O que há para dizer acerca do Ídolos 2015 #2

Este post faz a retrospectiva da primeira e segunda galas do Ídolos 2015.

Contornámos o top 15, arrancámos com 12 finalistas e ainda se mantêm em competição 11 deles, com a promessa de dupla dispensa na próxima semana. Choque e indignação reservados apenas para quem só agora aterrou no planeta Ídolos - este capítulo já nada acrescenta de novo, mas ainda traz algumas boas surpresas.

Nunca se guardem grandes expectativas para a gala de estreia. Nervos, inexperiência e uma máquina ainda por olear ditam que as noites de estreia não figurem na memória colectiva. A não ser pelas piores razões. Se até aqui o top 15 exigia que 5 almas fossem ceifadas, o top 12 foi mais benevolente ao descartar apenas uma. Qual a probabilidade de tocar logo a uma das concorrentes com maior potencial? Bem, no manual do Ídolos as hipóteses são sempre mais favoráveis.

Pensava que a Andresa até gozava de alguma popularidade junto do público. Primeiro porque foi das mais memoráveis na fase de castings e depois porque o nome fica no ouvido, apesar da eliminação do Catarina da equação ter sido algo ousado. Se foi excepcional ao cantar "One Last Time"? Longe disso. Porque raio a foi escolher? Sabe Deus (mas algo me diz que não foi por vontade própria). Merecia ordem de expulsão? Sim, quando chegasse ao top 6. 

No último Domingo a história ia-se repetindo com a Mafalda, outra com pernas para andar até meio da competição. Seria outra perda lamentável, mas os jurados foram bastante insensatos ao utilizar o trunfo de salvação logo à segunda gala. Não só porque será pior ver um ou dois bons concorrentes a saírem tão cedo, mas porque a tendência será para que as votações sejam tipo totoloto (fracas audiências = votações imprevisíveis). E dessa forma creio que todos andarão em risco nesta temporada.

Concorrentes à parte, terei sido o único a ficar desiludido com o palco desta edição? Parece que emagreceu face à última temporada, decididamente mais amplo, ou então são as torres laterais que o tornam menos espaçoso. Aliás, acho que elas estão ali a mais, visto que tapam o vasto ecrã central atrás. E o que dizer do ledball armado em oráculo? Que disparate! Não há máquina capaz de substituir o homem - achava muito mais emocionante quando eram os apresentadores a anunciar o resultado das votações. High tech? Náaaa, parece-me muito 2002, até. 

Acerca dos concorrentes, agora:

Sara Martins- Lidera a classificativa confortavelmente. Os jurados compreendem-na, o público também. É, sim, tudo aquilo que se diz dela: inteligente, audaz e artista dos pés à cabeça. "Take Me to Church" foi imaculado e este último "Yellow Flicker Beat" valeu pela vida, feito com o traquejo de 8 galas em cima e com um figurino muito sporty spice.



Mário Pedrosa- Vai indo bem, sim. Na primeira gala gostei de o ouvir mas não o senti como concorrente. Se fechasse os olhos julgava que era o Diogo Piçarra e isso não é o que se quer. Nesta última gostei da escolha. A ver vamos como se desenvolve.

João Couto- O rapaz não pára de crescer. É desenvolto em palco e o reportório musical é de muito boa qualidade. Agora há que fazer uso da vertente de multi-instrumentista para que possa continuar a surpreender. Material de top 4, definitivamente.

Carolina Bernardo- Está a acusar imenso os verdes anos. E o facto de signor Ventura ter-lhe erguido todo um altar, fez com que a rapariga carregue agora um enorme alvo às costas. "Best Thing I Never Had" foi ambicioso mas um pouco anti-climáxico e "My Heart Will Go On" naufragou dolorosamente. Alguém que a aconselhe com as escolhas musicais, por favor.

Paulo Sousa- O Paulo é garantia de excelência e praticamente já garantiu estadia até ao top 3. Gostava de vê-lo nas próximas semanas a aumentar a passada e a trazer escolhas mais elaboradas ou a fazer versões inventivas como na fase de selecção.



Miguel Moura dos Santos- Duas boas prestações, se bem que revelou insegurança na escolha de uma canção tão popular nesta última gala. E a cruz que carrega pesou mais do que o factor comercial. Penso que poderá ser um dos alvos da dupla eliminação.

Gonçalo Santos- Acho que nem ele sabe o risco que correu na gala de estreia ao trazer aquela canção dos Portishead, mas a estadia no bottom three devolveu-o à realidade. "The Blower's Daughter" foi óptimo, mas sinto que daqui em diante vai agir com mais cautela e talvez resvalar para a monotonia. É um cavalo selvagem, por isso deixem-no lá andar por onde quiser.

Rita Nascimento- É o seguinte: estou sempre à espera que a Rita saia. Não esperava vê-la no top 12, era a minha aposta para sair na primeira gala e mesmo com a arrebatadora prestação na segunda, contava vê-la nos menos votados. E dessa forma penso que será a outra vítima da dupla expulsão do próximo Domingo. "There You'll Be" foi muito muito bonito, mas pode ter sido também o seu auge. Precisa de escolher as próximas canções com a mesma sensibilidade que revelou nesta.



Albert Tinho- Não estou a gostar muito da prestação do senhor Albert. Foi previsível nas escolhas musicais de ambas as galas e parece estar a avançar para território onde não se sente muito confortável. Se é no reggae que se sente bem, então talvez deva regressar a ele. O facto de nem sequer ter estado nos menos votados, preocupa-me.

Mafalda Portela- Acho que está muito preocupada em mostrar os dotes vocais e menos empenhada em polir a estrela pop que há dentro de si. Precisamos de ver mais garra, atrevimento e emoção. Por outras palavras, é soltar a Nicki Minaj interior. Ainda assim achei super totil trazer Evanescence para um programa destes, uma estreia absoluta.

Luís Travassos- Começa a fazer-me lembrar o Martim Vicente, vice-campeão da temporada 4 e um dos maiores defensores da língua portuguesa que já passaram pelo programa. Mas a determinada altura também ele teve que passar a cantar coisas em inglês que se calhar não lhe diziam tanto para chegar ao coração dos votantes. Poderá o Luís ser declarado vencedor cantando sempre na língua mãe? Que belo feito seria. Mais como o "Tasco da Mouraria" e menos como o "Mundo ao Contrário", de preferência. O bónus é se vier mais um ou outro na linha de "Karma Police".



Que falta faz uma Sónia Tavares a Paulo Ventura, não acham? Por vezes até chego a preferir os comentários do Boucherie aos dele. A necessidade de construir altares, fazer vénias ou declarar verdades absolutas podia ser mais refreada. Nada a apontar à Maria João, a não ser que é um prazer vê-la a fazer observações pertinentes e nada pretensiosas. E é isto. 

Comentários

  1. Ainda não tive oportunidade de ver este programa este ano. E só ouvi falar dele por uma certa polémica envolvendo as orelhas dum suposto "cromo".

    Acho curioso ver aqui alguns concorrentes de outros talent shows, como o Paulo Sousa. Especialmente curioso que ainda acreditem que o caminho será por estes programas, mas cada um lá saberá.

    Apesar de, como referi, ainda não ter visto o programa, já sabes que na minha opinião a Sónia Tavares faz tanta falta a programas destes como um traque num fato especial.

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  2. Seja bem aparecido, Sir Lourenço : )

    Tens estado a perder um bom programa. O lote de finalistas é o melhor que juntaram desde a 3ª edição.

    Esta nem tem sido muito flagrante no que toca a caras repetidas. Temos o Paulo que já vinha do Factor X mas integrado num grupo de má memória, a Mafalda que vinha dos Morangos com Açúcar, e a Rita e o Mário que tinham surgido na primeira e segunda edição, respectivamente, do The Voice apenas na fase de eliminatórias.

    Estão no seu direito de voltar a tentar, especialmente se a primeira oportunidade não lhes correu de feição. A participação nestes programas é sempre um trampolim para qualquer coisa, e o caminho pode efectivamente ser feito por aqui se depois souberem utilizar a popularidade alcançada em seu favor. Esta nova colheita é inteligente, não se perde.

    Para nos lembrarmos do Factor X já basta a presença do Ventura, que se tem mostrado muito mais empertigado e arrogante que no passado. Daí ter referido que a presença da Sónia o refrearia, ela que em três tempos o punha no lugar. O facto de ser o único jurado ligado ao mundo da música, só o incentiva ainda mais.

    Essa do traque no fato especial foi formidável *clap clap* A Sónia Tavares deixa saudades, mas os teus comentários também. Ainda vais a tempo de apanhar o comboio desta edição, por isso perde lá uns minutos a ver isso e volta cá com a artilharia toda ; )

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  3. Considero a Maria João Bastos a pior jurada de sempre em programas deste género! Enuncia sistematicamente o mesmo tipo de comentários e não dá alma ao programa, como se isso não chegasse ainda tem que fazer aquelas caras nojentas que só ela consegue.

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