The Voice Portugal- Batalhas: 7º Programa

E ao primeiro choque de titãs na arena do The Voice Portugal, já temos uns quantos bons concorrentes tombados, uma mão cheia de decisões questionáveis e várias demonstrações de garra e poder - foi um programa bastante consistente e nada monótono. Vamos então às melhores batalhas:

Equipa Rui Reininho
Alexandre Casimiro VS Mariana Azevedo- "Sex on Fire"

Grande parelha e escolha musical - o fogo pode ter tido origem nas calças, mas foi o palco que se incendiou graças à intensa fonte de calor gerada por estes dois. Da Mariana já esperava tamanha entrega, mas mesmo assim conseguiu-me surprender com aquelas notas operáticas lá para o climax da canção. Já o Alexandre fez-me recordar um mini Denis Filipe, se bem que ainda tem que ganhar calo para lá chegar. Adorei, portanto, a forma como comunicaram e se entrosaram nesta canção que pedia chamas e vísceras. Teria escolhido a Mariana pelo simples facto de se ter mostrado mais confiante, experiente e vulcânica que o Alexandre, mas ficaram os dois e isso é que importa.



Equipa Anselmo Ralph
Jéssica Cipriano VS Leonor Andrade- "It's a Man's Man's Man's World"

Grande surpresa esta, a prestação da Jéssica. Não estava à espera que desabrochasse de forma tão estupenda, ainda para mais porque a sua 'Prova Cega' não foi assim tão triunfal. Mas o que vi aqui foi uma Jéssica na máxima potência a lutar de forma heróica pelo seu lugar no programa, atingindo todas as notas e mais alguma qual Christina Aguilera cá do burgo, e uma Leonor um tanto ou quanto alheada e a esfalfar-se para acompanhar a pedalada da colega, saindo fora de tom algumas vezes - não fosse o carinho que o mentor nutre por ela e teria estado em risco de sair. Não percebi foi porque é que a Marisa se mostrou tão impressionada com a prestação da Jéssica e depois nem sequer se dispôs a salvá-la...



Equipa Marisa Liz
Nuno Pinto VS João Alves- "Sol de Inverno"

Excelente ideia a de contornar o óbvio e pôr dois rapazes a cantar isto com guitarras à mistura e um arranjo que às tantas já soava a Ornatos - é em momentos como este que o The Voice mostra porque razão é o melhor talent show da televisão portuguesa. Gostava dos dois de igual forma, mas foi claramente notório que o João foi superior - excelente dicção, timbre e colocação da voz - acho que foi a "baixa" que mais me custou assistir. Creio que uma vez mais, pesou na decisão o factor afectivo: talvez porque a Marisa se recorde do Nuno dos tempos da OT e saiba daquilo que ele é capaz. Por falar nela, como não amar a forma como se entusiasma e vibra com as actuações?



Equipa Mickael Carreira
Renata Gonçalves VS Carlos Costa- "Beneath Your Beautiful"

Ora bem, esta era daquelas dificeís. Humm, vejamos: vamos dar a vitória a uma rapariga muito jovem e já com uma voz tão possante que, apesar de requerer ainda alguma experiência, apresenta uma enorme margem de progressão, ou vamos atribuí-la a um rapaz que já esteve à beira de vencer um talent show e que 4 anos volvidos vem mostrar mais do mesmo? Não faz sentido algum, certo? Tal como não fez sequer ter posto os dois num frente-a-frente - o Dinis Coutinho, por exemplo, teria sido um opositor mais justo. Quanto à Renata, justificou o ter sido salva, e já limou ali algumas arestas menos favoráveis expostas aquando da sua inesquecível 'Prova Cega'. Talvez tenha sido melhor assim, pois a Marisa será uma excelente instrutora - é que não se regam vozes destas com falinhas mansas...



Equipa Marisa Liz
Inês Góis VS Mariana Morais- "Golden Days"

Estava muito expectante para assistir a esta batalha, precisamente para tentar perceber o que tinha desencadeado a animosidade entre ambas. Uma porque é primadonna girl, all she ever wanted was the world, como diz a canção, outra porque está doente e não consegue dar tudo de si. No campo atitudinal, a Inês leva cartão vermelho porque o seu comportamento deveria ter-lhe valido ordem de marcha - dentro e fora do ringue - enquanto a Mariana mostrou-se sempre superior aos insultos e educada no momento da despedida. Agora, no campo vocal, a primeira trucidou a segunda - se por mérito próprio ou "invalidez" da opositora não sei, mas que mereceu passar, mereceu. Sinto que a deveria condenar e desgostar dela daqui em diante, mas não o farei, até porque isto é um concurso de vozes e não de feitios. Consigo, por isso, separar as águas e reconhecer o seu valor, mas tenho a sensação que o resto do público não será capaz de a perdoar. What goes around, comes around...



Também tenho uma palavra a dizer quanto às 3 restantes batalhas:

Equipa Rui Reininho: Pablo Oliveira VS Carolina Santos- "Tainted Love"- Mas porquê é que juntam sempre concorrentes pelos quais nutro bastante estima? De um lado o prodigioso Pablo que lutava por um lugar ao sol que lhe escapa desde a última edição de Ídolos, e do outro a Rachel Berry portuguesa com uma maravilhosa voz pela qual morri de amores na 'Prova Cega'. Foi um duelo bastante equilibrado, com o Pablo a causar pequenos abalos sísmicos e a Carolina a aproveitar todo e qualquer buraquinho para brilhar. O desfecho nunca me agradaria totalmente, mas aceito que o critério da decisão se tenha baseado no cunho do aparelho vocal. E nesse aspecto o do Pablo é mais interessante, de facto. Espero ver a Carolina por aí, numa próxima edição ou noutro formato. 

Equipa Anselmo Ralph: Rita Seidi VS Raquel Silva- "Super Duper Love"- Achei muito curiosa a escolha do tema, não tanto o duelo em si. Nenhuma das duas me entusiasmou particularmente, mas concordo com a passagem da Rita, que aqui esteve uns bons furos acima da sua Prova Cega.

Equipa Mickael Carreira: Alexandre Guerra VS Bernardo Nunes- "Mirrors"- A batalha menos conseguida e desinteressante da noite. E tinha tudo para ser boa porque a música prestava-se para isso. Os candidatos é que estavam completamente à deriva, fora do seu habitat natural. Ainda assim, não me pareceu correcto deixar o Bernardo seguir em frente, quando o Alexandre (bem, ele gosta mesmo de tocar piano) tem um registo vocal muito mais interessante. Merecia outro fim, sem dúvida.

Retiremos os elmos e pousemos as armas que por agora foram declaradas tréguas. Nada mais de pertinente tenho a declarar, a não ser uma súbita curiosidade pela próxima etapa do programa, intitulada 'Tira-Teimas'... não houve nada disso na 1ª edição, por isso desconheço em que moldes se processará. Pois, também me parecia demasiado excessivo levar 40 concorrentes para as galas. Entre 4/5 candidatos por cada mentor seria o ideal, se bem que no formato americano eles só podem levar 3. Bolas, assim era demasiado cruel: tinha que se fazer outra edição só com os rejeitados. The Voice Portugal série B - We were almost good enough aos Sábados e The Voice Portugal - The Real Deal aos Domingos à noite. Tinha a sua piada! Até para a semana :)

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