Emeli Sandé e as queixas dos britânicos
Quem segue este blog, sabe que sou um entusiasta da música que vem do Reino Unido. Para além de seguir a tabela britânica atentamente, tenho também o hábito de visitar sites de especialidade e não raras vezes dou por mim a ler os comentários do povo britânico, autênticas doses diárias vitamínicas de cultura musical e do típico humor inglês.
Este último fim de semana, Emeli Sandé foi o grande tópico das conversas. Isto porque o seu álbum de estreia, Our Version of Events, quebrou o recorde de permanência consecutiva no top 10 (vai em 63 semanas), destronando um recorde de 50 anos que era detido pelo álbum de estreia dos Beatles.
Convém referir que o disco de Emeli alcançou o nº1 por 10 vezes, foi o best-seller de 2012 e continua na dianteira em 2013. As suas vendas ascendem a 1,820,000, número que equivale a 6 platinas. Quer se goste ou não da artista, é um feito impressionante.
Ora, o povo inglês é que não achou graça nenhuma. A esmagadora maioria dos comentários que li acerca do assunto estavam repletos de palavras odiosas, infames e de uma arrogância detestável. Entre críticas à sua voz, aspecto e omnipresença, poucos eram aqueles que decidiam aplaudir o feito. O mais alarmante é que isto não é de agora: as críticas já vêm de longe, mas subiram de tom e a meu ver ultrapassaram todos os limites.
Acontece com Emeli Sandé o mesmo que aconteceu com Adele. No início choviam aplausos e quando se tornaram massivamente conhecidas, o povo britânico não hesitou em apedrejar aquelas que outrora elogiavam pelo seu talento nato. Tanto uma com a outra nada fizeram de errado, o maior problema aqui é mesmo a mentalidade britânica.
Daria tudo o que tenho e não tenho para poder viajar até ao Reino Unido e absorver toda essa fascinante cultura musical. Veria Emeli Sandé ao vivo 100 noites seguidas, de sorriso no rosto, apenas porque o seu talento não se esgota. E porque talentos como o dela escasseiam no meu país.
Os ingleses são uns sortudos e, infelizmente, não dão valor ao que de bom têm. É que se aqui o Optimus Alive! são 3 dias, lá são 365. E os portugueses podem ter muitos defeitos, mas pelo menos valorizam e orgulham-se dos seus artistas, sejam eles Tony Carreira ou Mariza. Como melómano acérrimo, envergonho-me pelo comportamento de uma nação que tanto estimo: shame on you, british people!
Grande música. Grande senhora. Ponto final.
Bem, já algum tempo que ando para comentar este post, não só pela artista que trata como também a atitude que os britânicos tomam nestas situações.
ResponderEliminarNa realidade desconhecia desde recorde, mas não é de estranhar, o tempo que o cd anda na tabela dos álbuns UK... E verdade seja dita, ainda bem que este recorde veio para às mãos da Emeli! Além disto, fico muito contente por este feito porque a Emeli é talento dos pés a à cabeça, e acaba por ser das artistas que tenho mais carinho. Por isto mesmo esta atitude que os britânicos tomam em relação a este feito é revoltante, se o conseguiu foi porque a pessoas que gostam, descobrem e ouvem o seu belo trabalho. Shame on you brits!
E concordo contigo quando dizes que os portugueses orgulham-se dos artistas que têm, se a Emeli Sandé fosse portuguesa era tesouro nacional haha
Parabéns pelo post! Continua com o bom trabalho ^^
but if you're too big to follow rivers, how you ever gonna find the sea?
E esse comment esta cheio de lacunas peço desculpa
ResponderEliminarO que vale é que isto não reflecte a opinião da maioria do povo britânico (caso contrário o álbum não venderia tão bem) mas sim dos pseudo melómanos lá existentes. E assim sendo nem merecem essa designação porque um melómano à séria sabe reconhecer o verdadeiro talento e jamais se farta dele. Li coisas como "velha aborrecida", "provoca náuseas" ou "o seu cabelo parece queijo fundido", entre muitos outros comentários que para além de insultar a artista, insultavam também quem comprava o álbum. É puro bullying musical.
ResponderEliminarObrigado pelo comentário!