A caminho da Eurovisão 2019: As Apostas


E, num instante, chegou a Eurovisão. A primeira semi-final decorre já amanhã, enquanto a segunda acontece esta quinta-feira. Tudo se decide, porém, na final de Sábado, dia 18. 

Aqui o escriba há um ano estava no centro das operações enquanto voluntário, e agora acompanha com imensa nostalgia e menor conhecimento da causa os acontecimentos para a edição deste ano. Mas ainda vai a tempo de fazer a sua própria lista de apostas. Vejamos:

Azerbaijão

Depois do afastamento inesperado da final no ano passado, é quase certo que as coisas correrão melhor este ano ao Azerbaijão. Representados por Chingiz, têm em "Truth" - compelativa construção disco-pop de combustão lenta - um valioso trunfo. Estaremos todos a cantar e a dançar "shut up about it".




Estamos sempre aqui para canções uptempo esquizóides. "Chameleon" é uma das mais vistosas da edição deste ano: soa a um "Let Me Go" de Hailee Steinfeld mais possante, com o tempero dancehall de qualquer canção contemporânea. Um só problema: a canção tem muito mais personalidade que a sua intérprete. Conseguirá Michela estar à altura?

Arménia

Entrada fortíssima da Arménia para este ano, liderados pela voz titânica de Srbuk e uma tremenda canção electropop sobre uma relação tumultuosa. Se a componente cénica ao vivo for tão arrebatadora como no vídeo, existe uma forte probabilidade de terminarem no top 10. 



O Mikolas Josef deste ano dá pelo nome de Luca Hänni e vem da Suíça: e se o carisma o pede emprestado ao representante da República Checa do ano passado, a canção vem com o tempero dos balcãs de "Fuego" e o balanço pop-r&b de "Strip That Down". Impossível resistir a este dirty dancing.


Ainda ressentidos com o facto de Eleni Foureira não ter levado o caneco para casa? Nada temam, as chances cipriotas para este ano são igualmente animadoras. Não tão arrasador quanto "Fuego", este "Replay" vive da mesma atmosfera instigadora e de uma notável eficiência pop. Um top 5 não lhe deverá escapar.

Grécia

Que voz tão distintiva e canção tão fantástica que a Grécia nos apresenta este ano! É como se Annie Lennox e Marina and the Diamonds se combinassem numa imensa fantasia indie pop sobre almejar por um amor maior que tudo o resto. Espera-se que a performance esteja à altura da ambição demonstrada pela narrativa visual.



Ainda temos na cabeça a excelente entrada do ano passado dos Madame Monsieur, sendo que a de 2019 é uma digna sucessora: Bilal Hassani é o tipo de intérprete que o certame gosta de aclamar, preenchendo o filão queer com uma canção imensa sobre fortificação de carácter que se destacaria ainda mais se fosse inteiramente cantada na língua mãe.

Israel

Quantos países se podem orgulhar de vencer duas vezes seguidas a Eurovisão? Não muitos, mas Israel poderá não andar muito longe de uma honrosa classificação graças à magistral prestação de Kobi Marimi com uma emotiva canção pop operática na linha de um Josh Groban. E essa lágrima a escorrer pela face, unh?



Acho que ninguém consegue acreditar que uma coisa tão hedionda possa ter saído daquele que se julga ser o país mais tranquilo e mágico do mundo. E existe um estranho fascínio que não pode ser negado em "Hatrið mun sigra": uma bombástica canção techno hardcore (?) de cariz político defendida por um bando de ferozes e assustadores moçoilos em roupas de bondage e S&M. Ninguém vai ficar a salvo.

Itália

Wow, há quanto tempo a Itália não tinha uma canção tão cool quanto a deste ano? Mahmood lembra em muito a atitude e a sonoridade do belga Stromae, com uma aditiva canção diluída em sensibilidades electrónicas e pop, que tem o condão de rimar a palavra Ramadão ("Ramadan") com Jackie Chan.



Há cinco anos consecutivos que a toda-poderosa Suécia coloca as suas participações no top 10, por isso porquê esperar outro desfecho em 2019, quando John Lundvik vai todo lançado nas apostas com um espirituoso "Too Late for Love" que não se situa num pólo muito distante de César Sampson e do seu "Nobody but You" do ano anterior. 

Holanda

Apontada como a favorita pelas casas de apostas, "Arcade" é um encontro entre o R&B/indie pop de Jarryd James e a cadência emocional de um Calum Scott - bela, assombrada e entregue num torvelinho emocional. A confirmar-se a previsão, será a quinta vitória da Holanda e a primeira em 44 anos.



E vocês, também já partilham do espírito eurovisivo?

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