Christina Aguilera- A Diva Camaleónica, V

As canções

 "Not Myself Tonight", Bionic

Lançado a 6 de Abril, 2010
- nº3 no Japão, nº4 na Coreia do Sul, nº9 na Bélgica, nº12 no UK e nº23 nos EUA

Retomamos os eventos no ponto onde as coisas começaram a correr mal para Xtina. O recheio electropop era o já semi-testado com bons resultados no greatest hits, a líbido à flor da pele também já tinhamos vislumbrado em "Dirrty". O que corre então mal com "Not Myself Tonight"? O não ter espaço para coexistir com as demais propostas similares da época num circuito em que Lady Gaga era indisputável rainha, ou de deixar a sua marca sequer - quão mau será provocar sem que ninguém esteja interessado? Até o vídeo realizado por Hype Williams - ostensiva sequência de ritos S&M e bondage - se encosta demasiado a "Express Yourself" de Madonna. Seria talvez bem empregue na banda-sonora de Fifty Shades of Grey - visionária como sempre, Xtina.




"You Lost Me", Bionic

Lançado a 27 de Junho, 2010
- nº10 em Israel, nº19 na Bélgica, nº120 nos EUA e nº153 no UK

"Dirrty" não foi um bom 1º single para Stripped, salvo pela rápida intervenção de "Beautiful". Com Bionic as coisas poderiam ter sido semelhantes caso "You Lost Me" tivesse surgido mais cedo. Mas pelo meio houve ainda um desavergonhado "Woohoo" - com uma estreante Nicki Minaj a bordo - que nem sequer direito a vídeo teve. E era tarde, demasiado tarde quando a melhor canção do álbum recebeu tratamento de single. Frágil e vulnerável, complementada por vocalizações que vão desde sussurros a explosões gargantuais, e por um vídeo tão cru e honesto. Teve uma miserável prestação comercial (talvez mesmo a pior da sua discografia) ainda que seja aclamado pela crítica e pelo público.  




"Something's Got a Hold On Me", Burlesque OST

Sabemos que algo de errado se passa com a carreira de um artista quando o filme em que participa ofusca o seu álbum de estúdio. Foi o que aconteceu com a banda-sonora de Burlesque (2010), editada 5 meses após Bionic e a vender mais do dobro deste nos EUA (707 mil cópias contra 330 mil). A película que marcou a estreia de Christina Aguilera na Sétima Arte ao lado de Cher não recebeu as melhores apreciações da crítica mas a sua banda-sonora encontrou longevidade nas tabelas. Composta por 10 canções - 8 delas interpretadas por Xtina - e com canções como "Express", "Show Me How You Burlesque" ou este fantástico "Something's Got a Hold On Me" em honrosa adaptação do original de Etta James. 




"Moves Like Jagger", Hands All Over

Lançado a 21 de Junho, 2011
- nº1 nos EUA (6x platina), Canadá (8x platina), Suécia (5x platina), Nova Zelândia (3x platina), Dinamarca (2x platina), Finlândia (platina), Áustria, Bulgária, Croácia, Grécia, Hungria, Irlanda, Israel, Líbano, Luxemburgo, Holanda, Noruega, Polónia, Portugal, Rússia, Escócia, Sérvia, Eslováquia, Coreia do Sul e Suécia (5x platina); nº2 no UK (2x platina)

Há acasos que vêm por bem. Se Christina Aguilera e Adam Levine não fizessem parte do leque de mentores do The Voice, esta parceria dificilmente teria acontecido. Melhor: se tanto ela como os Maroon 5 não estivessem famintos por um hit, seguramente não teriam ido com tanta sede ao pote. Tudo o que bastava era um encontro com os discípulos de Max Martin e Dr. Luke, uma das melhores composições electropop dos anos 10 e o pretexto para homenagear o lendário frontman dos Rolling Stones e os seus icónicos passos de dança. É um dos maiores colossos da década, com efeitos regeneradores na carreira de Adam Levine e companhia. Xtina, por outro lado, não soube aproveitar a embalagem e continuou a cultivar flops.



Os álbuns

Bionic (2010)

- 6º álbum de estúdio (4 de Junho, 2010)
- nº1 no UK, Coreia do Sul e Grécia; nº2 na Escócia e Suíça; nº3 nos EUA, Austrália, Canadá e Áustria
- 1 milhão de cópias vendidas


Há tanta coisa a apontar no momento de explicar o fracasso do seu 6º disco de originais: desde a má escolha de singles, à habitual duração excessiva ou, simplesmente, pelo timing errado de um conceito visual e sónico que até tinha bastante para explorar.

No fundo, Bionic é uma reconstrução electrónica de Stripped, igualmente assente nas temáticas de feminismo e sexualidade e construído na mesma premissa de inovação e liberdade artística. Não é tão bom ou marcante quanto foi a obra de 2002, mas a fraca aclamação comercial não pode servir de pulso à qualidade das canções. Decorre em ambiência electropop e electro-R&B com algumas investidas new wave, house e disco e o seu maior desafio está no papel secundário que a voz da cantora ocupa ao longo do alinhamento, em prol do protagonismo das composições musicais e - porque não? - dos seus produtores (Polow da Don, Switch, Tricky Stewart ou Claude Kelly).

Não menos relevante é o facto deste ser um dos primeiros trabalhos que dá visibilidade a Sia enquanto escritora de canções ou que apresenta ao mundo Nicki Minaj. É acima de tudo um álbum incompreendido, ligeiramente à frente do seu tempo e injustamente subestimado.

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