Beyoncé e Nicki Minaj puxam o lustro aos hits da temporada


Dois êxitos maiores da temporada, ambos amplificados pelos desafios virais do TikTok e ambos agora agraciados com remisturas de peso. 

Começamos pelo total knockout de "Savage". Megan Thee Stallion já vinha a preparar o seu assalto ao mainstream há mais de um ano - "Big Ole Freak", "Hot Girl Summer" e o recente "B.I.T.C.H." estenderam-lhe a passadeira - mas faltava o hino de aclamação que o tema mais sonante do EP Suga veio agora proporcionar.

A faixa do mesmo produtor de "Bodak Yellow" ficava só um pouco aquém do seu verdadeiro potencial, não aproveitando todo o engenho da sua intérprete. Algo que a remistura com Queen B veio consertar: somos golpeados em todas as direcções, seja nos ad-libs que ergue em torno da conterrânea de Houston, ou na moldura pecaminosa em que se traduzem versos como "on that demon time she might start a Only Fans" ou "left cheek, right cheek, drop it low and then swang".



Alguém se lembra sequer de um mundo em que uma versão a solo tenha existido? Jogada de génio, aliança colaborativa de sonho - está fixado o alvo que todo o possível hit de Verão terá de bater. 



Uma remistura só funciona na totalidade se a outra parte vier acrescentar alguma proposta de valor. Ora, "Say So" já era um híbrido pop-rap perfeito, tão simplesmente porque Doja Cat é capaz de assegurar sozinha o charme pop e urbano da canção produzida por um Dr. Luke sob disfarce.

O re-tratamento está longe de ser brilhante. Ao contrário da multidimensionalidade que Beyoncé veio acrescentar a "Savage", a adição de Nicki Minaj é completamente redundante - a canção é como que retalhada para acomodar rimas sobre a quarentena. Um pouco à semelhança da participação de Bieber em "Bad Guy", faz-se valer mais pelo status e pelo mediatismo gerado, do que propriamente pela sua qualidade.

Na verdade não se percebe quem é que vai rentabilizar mais com esta nova versão: se a própria Doja, que pode beneficiar deste novo fôlego para atingir o nº1 na tabela de singles norte-americana, ou se Nicki, que de forma impressionante - e até algo cómica - ainda está para coleccionar o seu primeiro nº1 na Hot 100. 



Nos próximos dias veremos qual terá o maior empurrão.

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