Os Vídeos Mais Bonitos da Semana #97

                   

Falemos de um despertar. Sam Smith nunca ocultou a sua orientação sexual - ainda nem o disco de estreia tinha saído e já sabíamos que as canções de In the Lonely Hour tinham sido motivadas por um rapaz - mas até aqui não era de todo o mais destacado dos ícones queer, pontuando-se pela sobriedade e discrição. A mudança começou por manifestar-se primeiro nas redes sociais, e mais tarde na sua postura em vídeos (não esquecer que "Promises" foi todo ele erguido em torno da comunidade LGBT) e actuações ao vivo. Mas nada como a ilustração de "How Do You Sleep?" nos reserva: um momento de libertação e reconhecimento do seu legado identitário, equiparável ao que sucedeu com Beyoncé em "Formation" ou Troye Sivan em "My My My!". Não é por acaso que Smith escolhe Grant Singer para o dirigir, o homem por detrás desse momento de afirmação que anunciou Bloom, e a neozelandesa Parris Goebel, autora das mais memoráveis coreografias do audiovisual em tempos recentes, para o ajudarem a projectar e melhor explorar esta nova tonalidade do seu carácter. Que orgulho, Sam.

Charli XCX e Christine and the Queens exploram a sua química explosiva num "Gone" repleto de movimento espontâneo, ventoinhas agitadas e dinamismo eléctrico; Ellie Goulding e Juice WRLD exploram o lado azedo do distanciamento romântico em "Hate Me"; Avril Lavigne é uma beata emo arrependida no visual "Call Me When You're Sober" meets "Behind these Hazel Eyes" de "I Fell In Love with the Devil"; Rita Ora ergue "New Look" no Dubai e entre a alta cilindrada; Mark Ronson e Camila Cabello constroem um mini-filme de acção em torno do hipnótico "Find U Again"; Beyoncé faz do Grand Canyon a sua África minha para "Spirit" do remake de O Rei Leão; Ed Sheeran, Bruno Mars e Chris Stapleton cedem o seu lugar a moças cheias de atitude no massivo (e inesperado) hino rock "Blow; enquanto Madonna embrenha-se na cultura e na herança das batucadeiras de Cabo Verde em "Batuka":