Ellie Goulding reimagina "Be the One" no novo single



A caminhada para o quarto álbum de estúdio de Ellie Goulding tem sido tudo menos pacífica. Sete singles lançados no último ano e meio, a oscilar entre o mediano ("Close to Me", "Flux"), o maravilhoso ("River") e o altamente duvidoso ("Hate Me", "Worry About Me"), sem fio condutor ou ponta de inspiração.

Mas continuamos a ter esperança na voz que nos deu canções tão belas quanto "Anything Could Happen" ou "Love Me Like You Do", até aqui uma peça central no mainstream dos nossos dias e que ultimamente tem tido dificuldade em perceber como encaixar na configuração actual. 

Na passada sexta lançou porventura o seu single mais interessante em muito tempo - uma observação tingida de tristeza sobre o amor plástico em plena era digital - que canaliza a electropop metamórfica de Halcyon (2012) e que deve muito do seu encanto a uma interpolação massiva do single de estreia de 2015 de Dua Lipa, encharcada de sintetizadores errantes, processamentos vocais e um ocasional coro fragmentado. 

Seria mais interessante vê-la recorrer à samplagem de uma canção já mais distante do imaginário popular, mas o exercício devolve-lhe algum arrojo, e - o melhor de tudo - não traz nenhum rapper à boleia. O vídeo foi gravado em pleno período de confinamento social, e acaba até por complementar a atmosfera insidiosa da canção.

Vários meios apontam 5 de Junho como a data de edição para o sucessor de Delirium (2015), mas até Goulding se pronunciar oficialmente, não a poderemos tomar como certa. E a menos que tenha outro "Lights" na manga, dificilmente ficará melhor do que isto.

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