OUVIR: Rae Morris- Cold + Unguarded
É sempre um tanto ou quanto complicando saber novidades de Rae Morris e perceber em que ponto está a sua situação artística. Para todos os efeitos e apesar dos seus últimos esforços a terem tirado de um denso anonimato, continua a ser um segredo bem guardado, demasiado até. Veja-se que nem sequer tem uma página na wikipédia - e isto para quem a visita frequentemente de modo a estar a par das últimas dos artistas, é uma grande dor de cabeça e motivo de alarme. Porque raio é que ainda ninguém se lembrou de lhe criar uma? #unsolvedmysteriesofmusicindustry
Once more, with feeling, cá estou eu para prestar serviço público e dar-vos a conhecer os seus últimos inéditos. São eles:
"Cold" feat. Fryars
Primeiro "Skin", depois "Do You Even Know?" e agora isto - cada tiro, cada melro. "Cold" supostamente é o 2º single do seu álbum de estreia, com chegada prevista para 22 de Setembro, e foi escrito em parceria com o também britânico - e desconhecido - Fryars, que produz e empresta a voz ao tema, uma conversa gélida entre dois amantes à beira da separação que decorre em ambientes R&B sintetizados, com piano cristalino e percussão groovy à mistura. Faz-me lembrar uma versão menos fantasmagórica e mais jovial de "Hanging On", sendo que a letra é especialmente pungente no verso "cut me and my blood runs, cold for you".
"Unguarded"
Este tema faz parte do EP Do You Even Know, lançado no ínicio deste mês, e vê Rae a apalpar terrenos pisados pelos Florence and the Machine ou até mesmo por Björk, delicadamente tecido e ornamentado com piano, cordas e doces camadas rítmicas que embalam a sua voz encantadora, aqui mais domada e polida do que noutras canções suas. À semelhança do tema anterior, também foi produzido pelo jovem Fryars - espero sinceramente que esta parelha se mantenha em trabalhos futuros.
Quem a viu há ano e meio atrás, escondida atrás do piano e de uma vasta melena de caracóis, e a vê agora, tão expedita e promissora, de juba ao vento, não pode deixar de se sentir muito bem impressionado e tremendamente curioso acerca da direcção que tomará o seu álbum de estreia. Para mim é já um dos mais aguardados do ano e a própria Rae, uma das revelações maiores de 2014. E não é preciso página alguma da wikipédia para me vir dizer isso. Sinto-o nos meus ossos e a explodir no meu peito: esta rapariga vai ser uma das melhores da sua geração.
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