Christina Aguilera- A Diva Camaleónica, III

As canções

"Can't Hold Us Down", Stripped

- Lançado a 8 de Julho de 2003
- nº2 na Nova Zelândia; nº4 no Canadá e Hungria; nº5 na Austrália e Irlanda;  nº6 no UK e nº12 nos EUA

Depois dos hinos de rebelião, valorização e motivação, chega o comentário social acerca da desigualdade de géneros. Em "Can't Hold Us Down" assistimos à versão mais street e contestatária de Xtina numa cama R&B e hip hop que é pretexto para versar sobre a condição feminina e a misoginia a que ainda está sujeita em pleno séc. XXI. Acaba por existir uma certa apropriação da cultura afro-americana no vídeo dirigido por David LaChapelle, numa canção que pede equidade para as "mulheres de todo o mundo" e que não se foca estritamente na imparidade sexual, mas sobretudo na necessidade de a mulher ter voz, ideologias e ser respeitada como tal. 12 anos depois e a indústria musical continua sem conseguir dar a volta à questão. 



"The Voice Within", Stripped

- Lançado a 27 de Outubro de 2003
- nº3 na Suíça; nº4 na Irlanda; nº9 no UK; nº33 nos EUA

Não haverá consenso em relação à melhor balada de Christina Aguilera, mas poucas dúvidas restam que esta seja a maior delas. "The Voice Within" é a maneira ideal de encerrar a era de Stripped: vulnerável e intíma no âmago, mas a espelhar uma mensagem de força, conforto e confiança. Recebe uma das mais espectaculares prestações vocais de Xtina à data e é imortalizada por um singelo vídeo novamente assinado por LaChapelle e captado a preto e branco num só take, sem filtros ou linha narrativa. Apenas uma expressão de alma, crua e directa. Quão maravilhosa. 



"Tilt Ya Head Back", Sweat

- Lançado em Setembro de 2004
- nº4 na Nova Zelândia; nº5 no UK e Austrália (platina); nº 58 nos EUA

Em transição de Stripped para algo ainda desconhecido, Christina apresentava-se ao lado de Nelly no 2º single promocional de Sweat, álbum de 2004 para o rapper norte-americano, canalizando pela primeira vez a figura de Baby Jane que serviria de alter-ego para a criação de Back to Basics (2006). "Tilt Ya Head Back" é sustentado pela linha de baixo e secção de metais de "Superfly" de Curtis Mayfield, aqui fortemente samplado, e só não foi um êxito de maiores dimensões graças ao lançamento simultâneo de "Over and Over", a angariar maior airplay e atenção mediática que este single. Reza a história que Britney Spears foi a primeira escolha dos produtores, que perante a recusa desta propuseram Xtina e Janet Jackson como hipóteses para a parceria. Ganharia, e bem, Aguilera.



"Ain't No Other Man", Back to Basics

- Lançado a 6 de Junho de 2006
- nº2 no UK, Noruega e Escócia; nº3 na Hungria e Irlanda; nº6 nos EUA (platina)

Um hiato de dois anos é o bastante para encontramos Xtina noutra fase da sua vida e carreira - já casada, mais madura e a braços com nova reinvenção visual e musical. "Ain't No Other Man", vitaminada fusão de pop, funk e R&B com influências de soul, jazz e blues serve de introdução ao seu terceiro álbum de estúdio e à figura de Baby Jane, que adopta para melhor encarnar este regresso à sonoridade dos anos 20-40. Trata-se de uma inescapável feel-good song acerca de estar apaixonada e de bem com a vida, que permanece como uma das melhores oferendas pop dos últimos 10 anos. 



Os álbuns

Back to Basics (2006)

- 5º álbum de estúdio (11 de Agosto, 2006)
- nº1 no UK (platina), EUA (platina), Austrália (2x platina), Canadá (3x platina), Alemanha (platina), Hungria (platina), Irlanda (3x platina), Áustria, Holanda e Suíça; nº26 em Portugal
- 5 milhões de cópias vendidas


Foram-se os piercings. Voltaram as roupas. Ficou a voz, potente e acrobática como no primeiro dia. E a vontade de fazer algo diferente com ela, numa época em que a tecnologia já dominava por completo as técnicas de produção. Inspirada pelos grandes cantautores do séc. XX como Billie Holliday, Otis Redding, Etta James ou Ella Fitzgerald, pelo look glamouresco das estrelas clássicas de Hollywood e, sobretudo, pela vontade de continuar a evoluir artisticamente, Christina Aguilera grava Back to Basics, ainda hoje o seu maior e mais ambicioso projecto musical à data.

São 78 minutos distribuídos por dois discos: o primeiro combina elementos de pop, R&B, hip hop e soul num encontro entre modernidade e tradição que fica também marcado pelo uso de variadíssimos samples instrumentais e pela colaboração com nomes ligados ao hip hop: DJ Premier, Mark Ronson, Rich Harrison ou Kwamé. O segundo recua ainda mais no tempo e incorpora influências jazz, blues e swing, é gravado maioritariamente ao vivo e coadjuvado unicamente pela sua fiel colaboradora, Linda Perry.

O disco vale-lhe múltiplos elogios da crítica, 3 nomeações para os Grammy Awards e vende 5 milhões de unidades em todo o mundo.

Sabiam que?

  • "F.U.S.S.", no primeiro disco de Back to Basics, é um "miminho" dedicado a Scott Storch, produtor dos tempos de Stripped e com o qual se inviabilizou no processo de gravação deste terceiro álbum. Dá para entender a sigla, certo? Que classe, Tininha.
  • É possível ter a essência da cantora num frasquinho? Correcção: oito frasquinhos. O primeiro perfume (Xposed) veio em 2004 e de 2007 a 2013 lançou todos os outros. Sem disco novo no horizonte, uma fragrância da cantora pode ser o presente ideal no sapatinho.
  • A digressão de suporte a Back to Basics, em 2007, foi a mais rentável de uma artista feminina desse ano e uma das 10 mais rentáveis nesse período. 

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