Guia Musical Verão 2018- Os Discos
E porque a música ainda passa essencialmente por bons discos, estes são alguns dos trabalhos que irão marcar a estação mais quente do ano:
Ben Howard- Noonday Dream
Quatro anos após o último I Forget Where We Were, o cantautor inglês retorna com o seu terceiro disco de estúdio, já longe da folk soalheira e hínica da estreia de 2011, prosseguindo na rota sinuosa, introspectiva e experimental iniciada no álbum de 2014. As canções de Noonday Dream foram compostas e produzidas pelo próprio intérprete quase em regime de reclusão à boa moda de Bon Iver, e estreadas ao vivo entre nós no concerto do passado dia 27 de Maio no Coliseu de Lisboa.
Jorja Smith- Lost & Found
Muita esperança depositada nesta jovem de apenas 21 anos que é tida como uma das revelações de 2018. Herdeira dos ensinamentos soul de Amy Winehouse, da cartilha jazz de Billie Holiday e da escola R&B de Lauryn Hill, Jorja Smith apresenta em Lost & Found sérios argumentos para uma carreira tão notável quanto as figuras de que recolhe inspiração. Escute-se "Blue Lights", "Teenage Fantasy" ou "Don't Watch Me Cry" para compreender as loas que lhe são tecidas.
Lily Allen- No Shame
Depois do mais desinspirado Sheezus (2014), Lily Allen está de volta - e desta vez é a valer. Sem freios ou inibições, No Shame detalha a crise de identidade em que mergulhou após o lançamento do terceiro álbum, as razões que contribuíram para o fim do seu casamento, dilemas maternais e ecos do seu passado turbulento. O processo catártico e confessional resulta no seu melhor álbum em anos: "Trigger Bang", "Three" ou "Come on Then" são pontos altos.
Lykke Li- So Sad So Sexy
So Sad So Sexy marca o regresso de Lykke Li à música após ter sido mãe e de ter perdido a sua progenitora. À semelhança do anterior I Never Learn (2018), ainda é a tristeza que mais permeia o seu trabalho, mas desta vez a sueca traz novas influências para cima da mesa, derivativas do universo do hip hop e R&B, que fazem com que este seja o título mais comercial e acessível do seu percurso. Malay, Jeff Bhasker, Ali Payami, Kid Harpoon ou Emile Haynie emprestam a sua visão ao álbum.
Christina Aguilera- Liberation
Esperámos seis longos anos pelo sucessor de Lotus, mas ele aí está. O oitavo álbum de estúdio de Legendtina chega com o cunho criativo de ilustres como Anderson .Paak, Kanye West, MNEK ou Ricky Reed e de colaboradores menos mediáticos como Charlie Heat, Dumbfoundead ou Jon Bellion, que conferem a Liberation uma identidade hip hop e R&B expressa em temas como "Accelerate", "Like I Do" ou "Deserve". A mensagem, essa, é de liberdade e empoderamento.
Panic! at the Disco- Pray for the Wicked
(22 Junho)
É já com a estação estival a decorrer que chega o sexto disco dos Panic! at the Disco - um dos activos mais acarinhados da Fueled By Ramen - agora um projecto a solo da mente de Brendon Urie, ainda que em palco albergue outros tantos músicos. À semelhança do álbum anterior, Pray for the Wicked conta com produção de Jake Sinclair e parece seguir a toada power pop/rock deste. "Say Amen (Saturday Night)", "High Hopes" e "(Fuck A) Silver Lining" são os cartões de visita.
Florence and the Machine- High as Hope
(29 de Junho)
Desde Abril que Flo e a sua máquina têm vindo a preparar o regresso às edições discográficas. High as Hope, o quarto de originais para o grupo britânico, sucede ao aclamado How Big, How Blue, How Beautiful (2015) e é o primeiro da banda a não contar com produção de Paul Epworth, substituído no comando pelo norte-americano Emile Haynie. O registo é antecedido por "Sky Full of Song", "Hunger" e "Big God".
Drake- Scorpion
(29 de Junho)
Drake comandou o primeiro semestre de 2018 à custa de "God's Plan" e "Nice for What", e prepara-se para prolongar o reinado à medida que entramos no segundo, agora com a edição de Scorpion, o seu quinto álbum de estúdio que sucede à playlist More Life (2017) e a Views (2016). O rei do streaming mantém perto os habituais colaboradores (Noah "40" Shebib, Boi-1da, Murda Beatz ou Lil Wayne) e mantém o segredo do alinhamento até ao derradeiro momento. Recordes serão esmagados.
Gorillaz- The Now Now
(29 de Junho)
Não há fome que não dê em fartura: a banda virtual mais cool do planeta entrega-nos o seu sexto álbum de estúdio pouco mais de um ano decorrido da edição de Humanz. Gravado num período recorde em Fevereiro último, The Now Now nasceu com a intenção de que a banda de Damon Albarn tivesse novas canções para tocar na estrada. Em oposição ao disco anterior, os temas deste álbum foram alinhavados por James Ford e contam com um número de colaborações mais reduzido.
Years & Years- Palo Santo
(6 de Julho)
Escrito e gravado nos 18 meses que se seguiram ao término da digressão mundial de Communion, o segundo disco dos Years & Years segue a história de uma sociedade distópica e sem género povoada por andróides, designada Palo Santo. O conceito tem sido explorado nos vídeos de "Sanctify" e "If You're Over Me", os primeiros avanços do registo que conta com contribuições de Greg Kurstin, Mark Ralph, Kid Harpoon, Two Inch Punch ou Steve Mac na produção.
Nicki Minaj- Queen
(10 de Agosto)
Nome pomposo? Check. Capa estrondosa? Confere. Conteúdo sumarento? Veremos. É o regresso de Nicki Minaj quatro anos após The Pinkprint, numa altura em que o seu trono é ameaçado (usurpado?) por essa potência intitulada Cardi B. "Chun-Li", "Rich Sex" e "Bed" em parceria com Ariana Grande são para já os cartões-de-visita revelados deste quarto álbum da norte-americana que será pretexto para uma digressão internacional conjunta com Future a começar em Setembro próximo.
Ariana Grande- Sweetener
( 17 de Agosto)
Miss Grande vem a trabalhar no sucessor de Dangerous Woman desde Julho de 2016, quando se encontrava ainda a promover o disco de "Side to Side". Claramente afectado pelo atentado de Manchester, Sweetener pretende ser um disco de convalescença e regeneração, como "No Tears Left to Cry" e "The Light Is Coming" - as primeiras amostras reveladas - sugerem. Max Martin, Pharrell Williams, Tommy Brown, Ilya e Savan Kotecha são alguns dos nomes associados ao projecto. Do alinhamento constam 15 temas e três colaborações, entre elas com Nicki Minaj e Missy Elliott.
Troye Sivan- Bloom
Poucos têm tido uma maturação tão estupenda em 2018 como Troye Sivan. Descrito como um álbum de "expressão gay desafiadora", Bloom começou por nos ser apresentado em Janeiro com o libertador "My My My! e o confessional "The Good Side". O tema-título chegaria com a Primavera avançada no calendário, seguido do mais recente "Dance to This", em dueto com Ariana Grande. A produção deste segundo disco do australiano está assegurada por estetas como Bram Inscore, Oscar Görres, Oscar Holter, Jam City ou Ariel Rechtshaid - oxalá que seja tão incrível quanto indica que será.
Agora sim, têm tudo o que precisam para uma temporada a banhos, à luz do sol ou ao fresco da sombra. Que sejam felizes este Verão!
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