20 êxitos para celebrar o cinquentenário de J.Lo
São 20 anos de carreira e 50 de vida - todos adoramos Jennifer Lopez e não há melhor maneira de o demonstrar do que com uma mega contagem decrescente dos melhores êxitos que tem semeado ao longo destes anos. Vamos lá, once more with feeling:
20º "El Anillo" (2018)- Do lote de singles latinos avulso que tem vindo a lançar nos últimos anos, "El Anillo" será talvez o mais interessante e aventureiro, incorporando uma batida derivativa do funk brasileiro e versos que constituem um update daquilo que Beyoncé já apregoava uma década antes com "Single Ladies". O opulento vídeo embrulha esse conceito como se de um episódio de Game of Thrones se tratasse.
19º "Live It Up" (2013)- Make love, don't fight - let's hook tonight! No Verão de 2013 estávamos convocados para a rave de La Lopez em Saint-Tropez, assistida pelo fiel colaborador Pitbull - na quarta colaboração do par - e por RedOne, que lhe proporcionou um explosivo cocktail electro house que conta com o beat drop mais insano do seu percurso. Do caos da passerelle parisiense para a desbunda na praia, ou a forma como ela vende aquele batôm e verniz amarelo. Que arraso.
18º "Papi", Love? (2011)- Em 2011 J.Lo protagonizava um formidável regresso das cinzas, e um dos responsáveis pelo seu ressurgimento era precisamente RedOne, o hitmaker de Lady Gaga que a assistiu em "On the Floor" e neste "Papi", um bombástico híbrido dance-pop/latino que versa sobre dançar com afinco para a cara metade. No respectivo vídeo a cantora torna-se no objecto de desejo de um batalhão de homens, anfitriã de um modelito automóvel e autora de um flash mob inusitado.
17º "Ain't It Funny", J.Lo (2001)- Ohh, a fantasia cigana mora em cada um de nós. Foi há dezoito anos que J.Lo caminhava errante por terras de ninguém quando encontrou uma vidente que lhe leu a sina e auspiciou a chegada de um novo amor - pano de fundo para mais um caliente flirt latino. Originalmente pensado para a banda-sonora de The Wedding Planner, que protagonizou ao lado de Matthew McConaughey, "Ain't Funny" serviria de terceiro single do seu segundo álbum.
16º "Booty", A.K.A. (2014)- Se há canção mais odiada no catálogo de Jennifer Lopez, será esta: um tremendo manifesto à parte mais celebrada do seu corpo (como não?), feita hino massivo de dança com influências orientais que sampla fortemente "Dat a Freak" de Diplo e Swick. O vídeo para-lá-de-provocador de Hype Williams dispensou os préstimos de Pitbull pelo traseiro engenho de Iggy Azalea, mas o certo é que este é o momento mais infeccioso do seu ainda último álbum.
15º "Do It Well", Brave (2007)- Brave é um dos discos menos celebrados do seu percurso, mas não esqueçamos que teve um arranque sonante com a pop urbana lança-chamas de "Do It Well", nascida da aliança entre Cory Rooney e Ryan Tedder, aqui numa das suas primeiras produções. E o que dizer do vídeo de David LaChapelle, que a coloca no papel de heroína a travar um caso de exploração infantil num clube S&M (?) e a distribuir um real porradão enquanto dança furiosamente pelo caminho? Errmm...
14º "All I Have", This Is Me... Then (2002)- As baladas não são decididamente o forte de Miss Lopez, mas há uma intemporalidade e uma tristeza aveludada em "All I Have" que a tornam numa das mais memoráveis do seu cancioneiro. Prosa reflexiva sobre ultrapassar o final de um relacionamento, conta também com a perspectiva masculina da história, aqui tecida com brio por LL Cool J. Foi o seu quarto - e último - número 1 na Billboard Hot 100.
13º "Qué Hiciste", Como Ama Una Mujer (2007)- A crença popular afirma que nunca conheceremos Jennifer Lopez na íntegra até a termos ouvido cantar em espanhol, a língua nativa dos seus pais. "Qué Hiciste" foi a primeira vez que tal sucedeu, uma enfurecida composição de rock latino que a vê numa das interpretações mais acesas da sua carreira, destroçada para com um homem que corrompeu o seu lar e coração.
12º "Dance Again", Dance Again... The Hits (2012)- "Dance Again" surge como uma benção no percurso de J.Lo. A atravessar à altura a desvinculação amorosa de Marc Anthony, esta foi a canção que tornou a devolver-lhe o ânimo e a esperança de que as coisas iriam melhorar: uma jubilosa composição dance pop de novo com RedOne e Mr. Worldwide envolvidos, que tem ali uma certa aura de ABBA na equação vocal. Daria o mote à sua primeira (e única) revisão de carreira.
11º "Play", J.Lo (2001)- É uma das pérolas menos visíveis da discografia de Jennifer, ainda que tenha sido escolhida como segundo single do seu segundo álbum. De delicioso recorte electro/funky, "Play" é mais uma das canções que se apoiam na fantasia do DJ enquanto congregador do prazer, tendo a peculiaridade de ter o seu refrão cantado por Christina Milian, também com créditos na escrita. O vídeo futurista teve assinatura de Francis Lawrence.
10º "I'm Real", J.Lo (2001)- "I'm Real" foi uma espécie de ponto de viragem na carreira de J.Lo, na medida em que a catapultou para um patamar urbano que até então ainda não havia conseguido alcançar, acabando por ditar a sonoridade dos seus trabalhos futuros e certificando a sua autenticidade #thug. A canção teve uma primeira vida em tons pop/funky, mas foi com a dita Murder Remix de Ja Rule que descolou e se tornou num gigantesco sucesso à escala mundial.
9º "I'm Into You", Love? (2011)- Na-na-na-na-na-na-na-na-na-eh! Para o 2º single de Love?, J.Lo canalizava a sua deusa de Barbados interior com a temperatura insular de "I'm Into You", uma cálida oferenda pop/R&B assistida por Lil Wayne, sobre estar perdida de amores por um outro alguém. O respectivo vídeo de Melina Matsoukas gravado em Chichen Itza, no México, tem que ser o mais deslumbrante e belo de toda a sua videografia. Contém o seu melhor e mais exótico dance breakdown de sempre.
8º "Let's Get Loud", On the 6 (1999)- Hey, hey, hey, hey, hey - here we go! Não é de todo um dos sucessos mais massivos do seu percurso, mas se há canção que ajudou a definir a raça de Jennifer Lopez, foi esta. Gloria Estefan esteve por detrás da criação deste festim de salsa, mas acabou por oferecê-lo à garota do Bronx por considerar que esta "se divertiria mais com ele". E não estava enganada. E quem precisa de um vídeo oficial quando uma aguerrida performance ao vivo traduz toda a sua essência? Awwwwwwwwww-hey!
7º "Get Right", Rebirth (2005)- Outro dos êxitos de melhor memória de Miss Lopez, "Get Right" veio atenuar a veia urbana dos últimos esforços em prol de uma faixa dance/R&B de influências jazz e funk construída em torno de um sample de "Soul Power 74" e que foi originalmente pensada para o álbum Confessions de Usher. O icónico vídeo de Francis Lawrence consistiu no desdobramento de J.Lo em oito personagens num mesmo espaço e na mesma noite. Mas tudo se resume à fantástica coreografia com a bengala.
6º "Hold It Don't Drop It", Brave (2007)- Completamente o single mais subvalorizado da sua carreira, não ajudou ao seu infortúnio que residisse no álbum mais desprezado do seu catálogo. Luxuriante bombom disco que reproduz a linha de baixo de "It Only Takes a Minute" dos Tavares, "Hold It Don't Drop It" não só recebe uma das produções mais espampanantes do seu percurso, como uma das prestações vocais mais ágeis de La Lopez. E este vídeo, senhores - estava grávida dos gémeos quando o gravou, note-se - é qualquer coisa de espantoso.
5º "On the Floor", Love? (2011)- It's a new Jen-eration of party people! O ano era 2011 e, se não contarmos com dois discretos falsos arranques, J.Lo estava em silêncio há quatro anos - e há pelo menos seis sem um verdadeiro êxito global. Tudo o que bastou foi um sample de "Llorando se fue" feito hit pelos Kaoma vinte e dois anos antes em "Lambada", um vídeo mega-estelar e a adição de Pitbull e RedOne na mistura. "On the Floor" foi então o sucesso gigantesco que se viu, responsável por um dos regressos mais bem sucedidos da década.
4º "Love Don't Cost a Thing", J.Lo (2001)- Entramos em território verdadeiramente clássico com o cartão-de-visita do seu segundo álbum, um manifesto de orgulho e independência muito na linha de "Independent Women" ou "Bills, Bills, Bills" das Destiny's Child, que à altura fez correr tinta por se julgar ser baseado na sua relação com o rapper P. Diddy, de quem se separaria pouco tempo depois. No vídeo de Paul Hunter gravado em Miami assistimos ao despojar de bens acessórios e luxuosos numa passeata de terapia até à praia. Inclui #kelldancebreakdown gostosão.
3º "Jenny from the Block", This Is Me... Then (2002)- Falar do seu terceiro álbum é falar do seu mediático romance com Ben Affleck (Bennifer, anyone?) da sua fase thug e da canção sobre a qual construiu toda esta era (e grande parte do resto da sua carreira, aliás). "Jenny from the Block" é um tratado de autenticidade e orgulho para com as suas origens humildes, erguido sobre um beat hip hop old school e uma amálgama de samples demasiado confusa para ser discernida, que a cultura popular não tardou em absorver. Todos a uma só voz: FROM THE BRONX!!
2º "If You Had My Love", On the 6 (1999)- No início, era o risco. A probabilidade de uma dançarina feita actriz transitar com igual sucesso para o panorama musical era muito, muito escassa. Mas por acaso do destino ou mérito dos envolvidos, a aventura correu bem logo à primeira tentativa com um single de estreia que estabelecia as fundações para um possível relacionamento amoroso e que ascendeu entretanto ao patamar de clássico do R&B. O vídeo explorador das potencialidades do ciberespaço e de apelo voyeurista ajudou a compôr o ramalhete.
1º "Waiting for Tonight", On the 6 (1999)- A antecipação pelo ano 2000 atingia o clímax com "Waiting for Tonight", espécie de canção-tocha para a viragem do milénio que conjugava de forma espectacular as sensibilidades latinas que comandavam a época, com a incorporação de dance pop que em breve se tornaria no modelo mais requisitado para o fabrico de um êxito, e que cimentou de vez a sua posição enquanto estrela em ascensão no firmamento pop. Vinte anos volvidos, continuamos todos a gravitar em seu redor: assim é a força de J.Lo.
Creio que a maior lição que temos a aprender com J.Lo é que podemos ser tudo aquilo que sonharmos, desde que o façamos com garra e paixão. Só assim se explica o gigantesco sucesso de uma pequena rapariga do Bronx. Parabéns à latina influente, empresária triunfante, dançarina, actriz e artista pop excepcional, crush de infância e por aí além, e um muito obrigado por todos estes anos de intensa paixão e dedicação. Não é admiração, é amor mesmo - viva J.Lo!
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