2018, Um Balanço Sónico- As Canções Nacionais


A colheita nacional continua a dar-nos boas razões para ficarmos cativos ao que por cá se faz, com brio e dedicação.

"Luz de Candeia" dos Madrepaz alumiou os caminhos da nova música nacional em 2018, traduzindo uma portugalidade devedora do cancioneiro de Fausto ou Zeca Afonso e uma quase folk bucólica que ressuscita memórias de um Portugal antigo; "Nightfalls" representa os Best Youth uma vez mais em topo de forma, desta vez com a sua synthpop aprumada de salto alto, ginga no corpo e cabelos revoltos; enquanto Richie Campbell nos deu uma canção-celebração do seu estado de graça com o balanço dancehall/R&B irresistível de "Slowly".

Voámos alto nas asas do ternurento "Avião de Papel" tecido por Carolina Deslandes e Sir Rui Veloso, a merecer o título de clássico instantâneo do cancioneiro português; alcançámos o zénite na pista de dança com "Queen" de Sequin, cristalino e nevrálgico objecto pop electrónico; continuámos devotos ao rejuvenescimento artístico de David Fonseca num luminoso e nada ortodoxo "Oh My Heart"; e dançámos descomprometidamente ao som do funk musculado de "P´Ódio" dos D'Alva, uma espécie de "#LLS" pós-haters.

Não passou despercebida a ninguém a estreia a solo de Blaya com um "Faz Gostoso" que incendiou tantas pistas de dança por esse país fora e que colocou o selo nacional na rota do funk carioca; Monday aka Catarina Falcão deu-nos mais uma belíssimo single de casta folk e lírica madura e redentora com "Change", e os First Breath After Coma apontam para novos horizontes com o disruptivo e inquieto "Heavy", mesmo no fecho do calendário.

Tudo boas razões para recordar o ano que agora chega ao fim:

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