A roleta dos álbuns de Ariana



A estrela feminina mais prolífica e incansável do mainstream desde Rihanna, acaba de editar o seu sexto álbum em sete anos, Positions, e o momento é de celebração. Decidimos assinalá-lo, por isso, com uma espécie de roleta que concentra o crème de la crème da discografia de Ariana, a Grande:


Yours Truly

O melhor single: "The Way"- Não é um single de estreia icónico, mas um em que Ariana deve ter bastante orgulho. Sólida composição R&B, pop e soul, foi exímia no momento de declarar as suas intenções e de a anunciar enquanto nova voz do mainstream. Não envelheceu um único dia. 

A melhor faixa: "Honeymoon Avenue"- Não podemos, não conseguimos, e não queremos esquecer a forma estonteante com que Yours Truly introduz Ariana ao mundo. 5 minutos e 40 segundos de um inebriante doo-wop urbano sobre os instantes finais de um relacionamento. 

A que devia ter sido single: "Tattooed Heart"- É uma luta renhida entre esta e "Almost Is Never Enough", mas tendo em conta que a última teve tratamento de single promocional, damos prioridade ao apaixonante doo-wop entoado com verdadeiro primor. 


My Everything

O melhor single: "Problem"- Um ano depois da estreia, a ambição pop cresce e Miss Grande subiu com estrondo à primeira liga do mainstream graças a este arrasador cartão-de-visita que convoca a tríade de magos suecos - Martin, Ilya e Shellback - bem como o sabor de eleição da temporada, Iggy Azalea. 

A melhor faixa: "Be My Baby"- O primeiro bop R&B feel-good/jubiloso do seu percurso, que a vê enveredar pelos bons caminhos do produtor norueguês Cashmere Cat. Um pequeno oásis a meio do alinhamento.

A que devia ter sido single: "Hands on Me"- Uma sensacional oferenda dance pop que estilhaçou em segundos a sua imagem juvenil e abriu caminho para as explorações mais carnais do vindouro Dangerous Woman. Um vídeo de alto orçamento por entre as areias do deserto teria sido divinal. 


Dangerous Woman

O melhor single: "Into You"- Ainda hoje não conseguimos perceber porque razão o segundo avanço de DW não trespassou a galáxia e dominou semanas a fio o nº1 de grande parte das tabelas de todo o mundo, mas adquiriu entretanto estatuto de culto, por isso o seu legado vive. É o seu melhor single de sempre. 

A melhor faixa: "Knew Better / Forever Boy"- Knock knock. Entre as muitas coisas espectaculares em DW, conta-se este díptico de cinco minutos de fantástica transição, do R&B-espacial de "Knew Better", até à modulação deep house de "Forever Boy". Na mouche. 

A que devia ter sido single: "Thinking Bout You"- Um álbum tão arrebatador deveria ter conhecido pelo menos um quinto single. Que melhor desfecho que o veludo synthpop emocional de "Thinking Bout You", encantador no seu sonho esfumaçado de Cinderela? Eternamente na memória.


Sweetener

O melhor single: "Breathin"- Todos queríamos vê-lo chegar a single, e não tardou muito, mas logo tinha que vir "Thank U, Next" para impedir que cumprisse o seu potencial comercial na íntegra. Um dos primeiros bops modernos a versar sobre ansiedade crónica e saúde mental. 

A melhor faixa: "Goodnight n Go"- Tanto há para elogiar no travo experimental e arrojado do seu quarto álbum, mas um dos momentos mais consensuais é aquele em que se atira a uma nova leitura de "Goodnight and Go" de Imogen Heap, agora em moldes trap e future bass. O coda angelical do final é uma experiência quase religiosa. 

A que devia ter sido single: "Borderline"- Sweetener é mais parco em faixas demarcadamente comerciais e instantâneas, mas o featuring com Missy Elliott deixa chamas à sua passagem graças à produção intoxicante de Pharrell Williams e à entrega confiante de Ariana.


Thank U, Next

O melhor single: "Thank U, Next"- É o momento de consagração definitiva na carreira de Ariana, capaz de lhe atribuir a posição de estrela mais brilhante do firmamento pop, ao mesmo tempo que funciona como uma acção de graças pelos rapazes que passaram na sua vida, e como um reset na sua conturbada narrativa pessoal. 

A melhor faixa: "Imagine"- Há varias faixas que podem ocupar esta posição em TUN, mas há algo de dilacerante em "Imagine" a que não conseguimos escapar: o facto de cantar sobre um amor doravante impossível de se concretizar. Viajamos até às estrelas com o registo whistle da secção final. 

A que devia ter sido single: "NASA"- A meio da tríade de sonho onde também se encontram "Needy" e "Bloodline", damos de caras com a mais fantástica forma de reclamar por espaço numa relação a dois, mencionando a estação espacial com o mesmo nome. Dispensávamos "Boyfriend" e "Don't Call Me Angel" só para poder vê-lo a cruzar a galáxia. 


Positions ainda está demasiado fresco para se poder formar uma impressão, por isso aguardaremos por uma roleta futura. Experimentem agora fazer também a vossa versão, utilizando o mesmo modelo, sentindo-se livres para partilhar o resultado! 

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