Into the Music, 8 anos depois

Torna-se hábito, por este dia, consultar onde estava há sete, cinco ou dois anos atrás. E dou por mim a constatar que, qual saga de Harry Potter, a cada capítulo (ano, neste caso) a história se foi tornando mais densa e tenebrosa.

Ao oitavo, conforme as escrituras, sinto que tudo está onde deveria estar. Ok, não tenho o blog de música mais lido do país nem sou alguém influente do meio, mas não poderia estar menos ralado. Porque finalmente consigo viver para mim e não só em função destes conteúdos - e graças a isso sou mais feliz e realizado como nunca nestes oito anos.

O que tenho subtraído em produção, ganho em experiência de vida. A música continua a ser um dos pilares centrais da minha existência, mas hoje reconheço que não pode ser o único alimento para a alma. Há tanto mais que nos preenche e dá sentido ao nosso dia-a-dia, e nesse aspecto estava bastante deficitário. Como se fosse uma banda sonora sem filme no cartaz. Ou um interlúdio há muito prolongado. 

O Into the Music ainda continua a ser o cantinho a que recorro sempre que preciso de dar largas ao exercício da escrita ao serviço da música, mas já não rege a minha vida. Completa-me. E só assim faz sentido voltar a ele, despojado de ambições ou expectativas desmesuradas. Feito por mim e para mim com a paixão de sempre.

Compreender que não basta viver apenas através das canções e dos artistas é a maior lição que retiro deste último ano de vida. A outra é confiar naquilo que esta nos tem reservado, sabendo que havemos sempre de chegar onde é suposto - apenas não devemos ficar imobilizados à espera que as coisas aconteçam.

Entre o que foi e o que está para vir, a estrada foi feita para ser percorrida. 



Parabéns, Into the Music :)

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