Odisseia Musical: 2004, O Fascínio- Parte IV
No último capítulo de 2004 reservo as linhas finais para falar um pouco dos artistas que mais me marcaram: Britney Spears, Black Eyed Peas e Avril Lavigne.
Em 2004 Britney era a inquestionável princesa da pop e marcou toda uma geração. No final de 2003 havia lançado o seu 4º álbum, In the Zone, com o qual redefiniu a pop da época. Eram os tempos de "Toxic" e "Everytime". No final desse ano viria a lançar o seu primeiro Greatest Hits: My Prerogative, do qual editou o single com o mesmo nome. É capaz de ter sido o ano mais marcante na carreira de Britney, que nos anos vindouros viria a passar tempos muito conturbados. Foi ela o meu primeiro grande amor musical e se hoje em dia tenho tamanha paixão por música, a ela o devo.
Catapultados para a fama no ano anterior, em 2004 os BEP colheram os louros do sucesso de Elephunk. A entrada de Fergie no seio do grupo mudou por completo a sua dinâmica e atraiu a atenção do grande público. Êxitos como "Shut Up", "Hey Mama" ou "Let's Get It Started" instalaram-se nos lugares cimeiros das tabelas e ainda hoje povoam as minhas memórias musicais. Longe de se tornarem adeptos da electrónica, pautavam-se por uma sonoridade hip hop e muito pouco extravagante.
Avril Lavigne marcou-me forte e feio nesse ano. Até então não era particularmente fã do seu trabalho, mas a edição do 2º álbum, Under My Skin, conquistou-me de tal forma que nutri por ela uma grande estima. Foram os tempos de "Don't Tell Me", "My Happy Ending" e "Nobody's Home", um punhado de canções cuja qualidade Avril nunca mais conseguiu igualar. Sim, desiludiu-me a valer nos anos seguintes...
Se pudesse escolher um ano a que pudesse regressar, seria sem dúvida 2004. Fui muito muito feliz e as eras musicais marcaram-me a ferro e fogo. Sinto falta da inocência, do fascínio com que encarava cada descoberta por muito má que fosse. Não havia espaço para a desilusão, apenas uma curiosidade interminável de descobrir mais e mais... Por outras palavras, 2004 foi crucial na construção da minha identidade musical. E só posso agradecer a todos os artistas que fizeram de mim o que sou hoje.
Os temas que mais me marcaram
3º Evanescence- "My Immortal", Fallen
É uma das canções mais tristes que já ouvi na vida, mas ao mesmo tempo é assombrosamente bela. É o tema pelo qual os Evanescence serão para sempre recordados e que terá sido um dos principais culpados pelo sucesso esmagador de Fallen. Nostálgica, fabulosamente interpretada e emocionalmente devastadora.
2º Britney Spears- "Everytime", In the Zone
É o tema mais bonito da carreira de Britney, supostamente escrito acerca da sua separação de Justin Timberlake, como se de um pedido de desculpas se tratasse. Traz à tona tantas memórias e deixa-me sempre com um aperto no coração. O vídeo foi como uma profecia: assinalou o fim da inocência e o início do inferno em que a sua vida cairia. A partir daqui nada voltaria a ser como dantes.
1º Britney Spears- "Toxic", In the Zone
Nem poderia ser outro a ocupar este lugar. "Toxic" foi, é, e continuará a ser um dos temas pop mais perfeitos de todos os tempos. Redefiniu a cultura musical da época, trouxe a electrónica ao universo pop e foi ilustrado por um vídeo absolutamente icónico em todos os sentidos. Vista daqui, Britney Spears dominava o mundo. E eu completamente rendido a ela.
Os álbuns que mais me marcaram
1º Avril Lavigne- Under My Skin
Poucos foram os discos que se entranharam tanto em mim como este. Foi a banda-sonora do meu Verão e ouvia-o quase diariamente. E sabia as letras de trás para a frente, uma vez que o livrete do álbum trazia-as impressas. A meu ver é o melhor trabalho de Avril à data, aqui com uns meros 19 anos, mas cheios de histórias para contar. Under My Skin vive de pop rock densa, pesada, mas igualmente cativante. É curioso pensar que a maturidade aqui conquistada pela cantora perdeu-se nos álbuns seguintes e deu lugar a uma pop punk adolescente muito feminina. Foi um caso intenso mas acabámos por seguir caminhos diferentes. Caramba, Avril, tinhas que estragar tudo...
Este é o álbum de: "Don't Tell Me", "My Happy Ending", "Nobody's Home" e "He Wasn't"
Termina aqui a Odisseia Musical referente ao ano de 2004. Preparem-se para a próxima etapa, na qual iremos percorrer as minhas memórias musicais de 2005. Fiquem desse lado e não percam o que está para vir.
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