Os 14 melhores bangers de Calvin Harris


Ainda que tenha atingido o estrelato e atravessado o Atlântico apenas em 2011, há praticamente uma década que escutamos Adam Wiles aka Calvin Harris - metade dela a ignorá-lo e outra a esbarrar com as suas criações em todo e qualquer lado. 

De produtor geek visualmente inapto a DJ mais bem pago (e requisitado) do mundo que posa triunfalmente em cuecas Armani, Calvin já nos deu um vasto leque daquilo a que na gíria EDM convém apelidar de bangers, agora ordenados por ordem decrescente de acordo com o seu impacto e proficiência. De fora ficam as participações em temas de terceiros, o que invalida desde logo a entrada de "We Found Love" na contagem, indiscutivelmente o seu melhor trabalho de produção de sempre. 

O resto fica assim organizado:



14º-"Outside"- Ellie Goulding e Calvin Harris são um chamado match made in heaven. Ao segundo encontro não nos arrebataram como da primeira, mas a combinação dos sintetizadores mergulhados em cordas com a voz celestial de Ellie - tiremos todos um minuto para apreciar a sua beleza neste vídeo - tornam "Outside" numa agradável experiência a(u)ditiva.

13º-"I'm Not Alone"- Ahh, o tempo em que Calvin era só o tipo esquisito das batidas fixes. "I'm Not Alone" tornou-se no seu primeiro nº1 a solo no Reino Unido e praticamente cavalgou a onda do movimento que devolveu a electropop ao mainstream. Dos óculos cravejados de diamantes, no entanto, não reza a história.

12º-"Acceptable in the 80s"- Ahh, o tempo em que Calvin era só um zé-ninguém com péssimo sentido estético. Foi há quase uma década, e não, não seria sequer aceitável para os anos 00. Excelente trabalho ao nível da produção, agitado pedaço nu-disco que sampla "Shake It" de David Bowie.

11º-"Summer"- Ena, um DJ a cantar - mal, saliente-se - sobre a estação favorita de toda a gente. Que original. No papel é risível e na prática teria tudo para o ser também, mas acabou por se tornar em plena Primavera no hino do pontapé de saída da época estival 2014. Relaxada e calorosa composição electro house que nos transporta sempre de volta às memórias felizes da estação.

10º-"This Is What You Came For"- Chegado a 2016 Calvin Harris já nem se esforça para trazer algo de novo à mesa - reconstrói a partir dos restos de êxitos antigos. "This Is What You Came For" é um valente desperdício de meios, mas é também uma certeira e eficaz construção EDM que entretanto se tornou num dos maiores hits do ano.

9º-"Under Control"- Talvez por não ceder muitas vezes o microfone a vozes masculinas, "Under Control" se destaque pela robustez e tenacidade da interpretação de Theo Hutchcraft dos Hurts. Ter Alesso a assisti-lo na produção apenas aproximou a canção dos moldes mais nórdicos do pensamento EDM.

8º-"Flashback"- Terceiro single do segundo álbum, recebe uma das melhores interpretações do DJ e é complementado pelas vocalizações dreamy de Ayah Marar. Com Ibiza como pano de fundo e de pendor synthpop, foi uma das primeiras canções a revelar o potencial comercial das suas criações.

7º-"How Deep Is Your Love"- Emoção a dobrar: pelo milésimo de segundo que levamos a perceber que não se trata de um cover da homónima dos Bee Gees e por constatarmos que a receita do DJ escocês mudou por instantes. É tanto da deep house sincopada forjada a meias com os londrinos Disciples como da entrega fervorosa da vocalista de serviço que se faz este "How Deep Is Your Love".

6º-"I Need Your Love"- Não há amor como o primeiro. A canção que assinalou o início da parceria criativa entre Goulding e Harris é tida como um dos momentos mais inescapáveis de 18 Months (2012), daí que seja impressionante que só tenha sido recrutada como 7º single do álbum. Pirotecnia electro house em nuvem de algodão doce. 

5º-"Blame"- Versão evolutiva de "I Need Your Love", apoia-se na dantesca interpretação de John Newman, que por si só é o bastante para levar multidões ao delírio. Quando a batida finalmente explode, sente-se o decréscimo da emoção, mas o êxtase com que a recebemos já ninguém nos tira. #noregrets

4º-"Let's Go"- Entrámos oficialmente na arena dos bangers massivos. "Let's Go" recaptura a ambiência eufórica e alucinante de "We Found Love" com os ornamentos electrónicos de Calvin a puxarem-nos para a estratosfera. Um inusitado mas tão certeiro Ne-Yo conduz a canção, numa bem-sucedida tentativa de aproximar o trabalho do DJ às massas norte-americanas. 

3º- "Thinking About You"- Oitavo (!) e último single de 18 Months (2012), é a prova perfeita de como os seus melhores temas nem sempre necessitam de vocalistas de primeira água. "Thinking About You" volta a reuni-lo com a voz feminina de "Flashback" para resultados estrondosos: é ela que faz a canção. Terrível, só mesmo o vídeo.

2º- "Sweet Nothing"- Tantas vezes equivocada por "Sexy Nothing", surpreende por dois motivos: por recrutar Florence Welch, então já celebrado nome da nação indie, aqui numa troca de favores (Harris havia remisturado "Spectrum") e pelo facto do vídeo conter um enredo denso e elaborado, algo raro no universo EDM. A performance vocal e o acting de Flo são viscerais e proporcionaram ao DJ escocês mais um êxito triunfal. 

1º-"Feel So Close"- Pheww. 14 canções depois já não sabemos muito bem quantas derivações do mesmo hit escutámos, mas há ainda discernimento para escolher "Feel So Close" enquanto a sua criação a solo suprema. Será da interpretação tosca, do piano dolente ou dos sintetizadores que serpenteiam no ar qual louco rodeo, o certo é que esta canção toca sempre num ponto nevrálgico do ouvinte e é o seu hit de assinatura.

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