8 canções essenciais de Agnes
É possível que ainda não tenham dado conta, mas - Zara e Tove, tapem os ouvidos - a nossa sueca favorita está de regresso ao circuito musical, sete anos volvidos, com um fantástico single duplo que a coloca justamente no centro da pista de dança, de onde nunca devia ter saído.
Numa torrente de celebração e nostalgia, devolvemo-la ao olhar do público com o guia essencial de canções que dispensa o porta-estandarte "Release Me", pelas razões óbvias, mas acolhe outras oito faixas que demonstram que existe mais vida e eficiência sueca de sobra no catálogo de Agnes Carlsson. Libertem-na, pois então:
1) "Don't Go Breaking My Heart", Veritas (2012)- Levou-lhe uns bons 4 anos a processar o sucesso internacional alcançado com "Release Me". Na verdade, houve uma espécie de falso arranque em 2011 com "Don't Go Breaking My Heart", um fantástico exemplar de dance pop semi-tenebroso de passada disco - que, já agora, não se trata de uma versão do êxito do mesmo nome de Elton John e Kiki Dee - sobre recear baixar a guarda perante o amor. Aquela voz gloriosa e a precisão sueca não deixaram nada ao acaso, mas não estava destinado a singrar.
2) "On and On", Dance Love Pop (2008)- This is so amaaaziiiiing! Logo o segundo êxito que a memória colectiva mais conserva depois de "Release Me", "On and On" é um estonteante objecto europop totalmente eurovisivo que coloca Agnes no exacto papel oposto da canção anterior, suplicando que a cara-metade se entregue ao amor. Foi lançado originalmente como single de avanço do seu terceiro álbum, tendo ganho três vídeos entre 2008 e 2010 - um para cada lançamento anual e territorial.
3) "All I Want Is You", Veritas (2012)- É preciso uma vocalista fantástica para elevar um tema de bom a tremendamente excepcional, e é isso que acontece precisamente com "All I Want Is You", terceiro single do seu quarto álbum, tanto uma declaração de amor febril como um testemunho de loucura e obsessão. Uma secção de elegantes cordas adorna a voz de Agnes, que ao mesmo tempo serpenteia por um túnel de sintetizadores caleidoscópicos em passada synthpop/house. Que pena nunca ter sido alvo de um tratamento visual.
4) "Love Love Love", Dance Love Pop (2008)- Quem imaginava isto completamente na Eurovisão? Foi um cenário que esteve perto de acontecer, tendo Agnes levado "Love Love Love" ao Melodifestivalen 2009 - o equivalente sueco do nosso Festival da Canção - e avançado até à final do concurso, colocando-a em 8º lugar. O êxtase disco-pop à la "Can't Take My Eyes Off You" pode não ter convencido a nação, mas serviu de reedição a Dance Love Pop e de celebrada adição ao seu catálogo.
5) "Stranded", Agnes (2005)- Facto: Agnes Carlsson a fazer pop bonitinha e angelical a meio da década passada é ainda melhor do que muitas oferendas pop contemporâneas. Não esquecer que a pequena ganhou a segunda temporada do Ídolos sueco em 2005 e nesse mesmo ano já tinha cá fora o seu álbum de estreia, gravado em menos de um fósforo. "Stranded" estava ainda longe do modelo diva-da-pista-de-dança que haveria de marcar o seu repertório, mas anunciava desde logo aquela voz fortíssíma, cheia de carácter.
6) "Heart Rate", Veritas (2012)- Num incompreensível acesso de loucura qualquer, este tema ficou fora da edição standard de Veritas e só consta em determinadas edições deluxe. De acentuada pulsação electropop, "Heart Rate" parece querer afirmar a resiliência de Agnes para com o seu parceiro, e esconde os seus trunfos na suavização da sua voz, habitualmente robusta, de forma a melhor pontuar a melodia.
7) "One Last Time", Veritas (2012)- Brotam lágrimas, desbota-se o rímel, despedaçam-se corações - que dor, céus, que dor. Há sempre um momento na altura de um artista em que este se questiona se não pode ser mais que o tamanho das expectativas para si construídas: na entrada para o álbum nº4 e bem acomodada com o rótulo de princesa dance pop, Agnes tentou em "One Last Time" alterar o paradigma com uma sofisticada e desoladora composição synthpop quase-dubstep que nos deixa sempre num torvelinho emocional. E talvez seja uma opinião impopular, mas é a melhor canção do seu percurso. Choremos.
8) "I Need You Now", Dance Love Pop (2008)- Lançado na Europa no final de 2009 na ressaca de "Release Me", "I Need You Now" ganhou uns quantos bpm's no processo, sendo que o original se trata de uma balada um nadinha aborrecida. O makeover tornou-a na irmã gémea de "When Love Takes Over" de David Guetta, que ainda nesse Verão havia dominado as tabelas, e no modelo que Selena Gomez replicaria - vídeo incluído - no ano seguinte em "A Year Without Rain". A ironia desta indústria...
Valeu tão a pena, não foi? Só resta esperar por esse álbum novo, mas o passo mais importante já está dado.
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