O percurso de Kat DeLuna em 5 canções


Kathleen Emperatriz DeLuna cruzou o firmamento pop há treze anos, quando ainda era adolescente. Apesar de ter tido uma breve estadia debaixo dos holofotes, a nativa do Bronx de origem dominicana tem-nos deixado uma preenchida folha de serviço que percorre investidas dance pop, R&B, latinas, dancehall e reggae. É esse legado que recuperamos e damos a conhecer:


"Whine Up", 9 Lives (2007)

Tem que ser das primeiras impressões mais arrasadoras de sempre: uma miúda hispânica de 19 anos que ocupa os primeiros segundos da sua apresentação oficial ao mundo com um trecho de canto operático, para depois nos brindar com um massivo hino dance pop de fundações dancehall que nos explode na cara. Há perfume caribenho, coreografia assanhada e um então desconhecido RedOne aos comandos, na sua primeira produção internacional. 



"Run the Show", 9 Lives (2007)

Decididamente o zénite de Kat Deluna está algures entre aquele bombástico primeiro single e este não menos avassalador terceiro avanço do disco de estreia, exótico pedaço de reggaeton e R&B. Sabíamos que as coisas estavam a evoluir no sentido certo quando o anónimo Shaka Dee dá lugar ao lendário Busta Rhymes no lugar de featuring e Ray Kay é escolhido para rodar o vídeo. Até o próprio RedOne sairia daqui com créditos suficientes para forjar "Just Dance" ou "Poker Face" para Gaga, em 2008. 



"Push Push", Inside Out (2010)

A performance do debute não terá agradado à Epic Records, que não tardou a dispensá-la mesmo antes de editar o segundo álbum. Mas Kat até deu a volta à situação bastante bem: assinou com a Universal Motown, manteve o agora para-lá-de-requisitado RedOne aos comandos da produção, e reagiu de forma célere à invasão da EDM na nova década com uma investida eurodance de refrão gutural, ladeada pelo ainda afamado Akon. Seria o seu último tema com algum impacto comercial.



"Drop it Low", Inside Out (2011)

Oh, o sexappeal escapou da jaula. O insano movimento de ancas rivaliza com o de Shakira, enquanto o dos quadris é capaz de disputar uma acesa luta com "Booty" de J.Lo. Hipnótico exercício de house e reggaeton, "Drop It Low" pertence já à sua fase musicalmente irrelevante - mas se 80 milhões de visualizações significam algo, Kat Deluna não se desvaneceria sem dar luta. Pontos extra pelo segmento latino ao minuto três.



"Last Night in Miami" (2019)

Não é que Kat tenha estado inactiva nos oito anos que separam "Drop It Low" deste último single - houve um particularmente escandaloso "Bum Bum" (2015), múltiplas colaborações de menor relevo e o trap latino de "Nueva Actitud" (2018) - mas "Last Night in Miami" é o único que a memória retém. Agora já na casa dos 30 e sob a tutela da Cape Republic Records, esta mui decente construção dance pop retém os ensinamentos de RedOne e soa à versão mais sóbria e aprimorada de um qualquer êxito clubby de 2010-2012.


Há uma década que Kat Deluna está fora da constelação do mainstream. E é de louvar que nunca tenha abandonado o seu ofício, nem perdido a vontade de criar música, mesmo que lhe tenham sido fechadas imensas portas. Na independência e mais em contacto com o seu lado hispânico, já só a veremos fazer o que quer, nos seus próprios termos e condições. Sigue bailando emperatriz!

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