Os discos que 2017 ainda nos reserva


Entrámos no último quadrimestre do ano, por norma o mais agitado no que toca a regressos ansiados e edições de pesos pesados. Fazemos por isso um apanhado daquilo que vamos poder ouvir até ao final de 2017. Tudo a postos para o banquete:


Foo Fighters- Concrete and Gold 
(15 de Setembro)


Depois da experiência garageira de Wasting Light (2011) e da rota itinerante de Sonic Highways (2014), os Foo Fighters decidiram normalizar os procedimentos e gravar o seu novo álbum num só estúdio como as ditas bandas tradicionais. Construído em parceria com Greg Kurstin, produtor conotado com o universo da pop que opera pela primeira vez num disco hard rock, Concrete and Gold baseia-se nas reflexões de Dave Grohl acerca do futuro dos EUA e conta com as participações de músicos como Alisson Mosshart dos The Kills, Justin Timberlake (!) ou Paul McCartney. "Run", "The Sky Is a Neighborhood" e "The Line"  são os cartões de visita. 


Fergie- Double Dutchess
(22 de Setembro)


Onze anos de espera e uma série de hesitações depois, aí temos o segundo álbum a solo da estrela feminina dos Black Eyed Peas. Double Dutchess chega com uns quantos anos de atraso, é certo, mas também com todo o ornamento sonoro pelo qual Fergie Ferg é conhecida: números pop, hip hop, R&B, baladas e algum tempero house e reggae. Bónus: o álbum desdobra-se também numa experiência audiovisual de 100 minutos intitulada Double Dutchess: Seing Double. "L.A. Love (La La)", "M.I.L.F $", "Life Goes On" e o recém-revelado "You Already Know" integram o alinhamento.  


The Killers- Wonderful Wonderful
(22 de Setembro)


Cinco anos após o último Battle Born e com mais uma aventura a solo de Brandon Flowers pelo caminho, os The Killers estão de volta aos inéditos com Wonderful Wonderful, o seu quinto álbum de estúdio. Produzido na íntegra por Jacknife Lee e com toques adicionais de Stuart Price e Erol Alkan, conta com um solo de guitarra do lendário Mark Knopfler e contribuições líricas de Brian Eno e Ryan Tedder. "The Man", "Run for Cover" e o tema-título apontam no sentido deste ser o álbum mais fulcral do quarteto de Las Vegas em cerca de uma década. 


Demi Lovato- Tell Me You Love Me
(29 de Setembro)


2017 seria o ano da pausa sabática de Demi Lovato, mas aí a temos a preencher as ondas hertzianas com "No Promises", "Instruction" e "Sorry Not Sorry", o último dos quais o single de avanço do seu sexto álbum de originais, Tell Me You Love Me. Inspirado pela sua admiração por Aretha Franklin, Christina Aguilera ou Kehlani, espera-se que o sucessor de Confident (2015) siga por terrenos mais soul/R&B como já o dão a entender o 1º single e o tema-título. Tudo o que ela queria era um pouco de afecto, afinal. 


Miley Cyrus- Younger Now
(29 de Setembro)


É uma nova vida para Miley Cyrus. Uma em que a sobriedade e um look mais conservador se assumem como pesos dominantes. O sexto registo da antiga estrela da Disney afasta-se, por isso, dos cânones da pop moderna e procura novas tonalidades junto da country e do soft rock, num esforço criativo que resulta como mais "honesto". Younger Now conta com produção de Oren Yoel e tem "Malibu", o tema-título e "Inspired" no seu alinhamento. 


Kelela- Take Me Apart
(6 de Outubro)


Depois de uma primeira mixtape em 2013 e um EP em 2015, é tempo de recebermos por fim o primeiro longa-duração de Kelela. Ancorado na visão dos estetas Arca e Jam City, que com ela trabalharam em Cut 4 Me e Hallucinogen, Take Me Apart expressa "uma visão honesta de como navegamos à medida que dissolvemos laços uns com os outros, permanecendo optimistas na próxima oportunidade concedida ao amor". "LMK" e "Frontline" colocam a fasquia alta para aquele que se prevê ser um dos mais assinaláveis registos R&B do ano. 


Pink- Beautiful Trauma
(13 de Outubro)


Entre o último The Truth About Love e o novo Beautiful Trauma passaram cinco anos. De lá para cá Pink formou os You+Me com Dallas Green, fez "Just Like Fire" para a banda-sonora de Alice Through the Looking Glass, colaborou em temas de Kenny Chesney e Stargate e foi mãe pela segunda vez - só poderemos, pois, encontrar uma artista revigorada e com muito para dizer em Beautiful Trauma. O seu sétimo disco de originais conta com o cunho criativo de Steve Mac, Jack Antonoff, Max Martin, Greg Kurstin, Shellback ou Julia Michaels e tem no politizado "What About Us" o single de avanço. 


Beck- Colors
(13 de Outubro)


O 13º álbum de estúdio de Beck começou a ser preparado em 2013 ainda antes da edição de Morning Phase (2014), primeiro na estrada e através do método tentativa-erro, e mais tarde em Los Angeles nos estúdios de Greg Kurstin. Colors promete viver no limbo entre o rock garageiro dançável de "Dreams" e o hip hop experimental de "Wow". "Dear Life" e "Up All Night" são os outros temas revelados até ao momento. Venham de lá essas nuances todas. 


St. Vincent- Masseduction
(13 de Outubro)


A concorrer para a lista de artworks mais provocantes de 2017, o quinto álbum de estúdio de St. Vincent foca-se nas temáticas do "sexo e poder, relações em perigo e a morte", sendo descrito como um álbum escrito na "primeira pessoa", afastando-se dos arquétipos que a cantora vinha a construir nos trabalhos anteriores. Produzido pela própria e por Jack Antonoff (lá está ele de novo), Masseduction tem contribuições de Doveman no piano, Kamasi Washington no saxofone e Jenny Lewis na voz. "New York" e "Los Ageless" são as primeiras amostras reveladas.


Jessie Ware- Glasshouse
(20 de Outubro)


Não que a sua música alguma vez tenha sido unidimensional, mas ao 3º álbum de originais Jessie Ware liberta-se da monocromia e abraça por fim a policromia na capa de Glasshouse. Fortemente inspirado pela sua experiência da maternidade, o sucessor de Tough Love (2014) é antecedido pelos temas "Midnight", "Selfish Love" e "Alone" e conta com a colaboração de nomes como Happy Perez, Benny Blanco, Ryan Tedder, Cashmere Cat, Francis and the Lights, Ed Sheeran ou Julia Michaels.


Kelly Clarkson- Meaning of Life
(27 de Outubro)


Ao oitavo álbum de estúdio Kelly Clarkson troca a RCA Records pela Atlantic, editora que diz ter-lhe dado luz verde "para fazer o álbum que sempre quis". Em Meaning of Life vamos por isso ter a intérprete que os últimos álbuns teimavam em não revelar totalmente, agora mais próxima do cancioneiro da soul e R&B que marcaram o início da sua trajectória na edição inaugural do American Idol. Greg Kurstin, Jason Halbert, Jesse Shatkin, The Monarch, Nick Ruth e Mick Schultz são alguns dos nomes associados ao projecto que tem em "Love So Soft" e "Move You" os cartões de visita.


Taylor Swift- Reputation
(10 de Novembro)


Nem vamos mais longe: é o título mais esperado do ano nos meandros da pop e, tendo em conta o historial de vendas de Swift, promete ser um dos maiores bestsellers de 2017. Pouco se sabe acerca do sexto disco de originais da autora de "Blank Space" a par dos dois colossos já revelados - "Look What You Made Me Do" e "...Ready For It?" - que demonstram o acentuar da tónica pop explorada pelo anterior 1989, do suposto conceito em torno da sua figura pública e que do alinhamento fazem parte quinze canções. Só precisávamos de uma data, aliás - vamos estar todos de ouvidos colados em Reputation a 10 de Novembro. 


Tove Lo- Blue Lips
(Por anunciar)


Com a edição de Lady Wood em Outubro de 2016, Tove Lo deu a entender que o projecto teria continuação em 2017 com um segundo volume, provisoriamente intitulado Lady Wood: Phase II. E não fugiu ao prometido. O agora denominado Blue Lips pretende ser a companhia "dramática" e "altamente emocional" do primeiro volume, sendo também composto por dois capítulos contrastantes intitulados "Light Beam" e "Pitch Black". "Disco Tits", delicioso pedaço de electroclash blasé, é o 1º single e "The Struggle" e ""What I Want for the Night (Bitches)" alguns dos temas que farão parte do alinhamento. Chegará no último trimestre do ano. 


Camila Cabello- The Hurting. The Healing. The Loving.
(Por anunciar)


Anunciado em Maio último como "a história da sua jornada das trevas à luz num tempo em que estava perdida para um outro em que se encontrou novamente", The Hurting. The Healing. The Loving. é o aguardado primeiro longa-duração a solo de Camila Cabello depois da saída abrupta das Fifth Harmony em Dezembro de 2016. Inicialmente previsto para Setembro, o projecto tem agora data de edição incógnita, mas conta já com quatro canções reveladas: "Crying in the Club", "I Have Questions", "OMG" e "Havana". Frank Dukes, Benny Blanco, Cashmere Cat, Jesse Shatkin e Stargate são alguns dos produtores associados ao disco. 


Sam Smith- Por anunciar
(Por anunciar)


Muita expectativa também em torno do segundo longa-duração de Sam Smith. O sucessor de In the Lonely Hour (2014) chegou a ser intitulado TPH-50HR (em homenagem à morada da sua casa de infância), mas entretanto tanto o título como a data de edição permanecem em segredo. A única certeza é que chegará antes do Natal. Um novo desgosto amoroso - que o levou a um bloqueio criativo durante dois meses - volta a marcar o novo registo, mas numa entrevista concedida a Elton John, o cantor descreve também o álbum como sendo "sexy e caloroso". "Too Good at Goodbyes" é o 1º single. 


Outros lançamentos:

Angus & Julia Stone- Snow (15 de Setembro)
Anastacia- Evolution (15 de Setembro)
Galantis- The Aviary (15 de Setembro)
Macklemore- Gemini (22 de Setembro)
Hurts- Desire (29 de Setembro)
Ibeyi- Ash (29 de Setembro)
Shania Twain- Now (29 de Setembro)
Wolf Alice- Visions of a Life (29 de Setembro)
Courtney Barnett and Kurt Ville- Lotta Sea Lice (13 de Outubro)
Paloma Faith- The Architect (17 de Novembro)
U2- Songs of Experience (1 de Dezembro)

Agora é só estar atento ao calendário e preencher esses ouvidos com tudo o que há-de vir!

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