma colaboração mais a fundo com Travis Scott, depois da primeira experiência com a remistura de "Highest in the Room", no final do ano passado. 

Destemido híbrido trap e reggaeton, "TKN" deambula pelos laços de secretismo e confiança dos círculos da máfia e dos gangsters, com o imaginário melhor explorado na narrativa visual assinada pelo colectivo CANADA (que já haviam ilustrado "Malamente" e "Pienso en tu mirá"), onde a estrela catalã vive o papel de uma viúva e mãe solteira de uma numerosa prole que atravessa o luto pela perda do progenitor, encarnado por Scott. A coreografia incisiva é da autoria de Charm La'Donna.

Algures entre o arrojo de "Malamente" e o apelo pop global de "Con Altura", "TKN" apenas sai prejudicado por não se prolongar por mais uma ou duas estrofes, terminando pouco depois da marca dos dois minutos ser alcançada. Mas já não é pouco ter um astro tão galáctico e relevante para a configuração pop/urbana dos nossos dias a debitar umas rimas em espanhol, sinal da importância que a dita música latina e Rosalía, em particular, ocupam no mainstream. A colaboração com Billie Eilish está já ao virar da esquina.

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