Best of Magnífico Material Desconhecido 2012

Of Monsters and Men

Vieram de longe, muito longe e percorreram um longo caminho para aqui chegarem. A árdua caminhada compensou e  foram eleitos os melhores Magníficos Materiais Desconhecidos de 2012, juntando-se assim aos  Florence and the Machine e a Birdy. O segredo mais bem guardado do ano traçou um percurso deveras comovente e hercúleo: dos confins gélidos da Islândia partiram à conquista do mundo com a sua indie folk inebriante e com "Little Talks" no bolso. My Head Is an Animal, o álbum de estreia, chegou pouco tempo depois e qual fábula ancestral, encantou tudo e todos com a magia de temas como "Dirty Paws", "Six Weeks" ou "Mountain Sound". A pouco e pouco foram deixando a sua pegada: há já quem lhe chame os Arcade Fire islandeses e os veja como salvadores do panorama musical. Em 2012 os Of Monsters and Men foram uma autêntica dádiva dos céus.

Sky Ferreira
É, muito provavelmente, a grande surpresa desta lista. Foi das últimas Magníficas a ser apresentada e apenas uma ínfima percentagem a afastou do 1º lugar. Sky Ferreira pode já não ser novidade para ninguém - há alguns anos que tentava a sua sorte - mas em 2012 tudo se encaminhou para um lançamento de uma carreira à séria. O facto de ter apostado numa sonoridade mais indie e new wave deu os seus frutos: o EP lançado em Outubro último, Ghost, deixou a crítica rendida, muito por culpa de temas como "Everything Is Embarrassing", "Red Lips" e "Sad Dream". Para 2013 espera-se a edição do seu aguardado álbum de estreia - I'm Not Alright - com a certeza de que desta é de vez.

Azealia Banks
Figura controversa, Azealia Banks causa sensação por onde passa. E deixa estragos pelo caminho. Foi no final do ano passado que "212" caiu que nem uma bomba e os seus estilhaços sentiram-se ainda ao longo de 2012. O EP 1991 chegou em Maio e deslumbrou os críticos graças a temas como "Van Vogue", "Liquorice" e o já referido "212". Seguiu-se a mixtape Fantasea que manteve a fasquia elevada, muito por culpa de "mimos" como "Atlantis", "Luxury", "Jumanji" ou "Fuck Up the Fun". A sua atitude destemida e irreverente aliada a uma sonoridade inovadora que mistura hip hop, house, rap picante e electrónica têm deixado meio mundo em polvorosa a salivar pela edição do seu álbum de estreia - Broke With Expansive Taste -  com edição marcada para Fevereiro de 2013. O mundo que se prepare para o furacão que aí vem.
Fun.
São eles os grandes heróis de 2012. Há um ano atrás não passavam de uma banda cheia de sonhos mas pela qual ninguém dava nada: daí que ver onde chegaram em apenas 12 meses é extremamente comovente. Tudo começou com a estranheza de "We Are Young" que acabaria por se tornar num dos maiores hinos do ano e marcar a revolução indie que alastrou em 2012. Livrar-se-iam do rótulo de one hit wonder graças ao single seguinte, "Some Nights", cuja chama imensa os elevou a patamares de grandeza. Acabam o ano em ombros, como heróis que são, ao som de "Carry On" e com 6 nomeações para os Grammy Awards. Em 2012, os Fun. viveram o sonho das suas vidas.

Lucy Rose
É também com algum espanto que vemos a nossa Lúcia Rosa a meio da lista, não porque não o mereça mas sim porque a sua encantadora presença passou algo despercebida ao longo de 2012. Na senda da vaga folk que por aí anda é fácil perdermo-nos na imensidão de bons artistas que semeiam tão agradável sonoridade, mas  Lucy Rose conquistou-vos o coração e primou pela doçura de temas como "Middle of the Bed", "Lines" ou "Bikes", saídos de Like I Used To, o primeiro capítulo da sua promissora carreira. O 5º lugar por ela alcançado deixa antever que será um paixão para o resto da vida. Isn't she lovely?

Aiden Grimshaw
Este parece ser definitivamente um ano de protagonistas inesperados. Aiden Grimshaw, mesmo envolto num discreto manto misterioso, alcança uma óptima posição nesta tabela. O seu álbum de estreia, Misty Eye, foi como se tivesse sido invisível aos olhos do público, mas para todos aqueles que o ouviram permanece como um estrondoso primeiro capítulo que merecia ter chegado mais longe. "Is This Love" e "Curtain Call" foram dois fascinantes casos de estudo e a sua voz hipnotizante e introspectiva continua a ser um mistério. No futuro, convém mantê-lo debaixo de olho.

Everything Everything
Atenção, não confundir: podem ter sido eles os autores do melhor tema de 2012 na minha óptica, mas o 7º lugar por eles alcançado neste lista deve-se única e exclusivamente a quem votou. Importa também referir que conseguem tal proeza graças a "Cough Cough", tema que antecede Arc, editado a 14 de Janeiro, e que julgo que confirmará as minhas suspeitas de que serão uma das grandes bandas de 2013. A revolução está à espreita e promete florescer em todo o seu esplendor.

 Delilah
A presença mais sublime da lista destacou-se como uma das promessas mais seguras de 2012 graças ao fabuloso álbum de estreia, From the Roots Up, uma experiência ultra-sensorial pelos labirintos do trip hop, neo-soul, R&B e electrónica minimal. Temas como "Breathe", "Inside My Love" e "Shades of Grey" vieram no silêncio da noite e deslumbraram com tamanha suavidade e textura vocal. Delilah possui uma beleza artística rara e uma maturidade precoce para alguém que conta apenas com 22 anos e acaba de se estrear. Algo me diz que está destinada a grandes feitos.
Bastille
O projecto encabeçado por Dan Smith ainda mal descolou mas já levantou suficiente poeira para se tornar num dos casos a acompanhar de perto em 2013, ano em que será editado o álbum de estreia do quarteto britânico. Em 2012 foram os singles "Overjoyed", "Bad Blood" e "Flaws" a aguçar o apetite graças à sua mistura de pop alternativa e electrónica, letras engenhosas e voz assombrosa. Mais do que um reconhecimento do percurso até aqui traçado, a inclusão dos Bastille nesta lista pode ser entendida como um voto de confiança. O futuro promete. E muito.
10º Karmin

Para um duo de quem se esperava tudo e mais alguma coisa, não deixa de ser um pouco decepcionante encontrá-los no fim da lista dos melhores novos talentos de 2012. Eles tinham tudo: o talento, forte apelo pop, a voz e, acima de tudo, a química. O que terá falhado então? Um álbum de estreia que pudesse comprovar todas essas características. Optaram antes pela edição de um EP, dando-se a conhecer com "Brokenhearted" e "Hello". Amy e Nick têm tudo, apenas lhes falta uma direcção que se revele acertada. Resta a esperança que 2013 seja o ano da consagração de um projecto que tem muito para dar.

Comentários

  1. Oh yeahhh Of Monsters and Men!!

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  2. Este foi o ano em que mais atenção dei a este espaço, encontrei nele verdadeiras pérolas, desconhecidas pela maioria das pessoas, artistas que fizeram parte da minha banda-sonora do ano passado e, que no futuro, acompanharei os seus percursos.
    Neste best of destaco os grandes Of Monsters and Men, que com as suas musicas nos transporta para mundos mágicos, a Sky Ferreira, talvez a minha magnifica favorita, a dona Lucy Rose, e o seu timbre peculiar, e o senhor Aiden Grimshaw, que nos trouxe um dos meus álbuns favoritos deste ano.
    Bem, basta-me elogiar o teu grande trabalho de recolha e que venham mais magníficos!

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  3. Continua a dar-me um enorme prazer trazer até vós todas estas promessas. Afinal de contas, são eles o futuro do panorama musical e trazem consigo sempre algo de excitante, que vale a pena conhecer.
    Considero que este ano não foi tão marcante quanto 2011 e precisei de investigar mais a fundo para descobrir os Magníficos. Eles existem sempre, é preciso é saber procurar e estar atento a tudo o que me rodeia.
    Obrigado pelos comentários!

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