2018, Um Balanço Sónico- As Canções Internacionais


Meia centena de escolhas do escriba destes últimos onze meses:



1º Troye Sivan- "My My My!"- Na música como no amor, o coração sabe quando está diante da "tal". Podíamos ter fechado o ano logo a 10 de Janeiro, que sabia estar diante da minha canção-metade: tremendo tema pop sobre expressão sexual, amor e desejo, "My My My!" é entregue sem inibições, numa celebração da identidade pessoal e artística do seu autor. Por fim, a coroa é dele.

2º Kim Petras- "Heart to Break"- Felizmente que o livre acesso à música potencia a descoberta de estrelas pop na penumbra. De outra forma nunca me cruzaria com a princesa de todos os bops em 2018, título que renova com justiça do ano passado. "Heart to Break" é puro êxtase e perfeição pop, sobre a adrenalina de nos entregarmos ao amor, ainda que no final alguém saia magoado.

3º Khalid & Normani- "Love Lies"- Ninguém estava preparado para receber um primeiro single de Normani tão bom. Khalid, como bom filho da nova dinastia R&B, estava lá para apadrinhar. E o resultado foi um chamado match made in heaven. Maravilhosa oferenda R&B impressionantemente madura para dois artistas ainda tão jovens, "Love Lies" foi uma das boas surpresas do ano.

4º Troye Sivan feat. Ariana Grande- "Dance to This"- A atracção é real. Sedutora construção dance pop/R&B à base de um jogo de poliritmos compelativos, drum machines e guitarras dreamy, "Dance to This" mostrou-nos como trocar as luzes estroboscópicas da pista de dança pelo intimismo do lar, a dois, pode ser igualmente convidativo. Ninguém vai querer adormecer, de qualquer forma.

5º Sufjan Stevens- "Mystery of Love"- Que canção tão bela e etérea para um filme igualmente belo sobre dois seres que se apaixonam e vivem uma breve - mas tão intensa quanto genuína - história de amor. "Mystery of Love" condensa, pois, toda a paleta de emoções da película em quatro minutos, sendo mais um ponto alto no percurso do sempre incrível e singular Sufjan Stevens.

6º Troye Sivan- "Bloom"- O meu ano musical bem que se pode resumir em três palavras apenas: Troye, Troye, Troye - oh well, what's a boy to do? "Bloom" foi a melhor oferenda que a Primavera poderia ter trazido: o equivalente queer em êxtase e desejo carnal a "Teenage Dream" - sobre flores, claro - de sintetizadores atmosféricos em riste e um refrão esplêndido a trepar pelos sentidos acima.

7º Ariana Grande- "Breathin'"- Quando em Agosto último Ariana lançava o seu arrojado quarto álbum de estúdio, tornava-se óbvio que "Breathin'" seria o potencial (e único) êxito esmagador de Sweetener. Não nos enganámos: aí está ele a comandar o último trimestre do ano e a trazer para a esfera pop a importância do cultivo de uma boa saúde mental. Bop essencial como o ar que respiramos. 

8º Taylor Swift feat. Ed Sheeran & Future- "End Game"- Seria de pensar que Tay Tay, Sheeran e Future juntos eram imparáveis, mas pensemos duas vezes: Reputation é a era "anti" de Swift e, como tal, "End Game" acabou por ser um êxito bem menor comparado ao que podia ter sido. E adivinharam: pertenço aos 10% de população que adora ouvir Taylor numa composição trap/pop sobre personalidades de reputação insuflada. 

9º Calvin Harris feat. Sam Smith- "Promises"- Há um intimismo que muito me atrai nesta colaboração: sou sempre puxado para uma qualquer pista de dança populada de um clube nova-iorquino e tenho sempre a melhor noite da minha vida. Mérito da sóbria e elegante produção house de Harris e da certeira entrega soul de Sam Smith. Que a noite não acabe nunca.

10º Ella Mai- "Boo'd Up"- Não é todos os dias que vemos uma londrina a singrar em terras do Tio Sam com uma valente e nostálgica composição R&B noventista, que tantos corações fez derreter por esse Verão fora. Mas estamos em 2018 e a configuração urbana do mainstream assim o permitiu: encantadora no canto, avassaladora na mensagem. Ella Mai veio para ficar.

11º Ariana Grande- "No Tears Left to Cry"- Em 2018 poucos alinharam tão bem os acontecimentos da sua vida pessoal com os da vida artística quanto Ariana, aqui a regenerar-se na pista de dança com uma desafiante construção dance pop de batida garage, erguida como monumento aos acontecimentos de Manchester, sobre dar a volta por cima e preserverar perante a tormenta. Lovin', livin' and pickin' it up.

12º Cardi B, Bad Bunny & J Balvin- "I Like It"- I don't like it. I love it. Se a casualidade tivesse transformado Cardi numa estrela do dia para noite, o sucesso não teria durado para ver "I Like It" ser aclamado como hit do Verão'18 ex-aequo com "In My Feelings" de Drake. A batida semi-salsa inteiramente trap é um arraso, Balvin e Bunny são uma mais-valia, e o carisma de Cardi tudo vende.

13º Kelly Clarkson- "I Don't Think About You"- Algumas pessoas esperam uma vida inteira por um momento como este. Kelly Clarkson esperou quinze pela canção à Céline Dion do seu repertório, que deixa "Because of You" - até aqui a sua balada de assinatura - reduzida a cinzas. Reflexo arrebatador da mulher feliz/realizada e da magistral artista em que se tornou. 

14º Foster the People- "Sit Next to Me"- Foi vago e passageiro, mas em 2018 Foster y sus muchachos estiveram incrivelmente perto de quebrarem o rótulo de one-hit-wonders com a odisseia pop-funk-psicadélica-celestial de "Sit Next to Me", com as suas infinitas harmonias à Bee Gees a reporem a fé na campanha de Sacred Hearts Club - e a provar que esta malta está longe de ir ao tapete.

15º Lily Allen feat. Giggs- "Trigger Bang"- São capazes de não ter notado, mas Lily Allen fez um álbum incrível este ano. E "Trigger Bang" foi a canção que deu início a tudo: um compelativo e ligeiramente emocional número hip-pop ao piano, acerca de como chegaram ao fim os dias errantes do seu percurso. A versão estável e equilibrada de Lily Allen, é uma que vale a pena conhecer e aclamar.

16º Mura Masa feat. NAO- "Complicated"- Estes dois já haviam feito magia com "Firefly", mas é seguro dizer que "Complicated" eleva a química do par a outro nível: uma fantástica produção de tempero dancehall e R&B sobre indecisão romântica, pontuada pela cadência infalível de NAO e pelo refrão tão wine-it-balance-and-aline-it mergulhado em vocoder do produtor britânico.

17º Paramore- "Rose-Colored Boy"- Low-key, no pressure! Havia a leve esperança de que "Rose-Colored Boy" se pudesse tornar no "Ain't It Fun" de After Laughter, mas tivemos que nos contentar apenas com o amor de quem a descobriu e aclamou nos seus próprios termos. Nada menos do que uma magnífica e infecciosa composição new wave/synthpop acerca de como é OK não estar sempre OK.

18º Kendrick Lamar & SZA- "All the Stars"- Já se aperceberam da quantidade de canções incriveís com que fomos agraciados logo no primeiro trimestre do ano? "All the Stars" é outra que tal a entrar para as contas: uma estrondosa produção com dois dos maiores activos da Top Dawg à solta, a unir os pontos da constelação pop e hip hop e a anunciar ao mundo o sucesso massivo de Black Panther.

19º Rosalía- "Malamente"- Tra, tra! Decididamente, Rosalía veio dar início a uma nova dinastia cujos efeitos ainda se farão sentir ao longo do próximo ano. Foi precisamente com a ginga hipnótica de "Malamente", mutante pop-flamenco-electrónica com estética apurada e carisma imponente a condizer, que o fenómeno começou. Nunca o sentir malmuymalmuymal soube tão bem.

20º Ciara- "Level Up"- Como mitigar três anos de ausência com uma só canção? Um: pegar num sample de um êxito viral. Dois: construí-lo numa tónica de empoderamento feminino. Três: certificar-se que é nada menos do que um banger. Quatro: levá-lo à vida com ultra-frenética-complexa coreografia. CiCi queen a mostrar à nova geração como se faz.

21º Sigrid- "Sucker Punch"- Ano após ano, as novas esperanças nórdicas continuam a provar que há qualquer coisa de extraordinário na pop escandinava, uns quantos anos à frente do resto do planeta. "Sucker Punch", single à prova-de-bala da norueguesa Sigrid, é a melhor montanha-russa sonora de 2018: a verve de uma jovem Avril, lírica trepidante, dinamite sonora e carisma a rodos.

22º The Brummies feat. Kacey Musgraves- "Drive Away"- O escapismo como pano de fundo, a década de 70 em fita analógica a perder de vista. Como é que um trio debutante do Alabama surge do nada e faz uma das canções do ano, é um completo mistério. Chamar Kacey Musgraves, borboleta da música country, para adornar "Drive Away" em luxúria rock psicadélica foi só a melhor coisa que poderiam ter feito.

23º Khalid, Ty Dolla $ign & 6LACK- "OTW"- Poucos debutantes fizeram em 2018 um percurso tão glorioso quanto Khalid, a lançar resmas de singles, na sua maioria de tremenda qualidade. "OTW", intoxicante pedaço de trap-R&B melódico cultivado nos férteis terrenos dos anos 90 sobre estar lá a qualquer hora para o #crush, só não foi maior porque os seus outros 19 singles não deixaram.

24º Seinabo Sey- "I Owe You Nothing"- Beyoncé e Solange são bem capazes de ter uma terceira irmã escondida algures em Estocolmo. O imaginário e a resiliência da mensagem pós-feminista são devedoras do legado do clã Knowles, é certo, mas escutamos "I Owe You Nothing" e é impossível não pensar em heranças de Lauryn Hill ou Jill Scott. Que hino do caraças.

25º Charli XCX- "No Angel"- Em 2018, nem formato álbum nem mixtape - foi só largar um quinteto de bops para renovar a crença dos devotos à causa pop. "No Angel", um bombom synthpop cintilante acerca de uma espalha-brasas que se esforça para ser menina de coro, foi porventura o melhor de todos. Avé, XCX.

26º SG Lewis feat. AlunaGeorge- "Hurting"- Sempre que as sensibilidades garage dos AlunaGeorge são postas ao serviço da pista de dança, a magia acontece. Foi assim com o soberbo "White Noise" com os Disclosure, e volta a sê-lo com o novo wonder boy da electrónica britânica, que os assiste em "Hurting", objecto de puro negrume e hedonismo servido a altas horas da madrugada.

27º The 1975- "Love It If We Made It"- A modernidade pode ter-nos falhado, mas felizmente que os The 1975 não. Matt Healy e companhia construíram aqui o seu "We Didn't Start the Fire", um massivo hino de contestação social de versos cáusticos e melodia maior que a vida, que não deixa de emular um certo sentimento de esperança neste antro de caos e corrupção moral.

28º Janet Jackson & Daddy Yankee- "Made for Now"- Quão admirável e comovente é ver uma veterana lendária como Miss Jackson a apontar para novos horizontes sónicos passados 35 anos na indústria? Mais do que a alinhar pelo sabor da temporada, os ritmos quentes afrobeat/reggaeton jubilosos de "Made For Now" fizerem deste mais um momento reluzente da sua discografia.

29º Sunflower Bean- "Twentytwo"- Mais uma excelente banda a ser liderada por uma rapariga (Julia Cumming, de seu nome) cheia de atitude e verve, que impregna um tema tão encantador construído em torno das pressões e expectativas que a sociedade deposita nas jovens mulheres de uma aura soft rock não destituída de heranças dos Fleetwood Mac. Thank god she won't go quietly.

30º Troye Sivan- "Animal"- O último dos encontros com o legado do jovem Sivan em 2018, é talvez o mais apaixonante. Gigantesca missiva de amor entregue ao seu parceiro em forma de canção de estádio de lenta combustão 80s, "Animal" é também a constatação de que Troye é livre e feliz porque se entrega aos seus instintos, tal como um ser selvagem. Bonito demais.

31º Dua Lipa & Blackpink- "Kiss and Make Up"- Bang bang, ki-kiss and make up! O k-pop há muito que galgou fronteiras e é cada vez mais uma força a ser reconhecida: em boa hora Dua Lipa o compreendeu e decidiu criar com as Blackpink o hino bilingue que não sabíamos que precisávamos na vida. "Kiss and Make Up" - dance pop exótica com ligação directa às Caraíbas - não mais nos saiu da cabeça.

32º Wolf Alice- "Sadboy"- Se contornar o calendário fosse permitido, "Don't Delete the Kisses" lideraria esta lista. Na impossibilidade de tal suceder, "Sadboy" - apenas um de tantos momentos magistrais de Visions of a Life - terá que servir. O trote falsamente feliz conduz-nos a um cerrado negrume grunge em que nos banhamos no desespero de Ellie e companhia. Resta-nos entregar à dor.

33º Kim Petras- "All the Time"- Numa realidade alternativa, Katy Perry nunca saiu da candyland de Teenage Dream nem envelheceu um segundo que seja no panteão da pop. Também Dr. Luke não passou a ocupar mais tempo a cadeira do tribunal do que a do estúdio de L.A. Kim Petras é de alguma forma o prolongamento dessa (já) saudosa era de ouro para a pop dos anos 10. Choram-me rios de purpurina.

34º Taylor Swift- "Delicate"- Reputation conheceu um (inesperado) ponto final com a electropop aveludada de "Delicate", mas nem haveria melhor canto de cisne possível. O ciclo do álbum nº6 envolveu ira e devassidão, mas no final o público e a crítica haveriam de ressoar sobretudo com uma das canções mais vulneráveis e impecavelmente escritas do ano: no fundo, a que nos devolve a boa e velha Taylor.

35º Rosalía- "Pienso En Tu Mirá"- Se "Malamente" passava por um feliz acaso do destino, "Pienso En Tu Mirá" tratou de clarificar o conceito revolucionário de fusão: flamenco, pop urbana e leve electrónica num tema que versa sobre ciúme possessivo num relacionamento, a pontuarem mais uma assombrosa produção de El Guincho.

36º Mansionair- "Violet City"- Os últimos esforços apontam para uma diluição pop da distintiva sonoridade indietronica celestial do trio australiano, mas "Violet City" será talvez o equilíbrio perfeito entre as margens (escuta-se, amiúde, um tradicional instrumento Mongol) e a planície do mainstream (teclas, voz, bateria e voz etérea em hipnotizante combustão). Quão deslumbrante.

37º Christina Aguilera- "Deserve"- Em 2018, ainda se aplica a norma a Xtina: o burburinho é grande, mas a desilusão ainda maior. A magnífica "Deserve", pedaço futurista de R&B, soa ao que Liberation deveria ter sido efectivamente: um álbum essencial na configuração pop do ano. MNEK - sempre ele, claro - acompanha-a como um fantasma esgotado na ruminação de actos conjugais extrapolados.

38º Calvin Harris & Dua Lipa-"One Kiss"- Hit inaugural da estação Primavera/Verão, "One Kiss" tornou-se instantaneamente no tema mais acessível do DJ escocês desde "This Is What You Came For", assinalando o momento em que Dua Lipa liberta por fim a confiante diva house interior: ecos de deep house e eurodance via 90's aliados a um refrão instrumental massivo fizeram o resto.

39º Camila Cabello- "Never Be The Same"- "Havana" foi a canção que a tornou na estrela pop que haveria de ser, mas há algo de apaixonante na forma como "Never Be The Same" captura uma moldura de afirmação e glória definitiva da sua intérprete. Aliar isso ao poder transformador e epifânico de um amor arrebatador, faz com que se torne numa canção tão mais poderosa.

40º Billie Eilish- "When the Party's Over"- O tema é infinitamente triste. A sua voz raramente se eleva acima de um sussurro - à margem de dolentes teclas de piano, é a artéria principal sobre o qual este se constrói. Continua a ser assombroso o que uma adolescente de 16 anos e o seu irmão de 21 conseguem esquadrinhar em conjunto. Que o prodígio de Eilish perdure em 2019.

41º Unknown Mortal Orchestra- "Hunnybee"- Pensem no dia de Verão mais perfeito que possa existir. O céu é de um azul límpido e profundo. O sol banha os campos, o mar e a configuração citadina de uma luz resplandecente. O ar é percorrido por uma leve brisa que atravessa os sentidos. E o mundo é um lugar apetecível. "Hunnybee" é porventura a canção mais idílica que Ruban Nielson e companhia fizeram até hoje.

42º Maggie Rogers- "Fallingwater"- Talvez Maggie Rogers não volte a fazer uma canção tão incrivelmente perfeita quanto "Alaska". Talvez "Fallingwater" se torne na tentativa mais próxima de o conseguir: uma vulnerável e combativa canção que mostra as suas verdadeiras cores a um minuto e meio do fim - é o momento em que Rogers se encontra e afirma enquanto intérprete e escritora de canções.

43º Years & Years- "Preacher"- Woo-hoo! O segundo longa-duração dos Years & Years não só veio fortificar a paleta de canções dance pop à prova de bala do trio, como transformar Olly Alexander num símbolo confiante e de pleno poder, orgulhoso da sua herança queer: em "Preacher" tenta converter um falso "pregador" a ceder à tentação, aprofundando o binómio amor-religião explorado na estreia.

44º Tove Styrke- "Changed My Mind"- A princesa sueca dos bops faz a sua visita anual à contagem com o terceiro single de Sway, não surpreendentemente também ele um portentoso tema electropop sobre indecisão romântica a um nível não muito preocupante, humoristicamente caótico, de forma a que possa nascer uma canção dele. Longa vida aos génios nórdicos.

45º Lana Del Rey- "Venice Bitch"- O acelerado ritmo criativo de Lana começa a tornar difícil o exercício de distinguir umas criações das outras - a melancolia, a languidez e a decadência hollywoodesca ditam quase sempre a norma. Mas "Venice Bitch" cruza o espaço sideral na tentativa de se erguer sobre as demais: uma balada nostálgica que a meio do percurso se banha em ácido psicadélico e fica a marinar em loops de sintetizadores e guitarras eléctricas em brasa. Damn, Lana.

46º Lord Huron- "Wait by the River"- Não sei se esta é a canção mais bonita do catálogo dos Lord Huron, mas foi definitivamente a que os colocou no meu caminho. A imagem perpetuada pela espera - seja por uma segunda chance ao amor, ou por alguém que não virá - junto ao rio é poderosíssima, e a interpretação do vocalista transporta tanto mais do que é possível depositar em palavras.

47º Broods- "Everything Goes (Wow)"- Em 2018 os Broods atravessaram uma profunda regeneração estilística e visual que conheceremos mais a fundo assim que o 3º álbum for editado. "Everything Goes (Wow)", acerca de aceitarmos a nossa condição mortal e encontrarmos paz nas nossas acções diárias, é para já o tema que melhor faz a ponte entre o passado circunspecto e o presente mais expansivo.

48º NF- "No Name"- Há muito de Eminem neste miúdo, como "Let You Down" já nos havia dito. Mas o que impressiona em "No Name" é o facto de se tratar de uma canção-combate em resposta ao sucesso do tema anterior, a reafirmar a identidade e as prioridades do seu autor, para quem achava que ia seguir no encalço de Drake, Post Malone ou afins. É o mic drop do ano.

49º Charli XCX- "Girls Night Out"- Uuh-uhh! Contamos sempre com Charli XCX para os derradeiros bops de festa: "Girls Night Out" resulta de uma fusão dos pós-de-perlimpimpim dos Stargate e Sophie em extasiante combustão eurodance 90s, com xilofones e uma série de interjeições à mistura. Vamos acreditar que é a versão de estúdio melhorada desse clássico que é o "Amigas 4ever".

50º Ariana Grande- "Get Well Soon"- Impossível esquecer a forma como Sweetener decide utilizar os seus minutos finais: "Get Well Soon" não só é o corolário do álbum como a canção mais importante escrita por Ariana à data. Trata-se da expressão algo alucinatória do trauma sofrido pelos eventos de Manchester, a realçar a importância de falarmos acerca dos nossos problemas e procurarmos minimizá-los através da ajuda de amigos e conhecidos. We can all work our way to the top.

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