13 singles de Nicki Minaj que poderiam ter sido nº1 na Billboard Hot 100

Dez anos e 109 entradas depois, Nicki Minaj tem finalmente um nº1 nos EUA. Aconteceu a semana passada com a sua participação na remistura de "Say So", de Doja Cat, que travou uma acesa luta com a remistura de "Savage" de outra tag team de peso - Megan Thee Stallion e Beyoncé - para chegar ao lugar mais cobiçado de todos.

Parece um absurdo que Nicki Minaj, logo a artista feminina com mais entradas na tabela de singles norte-americana, tenha conseguido o seu primeiro nº1 com uma das colaborações menos notáveis do seu catálogo. Por isso, e também em jeito de retrospectiva dos seus dez anos de carreira, elegemos outras treze canções suas em nome próprio (e apenas em que Nicki é creditada como artista principal) que teriam merecido semelhante honra. Todos de joelhos à passagem da rainha:

1) "Your Love", Pink Friday (2010)

Posição na Hot 100: 14º

Facilmente nos esquecemos o quão deslumbrante foi o primeiro single a solo de Nicki. Depois de aclamados featurings com Ludacris, Usher, Mariah Carey ou Lil Wayne, Minaj já estava bem colocada no radar do mainstream. Logo a seguir ao arranque em falso com "Massive Attack", houve uma bestial recuperação com "Your Love", majestática composição hip hop da lavra de Pop & Oak assente num sample da versão de Annie Lennox de "No More I Love You's" (1995) e trazido à vida com um vídeo repleto de imaginário de gueixas e samurais. 

2) "Moment 4 Life", Pink Friday (2010)

Posição na Hot 100: 13º

Shout out to my haters, sorry that you couldn't faze me. Ain't being cocky, we just vindicated. Best believe that when we're done, this moment will be syndicated. Há quem espere uma vida inteira por um momento de glória, e outros há que esperam que esse momento dure para o resto da vida - e isto não poderia ter-se tornado mais verdade tanto para Nicki como para Drake, parte essencial desta canção, que guiados pela perserverança e resiliência, têm recheado o seu percurso de triunfo constante. 

3) "Super Bass", Pink Friday (2010)

Posição na Hot 100: 3º 

Can't your hear that boom, badoom, boom boom, badoom, boom, bass? Se é que ainda não estávamos suficientemente alertados para a presença de Nicki Minaj no mainstream, "Super Bass" tratou de virar todas as cabeças: um fantabulástico híbrido pop-rap de heranças electropop e J-pop entregue num vibrante sonho cor-de-rosa, que pôs por fim a descoberto a estrela pop que havia em si. Foi o seu primeiro grande êxito global, e até à chegada de "Anaconda" era o seu single mais bem classificado na tabela de singles norte-americana.

                               

4) "Starships", Pink Friday: Roman Reloaded (2012)

Posição na Hot 100: 5º

Chegados a 2012, era impossível não achar que as coisas tinham ficado um bocadinho estranhas: desde a ambição pop desmesurada, passando pelo visual de Barbie fluorescente e o rabo absurdamente grande, até à decisão inesperada de samplar "Twinkle Twinkle Little Star". "Startships" é, pois, Minaj a viver o seu sonho de popstar à máxima escala, numa mirabolante produção eurodance e techno pop de RedOne complementada por uma ilustração garrida e luminescente captada em pleno Hawaii. Lá está, tudo um quanto absurdo, mas tremendamente divertido. 

5) "Pound the Alarm", Pink Friday: Roman Reloaded (2012)

Posição na Hot 100: 15º

You know we getting hotter, and hotter, sexy and hotter, let's shut it down! RedOne não tinha só uma, mas quatro canções por ele assinadas em Roman Reloaded, com duas delas a serem lançadas como singles. Em mais uma vibrante faixa eurodance com breakdown dubstep incluído, Minaj viajou até à sua Trinidade e Tobago natal para nos oferecer o visual colorido e festivo que o tema pedia, captado no meio da multidão e em plena época de Carnaval.

                                        

6) "Pill n Potions", The Pinkprint (2014)

Posição na Hot 100: 24º

O single de avanço do seu terceiro álbum - uma composição midtempo pop e hip hop sobre os mecanismos de defesa por si utilizados como forma de superar a dor - pode não ser aquele que a memória mais recorda, mas ainda figura como um dos momentos mais íntimos e reflexivos da carreira de Nicki, acompanhado por um vídeo de Diane Martel repleto de elementos surreais, que mostram a rapper no seu look mais sóbrio em largos anos.

7) "Bang Bang" (2014)

Posição na Hot 100: 3º

Ainda hoje estamos para perceber ao certo como é que Jessie J alinhou esta constelação de estrelas, mas não hajam dúvidas de que gastou de forma estrondosa os seus últimos cartuchos no mainstream nesta que foi (ainda é?) a colaboração feminina mais sonante desde o quarteto maravilha que modernizou "Lady Marmalade". Trata-se de arquitectura pop-rap ao melhor nível de Max Martin e Ilya, e claro, teria marcado não só um momento lendário na cultura pop como proporcionado a Nicki um perfeito primeiro nº1 na Hot 100. 

8) "Anaconda", The Pinkprint (2014)

Posição na Hot 100: 2º

Oh my gosh, look at her butt! Durante seis anos foi o single que mais perto chegou da liderança da tabela de singles norte-americana, não fosse travado por - graças a Deus - "Shake It Off" de Taylor Swift. Potenciado pelo twerkfest do vídeo de Colin Tilley que quebrou à época o recorde de visualizações das primeiras 24 horas no YT, e pelo memorável sample de "Baby Got Back" de Sir Mix-a-Lot, "Anaconda" não deixa de ser um meme em forma de canção cujo impacto se descontrolou um bocadinho.

                                       

9) "Only", The Pinkprint (2014)

Posição na Hot 100: 12º

Dr. Luke e Cirkut deixaram as suas impressões digitais em cinco temas de The Pinkprint, mas a faixa mais avassaladora e incomum para dois artífices tão grandes da pop é "Only", um lascivo e mininal número hip hop que tem o condão de juntar Drake, Lil Wayne e Chris Brown, que ora fantasiam, ora se gabam do que fariam se cedessem aos encantos de Nicki. No fundo, a versão mais credível de "Anaconda". 

10) "Feeling Myself", The Pinkprint (2014)

Posição na Hot 100: 39º

Nicki devia estar bem satisfeita com o êxito alcançado com "Anaconda", porque de outra forma não se percebe como é que um disco com colaborações sonantes com Ariana Grande ("Get On Your Knees") e Beyoncé desperdiça a oportunidade de as transformar em singles. Toast ao sucesso obtido pelas suas autoras com balanço da Costa Oeste de Hit-Boy, "Feeling Myself" teve contudo direito a um vídeo exclusivo do Tidal, e marcou o segundo encontro entre os dois vultos depois da remistura de "Flawless" no ano anterior. À terceira será de vez. 

                                         

11) "MotorSport" (2017)

Posição na Hot 100: 6º

Depois de dois anos de menor actividade, Nicki voltou em força em 2017 com uma série de singles a solo e colaborações certeiras. O corolário esteve na intoxicante malha trap "MotorSport", tiro de partida para Culture II (2018), com Takeoff, Quavo e Offset a medirem as suas contas bancárias, e Cardi B e Minaj entregues a um aceso despique que só se intensificou dali em diante. 

12) "Chun-Li", Queen (2018)

Posição na Hot 100: 10º

Um single de avanço majestoso para um álbum com nome majestático, "Chun-Li" deve o seu título à mítica figura feminina da saga Street Fighter, conhecida por ser a primeira lutadora feminina da história dos videojogos, e que aqui é utilizada para descrever a supremacia de Nicki não só no filão feminino como também entre os seus pares. Sob uma batida boom-bap marcial, a rapper entrega versos impiedosos que levam qualquer oponente ao tapete. Protagonizou uma subida de 83 posições até ao último lugar do top 10 da Hot 100, mas seriam precisos mais uns assaltos até ao derradeiro knockout. 

                                       

13) "Good Form", Queen (2018)

Posição na Hot 100: 60º

É sabido que Queen não é o álbum mais inspirado de Nicki, mas a campanha promocional não ficou nada a dever às eras passadas. "Good Form", massivo tema bounce da lavra de Mike Will Made It, encerro na mó de cima a jornada de singles, tendo ganho uma participação de Lil Wayne para o  seu lançamento oficial, e um vídeo deveras pecaminoso.

A próxima meta passa por conquistar um nº1 em que seja creditada como artista principal, antes de se entregar à prometida reforma. Que não lhe leve outros dez anos.